Ceni se diz tranquilo com arbitragem no domingo e mostra confiança em Raphael Claus

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GloboEsportiva

 Eduardo Rodrigues 

Veja como foi a entrevista do técnico após a vitória sobre o Palmeiras, na final do Paulistão.

O São Paulo deu um passo importante para se consagrar bicampeão paulista. Na noite desta quarta-feira, alguns fatores foram fundamentais para a vitória por 3 a 1 sobre o Palmeiras, no Morumbi, segundo o técnico Rogério Ceni. Um dos principais não estava no campo, e sim nas arquibancadas, nas vozes de mais de 60 mil tricolores que compareceram ao estádio.

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A presença do maior público do Paulistão fez Ceni viver uma noite de nostalgia, na qual relembrou os tempos de jogador. Essa lotação serviu como um fator motivacional, exaltado no discurso do treinador para o elenco antes de a bola rolar na última quarta-feira.

– Me deu saudade das noites de quarta-feira, seja de Brasileiro, Libertadores, Paulista, mas a atmosfera que cerca esse estádio é linda demais. Mais de 60 mil pessoas no Morumbi não tem preço – declarou o comandante são-paulino.

Rogério Ceni em São Paulo x Palmeiras — Foto:  Paulo Pinto / saopaulofc.net

Rogério Ceni em São Paulo x Palmeiras — Foto: Paulo Pinto / saopaulofc.net

– Falei para eles que quando subissem, olhassem bem a arquibancada. Um cara que sobe com 60 mil pessoas aqui se torna um ser-humano diferente, porque é curto, passa rápido – acrescentou Ceni.

A felicidade do treinador só diminui um degrau ao falar sobre o gol de Raphael Veiga, que impediu uma vantagem ainda maior para o segundo jogo. São Paulo e Palmeiras decidem o Paulista no domingo, às 16h (de Brasília), no Allianz Parque. O Tricolor pode perder por um gol para ser campeão.

Apesar da lamentação pelo lance, Ceni procurou valorizar a vantagem adquirida contra o Palmeiras.

– Triste pelo gol sofrido, mas se você vendesse um 3 a 1 antes do jogo, você compraria. Se você fechasse um contrato antes do jogo, você pegava. É um jogo muito físico, que a gente possa fazer por merecer esse segundo jogo para trazer o título para o Morumbi – comentou.

– Acho que não é uma vantagem tão larga assim se tratando de Palmeiras. Se fosse uma equipe normal, eu consideraria, mas como tem uma equipe muito boa do outro lado, com sua torcida, a figura muda – alertou Rogério Ceni, que começa a preparar o time para a finalíssima nesta quinta-feira.

Melhores momentos: São Paulo 3 x 1 Palmeiras, pelo 1º jogo da final do Paulistão

Confira mais da entrevista de Rogério Ceni:

Evolução do time
– Maior prazer que eu tenho: fui um atleta que evoluiu através da repetição e o que eu sempre deixava era meu melhor dentro de campo. Hoje eu me vejo neles, é prazeroso trabalhar com eles. Contra um time forte que é o Palmeiras, eles conseguem competir. Que continue dessa maneira, a única maneira para vencer.

– Também quero agradecer meus companheiros de comissão e da comissão fixa do São Paulo. Um trabalho muitas vezes individualizado. Esses caras têm sido fundamentais.

Rodízio fundamental para o time sobrar fisicamente
– Acredito que sim (rodízio), porque não tínhamos feito até agora. Nossas trocas tinham sido cinco. Alguns jogadores não estão na melhor parte física, mas tem outros que são fundamentais.

– A gente fez as trocas e hoje foi surpreendente, porque o time terminou mais inteiro do que o Palmeiras, que teve mais tempo de recuperação. Vamos tentar trabalhar bem os jogadores, porque será uma guerra, uma batalha.

Elogios de Calleri
– Agradeço o carinho dele (Calleri). Ele trabalhou com o Slavic Bilit, croata, um baita treinador, sei que ele trabalhou com bons treinadores, é bondade dele. Conseguimos cumprir nos últimos jogos, mais pela disposição dos jogadores. Acho que o time vem jogando bem, vem conseguindo ter mais oportunidades de gol que o adversário, não tem mais tanta posse, mas consegue marcar forte, todos marcam.

– Eder e Calleri são exemplos de doação na parte defensiva. Temos defeitos, claro, não somos o melhor time tecnicamente, mas se manter o foco, a cabeça no lugar teremos chance de brigar domingo pelo título do Paulista

Lance do pênalti
– Eu não sei do conteúdo da entrevista (do Abel), não vi o lance, mas as pessoas que trabalham, comentaristas, disseram que foi pênalti. Cada um tem o direito de manifestar sua opinião. Se é o Claus no próximo jogo é arbitragem correta. Fica tranquilo. Eu não vou reclamar dele no final do jogo, porque conheço o caráter e a arbitragem dele. Aí vai ser opinião de cada um.

Cobranças de falta
– Fazia tempo que eu não via a torcida gritar time de guerreiro, que a gente saiba ser guerreiro para levar o título. Bater falta não dá porque eu machuquei ontem e vou ficar oito semanas sem bater na bola. Mas a falta precisa melhorar mesmo. Os principais batedores não estavam em campo, Rigoni, Sara… Mas é algo que tem que trabalhar para quando tiver oportunidade a gente aproveitar.

Importância de Muricy Ramalho
– Maior importância que tenho do Muricy na minha carreira é tudo que ele fez como treinador, as oportunidades que ele me deu, primeiras faltas, no momento difícil em 2013 quando a gente brigava contra o rebaixamento e ele veio para ajudar. Os maiores exemplos que vivi junto com ele em três trabalhos diferentes. Um cara sério, correto, fez parte da minha vida como atleta, tenho muito carinho.

Importância de um título
– Palmeiras são quatro títulos em dois anos. Acho que é assim, nós também tivemos uma era vitoriosa e isso marca uma geração. Esse não é meu título, é do São Paulo. Não tem melhor jeito de crescer do que ganhar jogos, títulos. Seria muito importante para essa geração, que veio de Cotia, que para os padrões mundiais não estão tão novos, mas seria muito importante pendurar esse quadro na parede.

– Sempre falo da parte defensiva, porque a construção eles sabem. O Filipe Luís sempre falava isso, de bater na parte defensiva. Temos que crescer cada vez mais na parte defensiva. Temos que dar valor à bola, ao resultado.

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