Blog Patadas y Gambetas – UOL
El Mandrake. Assim Andrés D’Alessandro é chamado na Argentina, país que vê, em seus pés, a magia do ilusionista inventado nos Estados Unidos em 1935.
De todas suas hipnoses, duas feitas no Morumbi, onde jogará nesta quarta, estão cravadas na Libertadores com o selo “D’Alessandro” de ser: gols, briga e talento.
2003, a primeira noite de D’Ale no Morumbi. Inesquecível oitavas entre o Corinthians de Gil, Liédson e Geninho contra o River Plate de Coudet, Cavenaghi e Manuel Pellegrini. Na ida, Monumental, virada do River, 2×1 com gols nos 5 minutos finais.
D’Alessandro bateu, falou e apanhou. O Corinthians saiu na frente com gol de Jorge Wagner. D’Alessandro então deu uma cabeçada no caído Kléber e tanto o infernizou que cavou a expulsão do corintiano. Com homem a menos, o Corinthians entregou.
D’Alessandro fez um golaço de falta – digno de Neto e Zico – no ângulo de Doni aos 40min. Cavenaghi, aos 44min, decretou o 2×1 final. O jogo de São Paulo na semana seguinte teve roteiro parecido. O Corinthians saiu na frente – Liédson, de cabeça.
O River empatou ainda no primeiro tempo, Demichelis, em falta cobrada por Coudet, hoje técnico do Rosario Central. D’Alessandro em cena. Bateu, falou e apanhou.
E tirou do jogo o lateral Roger – substituto de Kléber, suspenso pela patada em D’Ale na ida! – que levou ao coice da letra o que disse Geninho: “Pega! Pega”.
Largou um pontapé sem bola em D’Alessandro na lateral – e no meio – do campo e deixou os dez corintianos com a missão de vencer no Morumbi de 66.666 pagantes.
Quem fez gol foi o River. 2×1 atrás, o Corinthians foi à desforra em D’Ale. Le dieron de lo lindo. Apanhou de todos. Foi até esganado pelo zagueiro Anderson. Guapo.
A torcida do São Paulo vibrou com a eliminação do Corinthians. Mas sete anos depois, 2010, sofreu com a canhota do Mandrake. Mais comportado – e letal.
No jogo de volta da semifinal da Libertadores 2010 (1×0 Inter na ida), em falta no começo do 2º tempo, deu sorte de a bola desviar em Alecsandro e vazar Rogério.
Terminou 2×1 São Paulo. Inter classificado. Para a final da Libertadores e do Mundial de Clubes, pois enfrentaria o mexicano Chivas na decisão continental.
Nesta quarta, a decisão é para o São Paulo. Para o Mandrake D’Alessandro, a dois dias de fazer 35 anos, sem decisões. Só o improviso dos mágicos. Ele é. Créanme.
É o tipo de jogador que o Lugano gosta de marcar.