GazetaEsportiva
O técnico Rogério Ceni justificou o desempenho do São Paulo bem aquém das expectativas nesta quinta-feira, no empate sem gols com o Everton, do Chile, pela Copa Sul-Americana. O comandante tricolor citou a “desumana” maratona de jogos nesta altura da temporada e o estranho campo do estádio Sausalito como motivos para o time não ter conseguido engrenar em Viña del Mar.
“Viemos jogar pela vitória, mas o campo estava um pouco estranho para os nossos jogadores, a maioria deles não se equilibrou muito bem. O Everton é um time bom, demonstrou isso no Morumbi. Agora aqui outra vez, creio que eles estiveram melhores no jogo, mas, no final, quando colocaram outro 9 na área, usamos três defensores”, disse Ceni.
“Não gosto de jogar por um ponto, mas no final do jogo tivemos que lutar muito, porque esse ponto nos deixou próximos da classificação. Voltamos para casa com dez pontos e mais perto do objetivo”, completou o treinador do São Paulo.
Como atuou na última segunda-feira, contra o Santos, o São Paulo viajou ao Chile sem 13 jogadores. Dos titulares no clássico, apenas Patrick e Jandrei embarcaram rumo a Viña del Mar. Rogério Ceni preferiu abrir mão de uma maior competitividade para que os principais atletas não se desgastassem tanto em meio à dura maratona de jogos, mais uma razão para o Tricolor não ter conseguido superar o Everton.
“Hoje tivemos um time um pouco diferente em relação ao que estamos usando no Campeonato Brasileiro. Não é possível jogar segunda-feira à noite, vir para cá, quatro horas de viagem, imigração, com o mesmo time e depois ir para Fortaleza. É desumano. Por isso precisamos mudar a maioria dos jogadores e tentar fazer treinamentos com os que ficaram, que estão trabalhando no Brasil, para tentar ter força para jogar duas, três competições. Estudamos, fizemos o que era possível”, prosseguiu.
Mudança no esquema tático
Rogério Ceni também explicou o esquema tático diferente do habitual, abrindo mão do 4-4-2 e apostando em um ataque com três jogadores.
“O pensamento hoje era um pouco diferente do que jogamos sempre. Hoje jogamos com pontas abertos com pés invertidos, Marquinhos e Rigoni, e Luciano como ‘9’, que não é sua característica principal. Patrick fez a função de ‘10’, com Neves e Pablo, e uma linha de 4 [na defesa]. Então, jogamos um pouco diferente, pensando na saída do Everton com três zagueiros e dois alas. Não imaginava os meninos mais jovens que jogaram pelos lados. Pensamos em como marcar bem e explorar a velocidade, mas o campo não permitiu que tivéssemos o controle da bola”, disse Ceni.
“Tivemos oportunidades, eles estiveram mais perto do gol, mas o planejamento, o que pensamos, tentamos fazer. No banco tivemos jogadores que nunca haviam sido relacionados para um jogo no profissional. O plano era dar muita velocidade pelos lados, deixar três contra três durante quase todo o jogo, mas não conseguimos encaixar bons passes para chegar ao gol. E quando chegávamos, escorregávamos, perdemos para nós mesmos”, concluiu.
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