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José Edgar de Matos
Técnico comemora atuação de garotos contra o Ayacucho, diz que continuará rodando elenco e vê atenção especial a competição por pontos corridos.
O técnico Rogério Ceni, criado no São Paulo e ídolo absoluto do clube, rasgou elogios aos garotos que entraram em campo na vitória por 1 a 0 sobre o Ayacucho, nesta quarta-feira, no Morumbi, em jogo que fechou a fase de grupos da Copa Sul-Americana.
Já classificado às oitavas de final, o São Paulo rodou seu elenco e entrou em campo com 10 titulares formados na base, um recorde histórico do clube. Ceni gostou do que viu e disse estar ganhando opções para a pesada sequência da temporada, incluindo o atacante Caio, de 18 anos, autor do gol da vitória nesta quarta.
– Teremos jogos difíceis em sequencia de quarta e domingo. Tivemos a chance de ter um jogo já classificado como hoje. A gente vai olhando por posição, por setor, vê o que o Luizão e Beraldo podem oferecer, o que o Caio pode ajudar a gente. Algumas perdas que fazem falta como o Sara. Ausência do Nikão em alguns jogos, avaliação no meio-campo, quais características diferentes. Quero dar oportunidade para todo mundo, era oportunidade de botar todos com menos minutos para jogar. Observamos isso, chegamos a conclusões quem está atrás na parte física, jogar como titular, ser aproveitado em determinado jogo.
Melhores momentos: São Paulo 1 x 0 Ayacucho, pela fase de grupos da Copa Sul-Americana
Pouco depois, Ceni indicou que o Campeonato Brasileiro será a prioridade caso o São Paulo precise fazer escolhas.
– Vamos ter que continuar rodando a equipe. Vamos ter que fazer escolhas em determinado momento. Confesso que o Brasileiro é a direção de tudo. Se a gente desviar muito o foco, pode ser que não consigamos atingir o objetivo. É importante criar alternativas, valorizar o patrimônio do clube. Fico feliz de ver um garoto que diz que é uma noite que vai ficar para sempre. Na idade dele, aquela noite ficou para sempre. O que queria treinar era o São Paulo, para mim é motivo de orgulho ver um garoto realizar esse sonho. Vale 10 ou 15 profissional do que uma carreira na base. Trabalhe firme, pois esses minutos serão valorizados – destacou Ceni.
Rogério Ceni em São Paulo x Ayacucho — Foto: Marcos Ribolli
Na escalação titular desta quarta, Thiago Couto (goleiro), Beraldo (zagueiro), Luizão (zagueiro), Luan (volante), Pablo Maia (volante), Talles Costa (meia), Léo Silva (meia), Caio (atacante), Toró (atacante), Juan (atacante) começaram o confronto.
Ceni avisou que, diante da divisão entre três competições (Sul-Americana, Brasileiro e Copa do Brasil), o São Paulo continuará rodando seu elenco. O que significa mais chances para os garotos.
– Tive meus 17, Caio fez 18. Fui da base, tive minhas oportunidades e sei o quanto é difícil jogar para 15 ou 20 mil pessoas. Chegar a 12 vitórias seguidas como mandante, marca, era média de 18, 19, 20 anos, Juan um pouco mais velho. Fico feliz por Cotia, por um presidente que um dia idealizou em fazer algo grande, o Dr. Juvenal (Juvêncio, ex-presidente). Hoje praticamente um time formado, ele disse que era um sonho, e se não fosse pelo Miranda, teríamos os 11 de Cotia – ressaltou Ceni.
– Esse aqui (Caio) é um deles que pode ajudar a gente no futuro, com mais um ano de treinamento, alguns momentos. (…) Quando aparece boa oportunidade, o clube tem que pensar no lado financeiro. Conversei hoje com o presidente, não gostaria nem que vendesse, no fim da temporada vender, mas sabemos que o clube vive uma realidade de passado recente de mau cuidado com o clube. Vamos tentar mexer o mínimo, e, se perder, se programar para trazer outro jogador para repor a ausência de outro jogador. É uma geração de Cotia. São jovens, talentosos, que trabalham no dia a dia. Tem que trabalhar para usar no momento correto, pois pode atrapalhar – completou.
Além dos dez titulares, Ceni relacionou mais cinco crias de Cotia: Young (goleiro), Welington (lateral-esquerdo), Maioli (atacante), Palmberg (meia) e Rokenedy (goleiro). Os três últimos, inclusive, pela primeira vez estiveram em uma convocação do profissional. Maioli e Palmberg entraram no segundo tempo da partida.
O Tricolor usou a última rodada para rodar o elenco, em virtude da situação favorável. O São Paulo vai conhecer na sexta-feira o adversário das oitavas de final, que sairá entre os terceiros colocados dos grupos da Libertadores.
O time volta a campo no próximo sábado para enfrentar o Ceará, às 19h (de Brasília), no Morumbi, pelo Brasileirão.
Veja mais respostas de Rogério Ceni:
Desmanche no elenco
– Acho que não vai haver desmanche. Pode acontecer uma venda, mas a direção tem experiências passadas que nos levam a crer que é possível pensar em coisas boas. São características diferentes, personalidades diferentes. Temos sempre diálogo aberto com Nelson, Belmonte, Muricy e etc. é claro que quero ganhar, e sei que não é fácil pois tem times que estão estabilizados e na frente da gente. Quero brigar por coisas maiores e tenho certeza que não vai haver debandada, mas uma peça pode ser que a gente perda. Basta visualizar o mercado para a gente repor uma ou alguma necessidade que a gente tenha.
Atenção à Copa do Brasil
– Gostaria muito de ganhar a Copa do Brasil, mas não é fácil ganhar neste momento com tantos bons times. Se não me engano, a partir de 20 de junho a 20 de julho, temos nove jogos, com eliminatória de Copa do Brasil, Sul-Americana e Brasileirão. Vou ter que fazer essa rodagem de elenco, se não teremos lesões. Acontece trauma, torção. Sara, tornozelo. Nikão, tornozelo. Para que a gente não perca lesão muscular, precisamos que a gente jogue de maneira diferente. Agora vai apertando. Quem tem mais elenco, diferentes, a força do nosso time é o coletivo, sabe? Talvez o melhor um para um está aqui do meu lado (Caio). O resto é jogador de conjunto, Calleri, que é uma diferença, temos bons jogadores. É o jogo coletivo o positivo.
Saída de jogo com os pés
– Você tem que acreditar que isso dá certo. Quando não acredita, quando não vê a possibilidade, como contra o Corinthians. Hoje começamos mais construindo. O Thiago Couto, a principal virtude dele é a construção com os pés. Ele é jovem e pode cometer erros. Jandrei veio como um jogador que joga bem com os pés. No Fortaleza, tinha o Felipe Alves. Tinha o Diego Alves no Flamengo que constrói com os pés. Valorizo bem no profissional, porque vivi minha vida toda jogando com os pés também. Por isso trabalhamos muito no dia a dia, construção de jogo, saídas de jogo, movimentações para que a gente possa quebrar uma linha saindo jogando. Hoje jogamos mais com os pés.
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