GloboEsporte
José Edgar de Matos
Técnico gosta da produção do time, mas lamenta gols perdidos em 0 x 0 contra o Juventude; ele adota tom pessimista diante dos problemas enfrentados.
Mais posse de bola, mais chances criadas e apenas um empate sem gols com o então lanterna do Campeonato Brasileiro. O São Paulo saiu do Morumbi frustrado neste domingo, e o técnico Rogério Ceni não escondeu a lamentação pelo tropeço diante do Juventude, em duelo pela 14ª rodada da competição nacional.
Em entrevista concedida depois da partida, o treinador valorizou o desempenho da equipe, que contou com sete trocas na comparação com a formação que venceu na quinta o Palmeiras, pela Copa do Brasil.
– Tivemos bem menos oportunidades na quinta e ganhamos de um time superior. Você não controla o gol. A bola sobra dentro da pequena área, e o Miranda chuta para fora. O Calleri põe ali de cabeça e perdeu, acho, o tempo da bola – declarou Ceni.
– Se olhar os números vão perguntar como não ganhou, se olhar as chances de gol ainda… São dias ruins que temos que conviver. Em matéria de volume e repertório, fizemos tudo o que era possível – acrescentou o treinador são-paulino.
Ceni comentou sobre as dificuldades enfrentadas nas últimas semanas — Foto: Marcos Ribolli
A frustração de Ceni tem a ver com a situação na tabela. O tropeço afastou o São Paulo da briga pelo G-4 e deixou o Tricolor no meio da classificação. Com 19 pontos, o time é o oitavo.
Além do resultado, o treinador se mostra preocupado com o que tem enfrentado no dia a dia. O elenco encurtou, ainda mais da lesão de Arboleda, e o clube poderá se reforçar somente no dia 18 de julho, quando abre a janela de mercado.
– O Campeonato Brasileiro é ingrato. Se não der atenção, ele se volta contra você de uma tal maneira…vamos sempre tentar fazer o melhor time que a gente puder – disse Ceni.
Melhores momentos: São Paulo 0 X 0 Juventude pela 14ª rodada do Brasileirão
– Vamos tentar levar o São Paulo ao máximo, chegar vivo no dia 18 em todas as competições. Vamos tentar sobreviver, este é o grande desafio. Se não sobreviver, não adianta ter um elenco de 35 se você jogar apenas um campeonato. Temos que nos preparar antes, se não vira improviso – comentou Ceni.
Em um espaço de uma semana, Ceni e o São Paulo vão encarar a terceira competição diferente. Depois de Palmeiras na quinta, pela Copa do Brasil, e Juventude, pelo Brasileirão, o time encara na próxima quinta-feira a Universidad Católica, pelas oitavas da Sul-Americana, no Chile.
“Resultado Terrível”, diz Caio | A Voz da Torcida
Veja outras respostas de Rogério Ceni:
Elenco e jogo da Sul-Americana
– Tenho dez pendurados com cartão, temos duas viagens nesta semana. Vamos para o Chile, voltamos para São Paulo, vamos para Goiânia e temos dois jogos fora de casa, competições distintas. Hoje era essencial ter os três pontos, era essencial chegar a 21 pontos. Não conseguimos fazer o gol, não sei muito o que responder. Não tem proposta por nenhum jogador, sei que é um grupo que está ficando pequeno. Eventuais perdas importantes também vão causar uma queda de rendimento, vamos viver dia após dia e tentando ter resultados positivos. Vai batendo cansaço, desgaste, é ruim. Criando numero de chances que criamos. Foram dezenas de oportunidades, mas não vencemos. É viver dia após dia, terça-feira dar uma estudada na Católica.
Expectativa x realidade
– Provavelmente outras pessoas, talvez o tempo não seja possível, no futebol brasileiro tem que ser campeão, tem que ter ganho. Se você não é campeão, vai e troca para ver se contrata outro campeão. É natural. Como alguém que trabalhou 25 anos aqui, estou tentando fazer o melhor para trazer coisas boas. Pode ser que seja neste ano ou no ano que vem, ou 2024, 2025. As coisas uma hora têm que mudar para melhor, a direção também deve estar fazendo para que melhoras aconteçam.
– Juro, tiramos sete do que jogaram. Se botar cinco no segundo tempo, vai ter um segundo melhor. Esse equilíbrio que as pessoas têm que entender. Todo mundo tentou fazer o melhor, fisicamente o time suportou bem. Jogou com três zagueiros contra três atacantes. Nos últimos cinco minutos, tivemos muitas chances de gol. Juiz picotou o jogo também, isso dificultou dar ritmo. Juventude começou bem, mas depois fomos nos acertando.
Luciano
– Ele jogou muitos jogos em sequência. Ficou fora contra o Palmeiras, mas jogou seguido. Tenho certeza que quer fazer os gols. Acho que ele ajuda em um todo. Atleta não é só importante porque faz gols, mas ele pode ser importante de outras maneiras. Ele não tem deixado de se esforçar, as coisas não estão acontecendo, mas não significa que não possa continuar e voltar a fazer grandes coisas.
Retornos contra a Universidad Católica
– Em condições de jogo, quase ninguém, Nikão e Talles voltaram à transição nesta semana. Só que Nikão está há uns 40 dias fora e o Talles menos. Não sei quando estarão prontos, e também os dois têm lesão de tornozelo, tem que ver se não sentem nada. Mas não tem perspectiva, é pequena até o dia 18 de ter jogadores, principalmente no meio-campo, e agora na zaga. Faz muita falta. Mas jogar o jogo, vamos seguir em frente até onde pudermos levar o São Paulo.
André Anderson
– Vinte minutos no São Paulo é tempo. Perdemos do Palmeiras em seis minutos. Atlético ganhou no último. Vinte minutos é tempo. Ele está sendo gradativamente colocado em campo para tentar entender a partida. Acho que a gente vai avaliando, eu avalio pelos treinamentos. Quando evoluir na parte tática, vai ter mais minutos. Acho que 20 minutos é bastante. Que cada vez cresça mais, é um dos 20 que tem de sobreviventes nesta fase do campeonato.
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