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Eduardo Rodrigues e Felipe Ruiz
Treinador foi surpreendido com proposta da diretoria e já conversou sobre mudanças para o próximo ano; Rogério pediu estrutura mais organizada e maior qualidade em todas as áreas.
Na noite da última terça-feira, o São Paulo concretizou um desejo não tão recente da diretoria: a renovação de Rogério Ceni até o fim de 2023. E o desfecho foi rápido, sem grandes negociações ou novela.
Na semana passada, o presidente Julio Casares chamou o treinador para uma conversa sobre o planejamento de 2023. Ceni recebeu aquilo com certa surpresa, já que seu contrato com o São Paulo iria até o fim desta temporada.
Ciente da estranheza causada, Casares abriu um diálogo sobre a renovação do técnico. A primeira sinalização foi positiva, e o papo sobre o ano seguinte aconteceu. Temas como contratações, perfil do elenco e melhorias das mais diversas foram debatidos.
A ideia da diretoria em estender o vínculo de Rogério Ceni já no mês de julho, faltando pouco mais de cinco meses para o fim do ano, tem dois propósitos: dar tranquilidade para ele trabalhar na sequência de 2022 e valorizar o trabalho de médio/longo prazo.
Rogério Ceni, técnico do São Paulo — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net
Após a conversa, Ceni se sentiu seguro em ter um contrato mais longo e, no começo desta semana, voltou a se reunir com a diretoria para acertar detalhes do acordo que entraria em vigor. A assinatura foi feita na terça-feira.
Diferentemente da conversa do final do ano passado sobre o planejamento para 2022, o papo dessa vez não teve como principal pauta os reforços para o elenco. Ceni, sobretudo, pediu organização estrutural e um trabalho mais qualificado em todas as áreas do clube.
Em entrevistas coletivas durante esta temporada, o treinador fez duras críticas a alguns departamentos e citou falhas de estruturas que prejudicavam o trabalho no dia a dia. A promessa de melhorias é um tema recorrente na cúpula são-paulina.
O trabalho diário
O aproveitamento no trabalho que vem sendo realizado por Rogério Ceni também foi um ponto que contou muito a favor para a extensão do vínculo. Na avaliação da diretoria, o treinador tem feito um bom papel à frente da equipe, que enfrenta inúmeros problemas médicos.
Desde seu retorno, em outubro do ano passado, foram 57 jogos, 29 vitórias, 16 empates e 12 derrotas – um aproveitamento de 60,2%. No clássico contra o Santos, pelo Campeonato Brasileiro, Ceni estava suspenso e o auxiliar Charles Hembert comandou a equipe.
Rogério Ceni com elenco do São Paulo em treino — Foto: Divulgação
Até aqui em 2022, o São Paulo foi vice-campeão do Campeonato Paulista, está nas quartas de final da Copa Sul-Americana e disputa uma vaga nas quartas da Copa do Brasil na próxima quinta-feira, às 20h, diante do Palmeiras. No Brasileirão, a meta é chegar entre os seis primeiros colocados.
A relação do treinador com os atletas também é bem avaliada. Mesmo com um elenco de poucas opções, Ceni conseguiu buscar garotos nas categorias de base que supriram algumas necessidades.
Com um ano a mais de contrato, Ceni terá o tempo que não teve em sua primeira passagem. Em 2017, o treinador não durou sete meses no comando do clube em que fez história como jogador.
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