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Eduardo Rodrigues e Leonardo Lourenço
Atual presidente já foi contra a um segundo mandato consecutivo no passado, mas agora é favorável à mudança no estatuto: “Acho que o trabalho me ratifica como um nome para disputar”.
No dia 5 de setembro, os conselheiros do São Paulo vão debater e votar o projeto de reforma estatutária que permitirá a reeleição do presidente do clube. Caso o documento seja aprovado, ele seguirá para a votação dos sócios, que decidirão se retornará ou não o sistema em que será possível disputar um segundo mandato – atualmente é único de três anos.
Atual presidente do São Paulo, Julio Casares poderá ser candidato caso a reforma estatutária seja aprovada. Em entrevista ao ge nesta segunda-feira, ele indicou que provavelmente estará na disputa no ano que vem para tentar a reeleição, se ela for permitida.
– Acho que é um processo natural. Tenho feito o meu trabalho, não paro. Saí de Belo Horizonte, troquei a mala, fui para a Europa e voltei para o jogo do Flamengo. Acho que o trabalho, resultado, as metas atingidas me ratificam como um nome para disputar o próximo pleito. Como tenho ainda um ano e três meses de mandato estou focando no trabalho. E sou uma pessoa obstinada, acordo muito cedo, trabalho muito, durmo muito tarde – afirmou Casares.
– Cobro meta o dia todo. As metas realizadas são os meus gols no dia a dia, tanto no futebol, como na base, no marketing, nas finanças, na governança, área social, todas as áreas. Quero realizar, estou realizando e acho que esse trabalho é muito palpável a ser demonstrado com resultado e estará à disposição do sócio – acrescentou.
Julio Casares, presidente do São Paulo — Foto: Marcos Ribolli
A posição atual de Casares é contrária ao que ele havia defendido quando o São Paulo derrubou a reeleição, em 2016. Naquela ocasião, o ex-presidente Leco foi um dos articuladores da mudança, e Casares, na figura de conselheiro, votou contra.
– Tudo na vida é dinâmico. Naquele momento, o quadro era outro, e quando você assume com tantas demandas… A mudança da tecnologia, redes sociais, das demandas financeiras, do mundo do futebol que muda bastante e, principalmente, das demandas importantes. Depois que olha de perto é claro que você muda no sentido de entender que tem um mandato mais longo ou o direito de uma reeleição, que acho mais democrático – comentou.
– O direito de reeleição é você vai ser avaliado. Acho que a reeleição, nesse sentido, precisa estabelecer um período mais longo para que você consiga criar pontes de reconstrução, que é o que o São Paulo está fazendo – disse.
A possibilidade de reeleição já fez parte de um pacote de medidas de reforma do estatuto do clube que foi rejeitado pelos sócios em janeiro.
A avaliação dos conselheiros que defendem a nova movimentação é de que havia aceitação pela reeleição, mas que ela foi prejudicada por outras propostas menos populares, como a que ampliava o mandato dos conselheiros de três para seis anos – como a votação foi em pacote, todas as propostas foram rejeitadas.
Diretoria do São Paulo, Belmonte, Julio Casares, Rui Costa, Chapecó — Foto: Marcos Ribolli
Por parte de alguns torcedores também houve grande reprovação por considerar que a atual diretoria estava tentando um “golpe” a fim de se beneficiar. As acusações são reprovadas pelo presidente Julio Casares.
– Como pode ser um golpe se você passa por um crivo de processo de consulta, de um trâmite, de voto? E como pode ser um golpe se a reeleição permite o candidato de se candidatar, mas a decisão é democrática no enfrentamento de adversário, com liberdade de escolha? Isso não é golpe, pelo contrário. O que pode vislumbrar a minha recondução ou a do Olten (Ayres, presidente do Conselho) é o trabalho que foi realizado e o julgamento na urna, e isso será feito de forma democrática. A reeleição é o direito de ser avaliado por aqueles que acompanham o São Paulo de perto ou de fora – analisou.
Casares e Olten Ayres têm mandatos até o final de 2023 – a eleição deve ser convocada para o segundo semestre do ano que vem.
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