Os adjetivos utilizados para definir Edgardo Bauza levam sempre ao caminho do pragmatismo: defensivo, retranqueiro, conservador… De fato, até aqui, o técnico argentino havia determinado um modelo de jogo para a equipe e o levado até as últimas instâncias, trocando um jogador por outro até achar os 11 melhores.
Mas, no momento mais delicado da temporada, o Patón tirou do bolso o currículo de bicampeão da Libertadores. Mexeu no esquema tático e tirou o mais talentoso da equipe titular. O 4-2-3-1 virou 4-1-4-1. Ganso começou no banco de reservas a partida que o São Paulo não poderia perder, a 3.600 metros de altitude, em La Paz. A estratégia treinada aos olhos dos jornalistas na última terça-feira, e aperfeiçoada na quarta, com Wesley reforçando a marcação, funcionou quase à perfeição no empate por 1 a 1 com o The Strongest .
Ao decidir por essa mudança, o Patón se expôs a críticas internas e externas. Se a equipe voltasse eliminada ao Brasil, ele seria o principal alvo de torcedores, conselheiros e dirigentes.
Não fosse a falha de Denis, os 90 minutos teriam sido disputados com apenas uma chance clara de gol a favor dos bolivianos, desperdiçada em desequilíbrio do atacante Alonso depois de receber livre, frente a frente com o goleiro são-paulino, no início do segundo tempo.
– Que desespero – comentou Ganso, de trás do outro gol, com as mãos na cabeça.
Do banco e do aquecimento, o meia viu Hudson, centralizado à frente dos zagueiros, formar um triângulo com Thiago Mendes e Wesley, de movimentação sincronizada, eficaz. Para quem jogou lá em cima, apesar da fragilidade do adversário, o Tricolor sofreu bem menos que se esperava.
Alguns torcedores questionaram: por que sair Ganso e não Michel Bastos?
Porque Ganso não teria como passar 90 minutos fazendo a movimentação lateral, indo e voltando, apoiando e sendo apoiado pelo lateral. Não é sua característica. Tanto que quando Alan Kardec entrou, passou a ocupar essa faixa esquerda, e Ganso, que havia substituído Michel Bastos igualzinho o treino de terça, virou o “centroavante”. Com fôlego, os dois trocavam de posição quando o São Paulo avançava. Funcionou. Mais um ponto para o Patón.
Também como se anunciava nos treinos, Hudson, Thiago Mendes e Wesley não saíram em momento algum. E cumpriram com louvor a missão dada pelo técnico. Cada vez mais cansados e recuados, eles guardaram fôlego extra para se antecipar e levar a bola dominada ao ataque.
Por mais espanto que tenha causado a decisão do Patón, foi ainda maior o alívio do São Paulo em ver seu técnico atuante, corajoso e estrategista. Daqui pra frente, será preciso ainda mais.
BAUZA foi péssimo ontem. Não faz nenhum sentido tirar o jogador mais tecnico do time e em excelente fase. Ontem precisamos do Ganso desde o começo do jogo, principalmente para cadenciar o jogo e ganharmos posse de bola.
O Ganso em 5 minutos fez mais do que o Michel o tempo todo. Aliás o Michel não está jogando nada, NADA mesmo. Merece um banco ou melhor e no máximo voltar a atuar como lateral esquerdo. Ele sempre interrompe as jogadas, assim como o Centurion anda fazendo nessa fase braba.
Entramos como time pequeno, querendo se abdicar de jogar contra um time fraquissimo. Não fizemos isso nem contra o Liverpool e agora vamos fazer com Strongest?
Falaram demais sobre a altitude também, os jogadores estavam com medo de correr. Todo mundo joga na altitude e ninguém faz esse papelão.
O Bauza anda errando tanto quanto o Denis. Ambos não servem para o nosso tricolor. São muito fracos.