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Atualmente empresário de jogadores, Bernardo Fernandes da Silva foi um volante de muito sucesso no futebol brasileiro. Revelado no Marília, ele foi bicampeão brasileiro pelo São Paulo e atuou por grandes clubes como Bayern de Munique, Santos, Corinthians e Vasco. Agora vê seu filho, que tem o mesmo nome e atua na mesma posição, trilhar seus passos.
O herdeiro começou a carreira com 11 anos nas categorias de base do time do Morumbi. Com 14 anos, porém, acabou dispensado e foi jogar no Audax-SP.”Ir para lá foi a melhor coisa que poderia acontecer comigo. Esse estilo de jogo do Fernando Diniz, que todo mundo fala hoje, mas lá já fazia assim naquele tempo. Ele me deu aos profissionais”, contou o jogador, atualmente no Red Bull Salzburg-AUS, em entrevista ao ESPN.com.br.
“Me destaquei e tive um convite pra ficar umas semanas na base da Inter de Milão, que tinha sido campeã da Champions League na temporada anterior. Nos finais de semana fui complementar os treinos com o profissional e lá tinha Diego Milito, Phillipe Coutinho e Sneijder. Foi surreal, estava na base do Audax e duas semanas depois marcando os caras que via na TV”, recordou.
Além de realizar um sonho, Bernardo ficou muito surpreso com o próprio desempenho.
“Até então, achava que estava muito abaixo e que teria muitas dificuldades. Quando marquei esses caras de muita qualidade vi que não era nada do outro mundo. Foi bom pra ver que estava em um nível bom e poderia melhorar bastante no futuro”, analisou.
O volante não pôde ficar nas categorias inferiores da equipe de Milão por ter um contrato profissional com renda no Brasil.
Logo depois disso, foi contratado pelo Coritiba e conquistou o Estadual sub-20. Ainda passou pelo Red Bull na série A2 Paulista antes de desembarcar na Ponte Preta. Sem muito espaço entre os profissionais do clube de Campinas, voltou ao “Toro Loko” para jogar a Série D do Campeonato Brasileiro.
“Infelizmente fomos eliminados na primeira fase, mas fui bem e titular no segundo turno. Fui chamado no começo deste ano para fazer um período de testes no Red Bull, da Áustria. Como gostei e fui bem acabei ficando”, comentou.
Em 12 partidas deste ano, Bernardo só ficou uma vez de fora: foi titular seis vezes e entrou na etapa complementar em outras cinco. A rápida adaptação surpreendeu até mesmo o brasileiro. “Eu não esperava que fosse jogar porque tem muitos jogadores jovens. A média de idade é de 24 anos. Eu fazia parte da equipe B que joga a segunda divisão, mas acabei no time principal”, afirmou.
Ele mudou de posição no “Velho Continente”, pois chegou a jogar como zagueiro e lateral no Brasil. “Pelo fato de ter boa técnica e velocidade eles acharam que daria certo e estou mais bem adaptado”, afirmou.
Além do mesmo nome do pai, agora Bernardo também compartilha a mesma posição que o ex-jogador. “Não sei se ele ficou mais ou menos contente, mas como ele tem experiência pode me dar muitas dicas e orientações. Não me lembro do meu pai jogando, só por DVD mesmo. Nunca teve pressão pra jogar e a influência dele ajudou demais. Meus pais sempre apoiaram”,
garantiu.
Com contrato até 2020 com o time austríaco, que lidera a liga nacional seis pontos á frente do segundo colocado, ele tem sonhos altos para o futuro. “Meu objetivo é conquistar o campeonato e a copa, que estamos na final. Ano que vem se chegarmos à Champions e jogando a fase de grupos teremos visibilidade maior para ver um centro maior na Europa”, finalizou.