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Campeão por São Paulo, Atlético, Grêmio e Fluminense, técnico marcou época também na seleção brasileira com futebol mágico e inesquecível na Copa de 1982
Há dez anos morria o técnico Telê Santana. Apelidado “Fio de Esperança” por conta do corpo esguio, o mineiro foi jogador de futebol entre 1951 e 1963, quando a liderança e a experiência do campo tornaram a transição para o cargo de técnico algo natural. Treinou vários clubes e fez sucesso também na seleção brasileira, comandando-a em duas Copas do Mundo e deixando tatuada na mente dos amantes do futebol o verdadeiro jogo bonito. O Esporte Espetacular conversou com alguns dos discípulos e comandados de Telê para saber mais sobre o legado deste técnico tão marcante na história do futebol brasileiro.
Telê Santana – É o que nós sabemos fazer. O dia que nós quisermos entrar em campo, para dar pontapé, para jogar com violência, a gente vai perder tudo, porque o futebol brasileiro é outra origem. Nós sabemos jogar e muito bem. Nós temos habilidade e técnica
Rogério Ceni – Eu trago muito dos ensinamentos dele. Não só para o futebol, mas para a vida. São dois títulos mundiais e duas Taças Libertadores. Não tem como não ser lembrado, não é? Peço a Deus que ele esteja lá no céu olhando pela gente. Ele será eternamente lembrado aqui dentro.
Zico – Um dos maiores técnicos do futebol mundial de hoje é o Pep Guardiola. E ele cansa de dar entrevistas de que uma das fontes de inspiração foi o time de 1982. Era a seleção brasileira dirigida pelo Telê Santana.
Raí – Telê fez com que crescesse o meu jogo. Ele também queria que eu fosse um jogador mais completo. Eu não era um jogador artilheiro ainda, era mais o organizador do time. E ele fez com que eu penetrasse mais na área, ficasse mais presente no ataque e fizesse mais gols.
Muricy – O que é do Telê, realmente, é a perseverança, a determinação, não desistir nunca, trabalhar pra caramba. Ele falava: “Meu, os caras podem te mandar embora por qualquer coisa, por resultado, por um trabalho que não foi bom. Mas eles não podem te mandar embora por falta de trabalho!” De vez em quando, sonho com ele. Isso é muito legal. Há pouco tempo sonhei com ele dando risada. Não sei por que ele estava dando risada? O Telê nunca dava muita risada.