Ceni deixou Galoppo, Alan Franco e Gabriel Neves fora de jogo com o Palmeiras; clube pressiona contra regra que limita jogadores de fora do país
Globo Esporte
Os três jogadores estrangeiros que Rogério Ceni foi obrigado a cortar do clássico contra o Palmeiras, no domingo, podem custar até R$ 39 milhões ao São Paulo – o valor é variável por causa do contrato do zagueiro Alan Franco.
Além do defensor, o treinador deixou fora da lista de relacionados o também argentino Galoppo, meia, e o volante uruguaio Gabriel Neves.
Com oito estrangeiros em seu elenco, Ceni tem que cortar três deles de cada partida já que os regulamentos de torneios nacionais limitam a cinco os jogadores nascidos fora do país nos jogos – como titulares ou reservas.
Galoppo é um dos maiores investimentos da história do clube. Contratado no ano passado, custou US$ 4 milhões (cerca de R$ 20,8 milhões na cotação atual) – a diretoria diz que o valor será levantado num fundo formado por parceiros do clube.
O meia ainda não se firmou no time, mas há a expectativa de que ele possa atuar com mais regularidade em 2023, passado o período de adaptação. Ele esteve nos dois jogos anteriores, como reserva, e fez um gol contra a Ferroviária, na segunda rodada do Paulista.
Gabriel Neves chegou em 2021, num empréstimo de 300 mil dólares (quase R$ 1,6 milhão). Depois de um início ruim, fez bons jogos em 2022 e convenceu a diretoria a pagar mais US$ 1,7 (cerca de R$ 8,8 milhões) em luvas para mantê-lo por mais três anos.
Neves terminou a temporada lesionado, mas voltou das férias recuperado. Apesar disso, ainda não foi relacionado neste ano, o que gerou questionamentos e uma resposta de Ceni, de que não tem “nada pessoal” contra o volante.
Alan Franco é o investimento mais recente. O zagueiro fez sua estreia no time na quinta-feira, contra a Ferroviária, como titular.
Apesar de ter vínculo federativo com o defensor até dezembro de 2025, o São Paulo ainda não detém os direitos econômicos do jogador – na prática, ele está emprestado ao clube.
O acordo com o Atlanta United, time que Franco defendeu nos EUA, prevê o pagamento de US$ 300 mil (R$ 1,6 milhão) nesse primeiro ano de acordo. O restante, que pode chegar a mais US$ 1,2 milhão (R$ 6,2 milhões), serão pagos se metas estabelecidas no contrato forem batidas.
Esses objetivos são tidos como de fácil cumprimento se o jogador se tornar titular da equipe. Nesse cenário, o São Paulo teria que pagar o valor acordo e se tornaria dono de uma fatia dos direitos econômicos do atleta – o percentual depende ainda de negociação e das metas.
A escolha pelos estrangeiros relacionados tem sido feita jogo a jogo por Ceni. Além de Gabriel Neves, que ficou fora dos três primeiros – Ceni justifica a decisão com a concorrência de meio-campo, onde afirma ter mais jogadores –, o técnico também tem deixado um zagueiro fora – são três gringos no setor.
Orejuela era candidato a ser cortado contra o Palmeiras, como tinha acontecido na rodada anterior, mas a lesão de Igor Vinícius fez com que Ceni o levasse para o Allianz Parque para ser o reserva de Rafinha para a lateral-direita.
– Se não fosse o regulamento, os oito estariam relacionados. Já expliquei pra todos, conversei. Na zaga tem um rodízio definido. São escolhas que tenho que fazer. O elenco fica curto por três jogadores que têm que sair. Começa um ano que a gente nem consegue preencher o banco – comentou Ceni após o jogo contra o Palmeiras
Com oito estrangeiros no elenco (Orejuela, Alan Franco, Arboleda, Ferraresi, Gabriel Neves, Méndez, Galoppo e Calleri), a diretoria agora limitou a procura por novos jogadores a brasileiros – a lateral-esquerda e o ataque ainda são setores que o treinador quer reforçar.
Além disso, é provável que o número de gringos caia para sete em junho, quando termina o empréstimo de Ferraresi, cujos direitos, avaliados em 6 milhões de euros (quase R$ 34 milhões), são proibitivos para o São Paulo hoje.
O zagueiro sofreu uma ruptura de ligamento no joelho direito no clássico contra o Palmeiras e precisará fazer uma cirurgia. Com mais cinco meses de vínculo, é possível que ele não se recupere a tempo de voltar a defender o São Paulo.
Em outra frente, a diretoria tricolor parece agora liderar uma campanha pela flexibilização da regra que limita a cinco os jogadores estrangeiros nas partidas de torneios nacionais – essa restrição não se aplica a competições da Conmebol, como a Copa Sul-Americana, que o São Paulo disputará a partir de abril.
Ao ge, na última semana, o diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, afirmou que tem conversado com colegas de outros clubes para pressionar a CBF e federações estaduais a permitir que mais atletas de fora do Brasil possam ser relacionados em cada confronto.
Após o empate sem gols com o Palmeiras, no domingo, o São Paulo agora se prepara para o duelo contra a Portuguesa, na quinta-feira, no Morumbi.