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Caíque Toledo
Depressivos,
Ainda em êxtase pelos acontecimentos dessa noite, quero deixar claro que nenhum time teria vencido o São Paulo hoje. Equipes melhores, é claro, existem aos montes, mas não há quem igualaria nosso espírito e nossa vontade. Foi dia de Libertadores no Morumbi, e isso não é qualquer coisa.
Na melhor partida do ano, não há críticas. Contestado, Michel Bastos parece ter entendido que estava errado e virou sinônimo de raça. Ainda devendo, Centurión e Mendes se doaram do início ao fim. Brilhantes de novo, Ganso e Hudson ditam o ritmo. Empurrados por uma torcida que mais uma vez fez a diferença. O sacrossanto pulsa, nossa casa vibra, o Morumbi também joga. O inferno é vermelho, preto e branco. Não duvidem do São Paulo quando o assunto é Libertadores. Nunca.
É claro que lá no começo da Libertadores não havia quem acreditasse que esse time jogaria assim. Nem parece o mesmo time, aliás. Possivelmente não saberemos o que aconteceu, mas precisamos registrar o momento. O ‘líder do grupo da morte’ não jogou bola hoje. Não viu a cor dela. Como virou costume, os de branco atropelaram os de vermelho. Como de costume, o time brasileiro que mais sabe jogar Libertadores fez sua parte.
Crescemos na hora certa, como nossa competição favorita pede. Pode ser que não dê em nada, mas vamos curtir o momento. Ninguém sabe o que vai acontecer na semana que vem, na próxima fase, na final da Copa Libertadores. Mas e daí? Até lá, não me importo. Hoje, nós somos os melhores do mundo. E merecemos aproveitar isso.
Renan Ribeiro: 6
Não teve trabalho nenhum, mas, por via das dúvidas, que fique com a vaga. Não por hoje, claro, mas muito mais seguro que o Denis.
Bruno: 7
Marcou certinho, chegou bem ao ataque, deu chapéu e assistência. Não sei quem jogou no lugar do Bruno, mas está de parabéns.
Maicon: 7
O melhor zagueiro-zagueiro-goleiro do mundo. Impecável de novo.
Rodrigo Caio: 7
Um pouco abaixo do parceiro de zaga, mas quis jogar sério e fez outra ótima partida.
Mena: 7
Suas melhores características são defensivas e o Toluca não passou do meio-campo. Atuação perfeita.
Hudson: 8
Vocês falam ‘Hudson’ e eu só vejo o Redondo jogando no auge. Sério, que jogo FANTÁSTICO do Hudson. Um aproveitamento de 137% nas roubadas de bola, chegando lá na frente pra distribuir, perfeito nas tabelas e orientando o time, cobrando e correndo. O capitão Hudson não pode ser criticado.
Thiago Mendes: 8
Linda a estreia do Thiago em 2016. Um jogo a lá Yayá Mendes de 2015, jogando o fino e sendo fundamental pro ritmo do time. Sabe que perdeu a posição e quer correr atrás.
PH Ganso: 9
Mais uma atuação ESPETACULAR do melhor jogador do futebol brasileiro. Sei que já ficou chato elogiar o Ganso com toda a bola que ele vem jogando, mas como não? Chega a impressionar toda a qualidade que o 10 do Hexa vem mostrando, brilhante no ataque e totalmente aplicado na defesa. O maestro Paulo Henrique Ganso, que faz tranquilamente alguns dos melhores jogos de sua carreira, é incriticável. Craque, sim, e me desculpe quem não acha. Estão completamente errados.
Michel Bastos: 8
Achamos a cura para a dengue. Senhores, agora posso afirmar: Michel Bastos está de volta. Nosso melhor jogador na Libertadores do ano passado renasceu junto conosco, e vem sendo fundamental. Hoje uma apresentação excelente, com a maioria das bolas passando pelos seus pés. A comemoração de seu gol, a raça e a vibração mostram muito do que esse time se transformou.
Kelvin: 7
Outra partidaça desse jovem. Infernal pela direita, deixou os caras malucos e mandou duas bolas na trave. Ganhou a vaga e com todos os méritos do mundo.
Centurión: 10
Que atleta. Impecável do começo ao fim, apertando a saída de bola no primeiro gol, fazendo mais dois, correndo, dando carinho, acertando passe e tudo mais. O Calleri vai ter que voltar pro banco, porque o camisa 20 é um craque. Este blog nunca criticou Adrián Ricardo Centurión, o melhor argentino do mundo.
Patón Bauza: 9
Há de se respeitar Patón Bauza. Acertou quando prometeu que o time iria se arrumar, recuperou os atletas, vem tirando o melhor de um elenco ainda limitado e, sim, entende muito de Libertadores. Estamos muito bem servidos.
Kardec, Wesley, Lucas: 10
Dez pra todo mundo que to feliz demais hoje.
Notas:
– Ah, mas era o Trujillanos, quero ver o atual campeão da América. Ah, mas o River era fraco, quero ver na altitude. Ah, mas o Strongest foi fácil, quero ver contra o líder do grupo da morte. Blá, blá blá.
– Em tempo: todas as críticas anteriores foram necessárias, como todos os gritos de apoio agora são merecidos.
– A melhor atuação de um time brasileiro do ano foi essa e não há quem tenha jogado mais bola que o Ganso no Brasil em 2016.
– Ainda vamos falar sobre Leco não ter aceito a demissão de Ataíde. O momento em campo é bom, mas não podemos fechar os olhos para a corja que ainda comanda nosso time.
– Libertadores e Morumbi é a melhor combinação da história. Vamo San Pablo, carajo!
O sentimento é esse mesmo.
Jogaram demais, foi impressionante o futebol apresentado por esses caras ontem, poucas vezes vimos o time se comportar dessa maneira, hoje é parabéns coletivo.
Mas tem um fato que não pode ser deixado de lado.
O fator preponderante para esse espetáculo foi a caganeira de Kardec.
O time morreu depois de sua entrada, não teríamos goleado com sua presença desde o início, já se o Calleri tivesse jogado….
Seria uns 8 a 0 fácil.