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Jhegson Méndez é titular absoluto do São Paulo, mas não como Rogério Ceni gostaria.
Treinador pediu a contratação e pensava nele como segundo volante, mas em um mês percebeu que isso não é possível.
A contratação criou um excesso de opções para uma vaga em vez de solucionar uma carência do elenco em outra função.
Agora o São Paulo tem três peças para uma só função: Luan, Méndez e Pablo Maia brigam por um único lugar no time.
O lado bom é que o reforço chegou a custo zero, apenas com pagamento de luvas. O ruim é que as limitações do elenco continuam praticamente as mesmas.
Quando pedi o Méndez, achei que seria uma grande oportunidade de ter um bom jogador por um preço que cabia no bolso do clube, mas imaginei que conseguiria transformá-lo em segundo volante. O primeiro volante eu já tinha.”
Rogério Ceni sobre a contratação de Méndez.
Como fica o meio-campo
Rogério Ceni tem como ideal um setor com dois volantes e um meia, quase sempre Luciano. Na entrevista depois da vitória sobre o Santos, há dois dias, ele deixou claro que pensa em Gabriel Neves e Rodrigo Nestor como opções para segundo volante.
O desencontro de ideias sobre Méndez ficou claro logo na apresentação do reforço. “Ele [Ceni] pediu para que eu jogasse mais adiante, mas gosto de sair de trás, onde tenho mais controle do time”, disse o volante na ocasião.
Ceni admite que cometeu um “erro de avaliação”. O objetivo da contratação do equatoriano era ter um meio-campista mais avançado e não na frente da área. “Achei que poderia fazer isso com o atleta, mas hoje vejo que ele rende bem mais como primeiro”, reconhece.
Excesso de estrangeiros
Mendéz à frente da área complica ainda mais a escolha entre os estrangeiros no São Paulo. Só cinco podem jogar de cada vez, por isso tê-lo como titular torna obrigatório que Ceni corte pelo menos dois jogadores entre Alan Franco, Arboleda, Calleri, Galoppo, Gabriel Neves e Orejuela — Ferraresi está machucado.
Se Mendéz fosse segundo volante, a disputa por vaga seria direta com Gabriel Neves, ou seja, dois estrangeiros disputariam diretamente a mesma vaga e o impacto seria menor em outros setores. Contra o Santos, por exemplo, a volta de Calleri fez Ceni barrar Neves.