Tricolor quer apresentar planos para sua casa em até dois meses, com inspiração argentina
LANCE
A obra de reformulação do Monumental de Núñez feita pelo River Plate, da Argentina, vem motivando nos bastidores a diretoria do São Paulo para tirar da gaveta projetos semelhantes que possui para o Morumbi.
O LANCE! apurou que o presidente Julio Casares e alguns outros integrantes da cúpula tricolor entenderam que o formato de reforma escolhida pelo clube de Buenos Aires é viável, prático, barato e poderia atrair o interesse de parceiros, já que o estádio se tornaria mais atrativo para shows e eventos de grande porte, o principal objetivo dos dirigentes.
Entre o fim da última temporada e o começo desta, o River simplesmente acabou com a pista de atletismo ao redor do gramado e criou para o lugar dois setores. A geral, atrás dos gols, será específica para suas barras bravas (como são chamadas as torcidas organizadas do país vizinho), sem assentos. Terá 23,3 mil lugares. Nas partes centrais, a ampliação das cadeiras numeradas e de sócios deixou os espaços com capacidade total de 57,7 mil pessoas.
Com as reformas, a casa do tradicional time portenho virou o maior estádio da América do Sul, com cerca de 83,2 mil de capacidade. O Morumbi, que já foi o maior campo de futebol particular do mundo, atualmente é o quinto da relação continental, para um público de 66.795 espectadores.
A expectativa dos cartolas são-paulinos é de finalizar em até dois meses o projeto a ser apresentado para captação de recursos. O Tricolor tem duas frente para arrecadar a grana necessária. Uma é a de fechar parceiros da iniciativa privada dispostos a serem uma espécie de sócios na empreitada. A outra é a venda do namming rights.
Desde os anos 1990 há falas das diretorias do São Paulo sobre reformas estruturais profundas no Morumbi. A última de grande impacto foi em 2008, na gestão Juvenal Juvêncio, quando se prometia cobrir todo o setor das arquibancadas e também construir estacionamento. Sem a inclusão do estádio na Copa do Mundo de 2014, os planos foram engavetados.
De imediato, conforme o L! apurou, a diretoria atual descarta planos mais audaciosos, como o rebaixamento do gramado. Um córrego que passa por debaixo da praça esportiva impede alterações nesse nível. Mas após as ações do River, é quase certo que a aproximação das cadeiras ao gramado será realizada se o projeto andar, com a extinção da pista de atletismo ao redor do campo.
Ao L!, fontes da cúpula tricolor ouvidas revelam que um dos projetos que mais agradam conselheiros é a junção do setor intermediário com o térreo, mantendo assim o espaço onde se localiza o Morumbi Concept Hall, com lojas e serviços ao torcedor no térreo, mas sem vistas ao gramado, como acontece hoje. Também inaugurado na gestão Juvêncio, o espaço extinguiu as antigas gerais do estádio atrás dos gols. Foi apenas a segunda grande intervenção estrutural desde a inauguração completa, em 1970.
Nos anos 1990, para a instalação de amortecedores e atender requisitos de segurança, cadeiras foram instaladas em todos os setores, incluindo as arquibancadas, reduzindo drasticamente a capacidade total.
No mês passado, Casares já havia revelado em entrevista à ‘TV Gazeta’ que um grupo de arquitetos estão avaliando dentro do clube trabalhando em um projeto de reforma.
– O Morumbi está dentro desse contexto. Nós achamos que vamos ter não só os naming rights, mas uma casa de espetáculos multiarena, para que nós consigamos fazer um grande investimento da iniciativa privada. Porque eu não posso… hoje, todo o dinheiro arrecadado com a receita do São Paulo é para pagar dívida, alongar dívida e manter um plantel competitivo.