São Paulo acumula 6 lesões nos últimos 3 jogos no Allianz; especialista responde se gramado sintético tem relação

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ESPN

Mais do que a inesperada eliminação nas quartas de final do Campeonato Paulista, o São Paulo passa por uma grande crise interna, causada pelo alto número de lesões e o longo tempo de recuperação dos atletas.

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Apenas no último jogo, contra o Água Santa, o Tricolor perdeu Galoppo, que sofreu uma ruptura do ligamento no joelho esquerdo, o lateral Welington, que teve uma entorse no tornozelo esquerdo, além de Wellington Rato, que precisou deixar o jogo com cãibras.

As lesões levantaram dúvidas se o causador delas poderia ser o gramado sintético, utilizado no Allianz Parque, local do duelo e onde o São Paulo registrou também outras contusões. Computando os três últimos jogos do time na casa do Palmeiras, além dos três já citados, se machucaram Ferraresi (ruptura no ligamento do joelho), Rafinha (entorse no tornozelo) e Miranda (lesão no ligamento do joelho). Voltando um pouco mais no tempo, no jogo de ida da final do Paulistão 2021, Daniel Alves e Benítez também precisaram ser substituídos com muitas dores.

Apesar disso, pelo olhar clínico, isso se trata apenas de uma infeliz coincidência: “O gramado sintético tem um nível maior de aderência, então facilitaria lesões sem contato, como por exemplo o pé travar no chão, mas não existe um consenso em relação a maior índice de lesões no futebol em gramado artificial. No futebol americano, tem um dado que mostra que aumentam as lesões, mas a gente não pode extrapolar para o futebol, já que são esportes bastante diferentes”, disse Stella

Galoppo chorando após lesão na partida entre São Paulo x Água Santa pelo Campeonato Paulista Ricardo Moreira/ZIMEL PRESS

Ela também apontou que todas as partidas no Allianz Parque em que os atletas se machuraram, tinham um aspecto que pode ser tratado como um diferencial. “As lesões aconteceram em partidas de maior importância. Um clássico contra o Palmeiras, que sempre tem uma demanda física e emocional alta e um jogo decisivo contra o Água Santa.”

Ainda de acordo com a fisioterapeuta, o Tricolor passa atualmente com um efeito cascata em relação a lesões. Para o duelo com o Água Santa, o time teve sete jogadores indisponíveis por lesões: Ferraresi (cirurgia no joelho direito), Moreira (cirurgia no joelho esquerdo), Rafinha (entorse no tornozelo esquerdo), André Anderson (pubalgia), Igor Vinícius (dores no púbis), Caio Matheus (cirurgia no joelho direito) e Calleri (lesão no tornozelo direito).

Ferraresi, zagueiro do São Paulo, sai no carrinho de maca após lesão contra o Palmeiras Renato Gizzi / Photo Premium / Gazeta Press

“Teve jogo nesse início de ano em que o São Paulo teve mais de dez desfalques. Isso faz com que todos os jogadores que não estejam no DM tenham uma demanda muito maior de treinos e jogos, já que eles praticamente não revezam com ninguém.”

Coincidentemente ou não, o clube decidiu fazer uma reformulação em seu departamento físico. A ESPN apurou que nesta quarta-feira (15), dois dias após a eliminação no Estadual, Carlos Tadeu Moreno, um dos médicos que cuidava do dia-a-dia do futebol, foi desligado e seguirá carreira como cirurgião e ortopedista em clínica própria. Já José Sanchez assumirá o cargo de “coordenador médico de transição”. Na prática, ele também deixa o atendimento ao time profissional e passa a dar suporte a todas as áreas de saúde do clube. Os cargos que eram da dupla agora serão ocupados pelos médicos Ricardo Galotti e Fábio Luiz Novi. Antes de cuidar do dia-a-dia do futebol profissional, eles trabalhavam nas categorias de base do Tricolor.

Reffis Plus é alvo de críticas

No começo do século, o Reffis era visto como algo de última geração, sendo que o Tricolor muitas vezes se beneficiou da estrutura para recuperação de lesões para atrair jogadores que acabaram virando reforços, como Luizão, Adriano Imperador, Ricardo Oliveira, entre outros. Em 2021, o presidente Júlio Casares rebatizou o setor de DEM (Divisão de Excelência Médica), adicionando o “Plus” ao nome do antigo Reffis, além de ter equipado o departamento com aparelho mais modernos.

Porém, segundo levantamento feito pelo historiador Alexandre Giesbrecht, do “Anotações Tricolores”, a última vez que o São Paulo teve o DM completamente vazio foi em abril de 2022.