Toluca 3×1 São Paulo: não priemos cânico…

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Caíque Toledo

Getty Images
Imagina esse time sem o Maicon

 

Depressivos,

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Palma, palma. O São Paulo, que foi ao México apenas para passear e bater uma bolinha sem compromisso, voltará como planejado: classificado para as quartas de final da Copa Libertadores da América. A derrota por 3 a 1 para o bom time do Toluca não muda em nada nossos planos e não nos assusta. Pelo contrário, foi fundamental para abrirmos nossos olhos para alguns problemas que podem dificultar nosso caminho.

 

O 4-1-4-1 de Bauza, sem Ganso, deu a Wesley a chance de brilhar. Melhor tricolor em campo, o camisa 11 nos deu a superioridade de um time que ganhava a bola fácil no meio-campo e só não acelerava porque, convenhamos, não precisava. Estavamos tranquilos com o resultado, e só não ficamos ainda mais porque o time tomou gols bobos. Primeiro sinal de alerta. Denis, Bruno e Mena são os principais pontos fracos de um time que insiste em falhar na defesa. Precisamos melhorar.

 

A arbitragem também é um problema. Já fomos prejudicados nessa Libertadores e, pelo visto, continuaremos sendo. Não sei até que ponto a Conmebol realmente não gosta do São Paulo, mas lances como os de hoje são fora do padrão até para a patética arbitragem sul-americana. Pode botar um pouco do resultado nessa conta, amigos. Segundo sinal.

 

O terceiro é que complicamos um jogo besta. Kelvin não precisava levar o cartão que levou, Hudson tinha chances de ser expulso, Calleri poderia ter levado o vermelho e, Centurion, bem, segue com a sina de correr mais do que pensa. É inadmissível que um time entre em campo com tanta vantagem e os cartões ridículos que tomamos.

 

São pontos a serem corrigidos, mas o saldo é extremamente positivo. Para quem seria eliminado na fase de grupos, passamos pelo líder do grupo da morte e voltar às quartas pela primeira vez desde 2010. Estamos no lucro. E podemos chegar mais longe, se continuarmos nessa pegada e nessa vibração. Ironias de comentarias à parte, ‘vexames evitados’ à parte, seguimos em busca da América. E ela tem tudo para voltar a ser tricolor.

 

Denis: 3
Só no Panamá pra um goleiro inseguro, fraco e plantado na linha da área ser titular de um time grande que quer ganhar Libertadores. Não tem a menor condição desse cara jogar, sério mesmo. Os dois primeiros gols não tiveram culpa dele, é claro, mas, pelo amor de Deus, o terceiro foi ridículo. Tá bem claro que daqui a pouco que vai continuar entregando. Dá até pra gente fazer um bingo de em qual fundamento o Denis vai falhar nos próximos jogos.

 

Bruno: 3
Na lista de piores invenções da história do futebol, o lateral Bruno vem uma posição logo acima do clássico com torcida única.

 

Maicon: 8
O dono da defesa. Impecável em cima, embaixo, marcando e tirando bolas. Mantê-lo é fundamental pro planejamento a longo prazo, porque, convenhamos, é nosso melhor zagueiro. E melhor goleiro também, mas aí é outro papo.

 

Rodrigo Caio: 5
Juvenilzou no primeiro gol dos caras, ok, mas nos outros dois ficou sozinho na marcação de dois caras porque alguém (leia-se o lateralzinho chileno) não foi marcar. Não teve tanta culpa eão pode ser crucificado. É bom jogador e, convenhamos, opção muito melhor do que Lugano ou Lucão.

 

Mena: 3
O Mena não acerta um único cruzamento. “Ah, mas ele é bom defensivamente”. O Mena só dá bote errado e não fecha um único cruzamento. “Ah, mas ele é melhor que o Reinaldo”. O Mena é um Reinaldo que foi treinado pelo Sampaoli. Só isso.

 

Hudson: 7
De novo, um gigante na marcação. A braçadeira lhe caiu muito bem.

 

Thiago Mendes: 7
Não sei o papo que teve quando o Schimidt ganhou a vaga, mas não parece sombra do jogador do começo do ano. Importantíssimo nos dois jogos das quartas.

 

Wesley: 8
Além de ter um time compacto, vibrante, colocar o Ganso num patamar absurdo e nos fazer jogar bola, o Bauza merece todos os créditos do mundo por recuperar o Wesley. Sério, é difícil imaginar que seja o mesmo Wesley que veio do Palmeiras, que fez a alegria dos rivais quando pulou o muro, que nos irritou incansavelmente durante 2015. O Wesley 2016 é uma versão melhorada do jogador visivelmente preguiçoso e nem aí pra nada que nos acostumamos, sendo, quem diria, peça de confiança do Bauza para jogos complicados. Foi importante em La Paz, melhor em campo hoje, e, aparentemente, podemos colocar de molho os xingamentos toda vez que vemos o camisa 11 indo para o aquecimento.

 

Michel Bastos: 7
Obrigado, Michel, por entender que não era o dono do time e por voltar jogar bola. Agradecemos muito e sabemos que será fundamental. Mais uns dois jogos resolvendo assim e eu paro de falar da dengue ou de chamar de Mimimichel, ok?

 

Kelvin: 6
Ótimo jogo na questão defensiva, jogo mediano lá na frente e no fim um jogo besta pelo cartão. Mas é importante e precisa de moral.

 

Calleri: 5
Jon, amigo, vamos hablar. Sei que ustedes é craque, quieres ganhar la Libertadores con San Pablo, então vamos nos ayudar, ok? É craque, sabes hacer gols, será muy importante para nós, mas precisa controlar seu temperamento. Além do jogo de hoje ter sido incrivelmente abaixo do que estamos acostumados, foi ridiculamente imprudente com o cartão que levou. Podia ser expulso de novo por besteira. Vamos pensar no time ai, amigón.

 

Patón Bauza: 7
Fez certinho no 4-1-4-1, ganhando o meio-campo e roubando a bola fácil. Com o Wesley, conseguiu segurar a bola e melhorar o passe na linha do meio, algo que o Ganso ficaria meio fora de posição. Derrota vai na conta da altitude e da atuação ridícula do sr árbitro. In Patón we trust.

 

Centurión: s/n
Tava muito bem no jogo. Sério. Tipo, bastante. Mas aí ESSE MERDA tem que fazer alguma cagada, né? O meia-boca argentino tinha tudo pra ganhar confiança depois do bom jogo no Morumbi, mas, não, foi cuspir no adversário, prejudicar o time e provavelmente vai tomar um gancho enorme. Tem certa habilidade, é claro, mas é provavelmente o jogador mais burro da história do futebol.

 

Kardec: 5
O Kardec vai atrás da bola como eu ia pras aulas de matemática às 7h de segunda-feira no ensino médio.

 

Caramelo: 5
Ah, entrou lá né.

 

Ganso: 10
Volta, craque.

 

Notas:
– Férias em Acapulco. Um brinde ao Chaves.
– Racing ou Atlético, não me importa. Hoje, não estamos em condições de temer ninguém.
– Só lembrando que sigo com a proposta de Bauza inventar um esquema sem laterais. Por motivos óbvios.
– Vamo San Pablo, carajo!