Lucas Perri, Tiago Volpi, Sidão… Onde estão os goleiros que não vingaram no São Paulo pós-Ceni

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De atual titular do Botafogo a goleiro da Série D, Tricolor teve sequência de nomes sem sucesso na posição; Rafael é o nome da vez para tentar acabar com “fantasma” no gol

A posição de goleiro se tornou um dos grandes problemas no São Paulo desde a aposentadoria de Rogério Ceni, no fim de 2015. Diversos jogadores passaram pelo clube e não conseguiram suprir essa ausência.

Neste ano, Rafael, contratado no início da temporada, é quem tem a missão de conseguir transmitir uma confiança que ninguém foi capaz desde Ceni. Jandrei e Felipe Alves, contratados em 2022, oscilaram e não fazem sombra ao titular neste momento.

O futuro da dupla pode ser igual ao de outros que tiveram lampejos e depois ficaram esquecidos. Por isso, o ge relembra abaixo os goleiros que passaram pelo Tricolor nesses últimos oito anos e onde eles estão.

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Denis, Sidão e Lucas Perri — Foto: Divulgação

Dênis (2009 a 2017)

Primeiro goleiro a ter a dura missão de substituir Rogério Ceni no gol são-paulino, Dênis viveu altos e baixos desde que deixou o São Paulo, em 2017, rumo ao Figueirense. Na equipe catarinense, teve seu melhor momento na carreira, quando foi titular absoluto e chamou a atenção do futebol português.

Em 2019, então, foi contratado pelo Gil Vicente, de Portugal, e foi titular em duas temporadas consecutivas. No ano passado, atuou pelo Aris, da Grécia, antes de chegar ao Sport. Adversário do São Paulo nas oitavas de final da Copa do Brasil, ele é reserva no time pernambucano, sem nenhum jogo nesta temporada.

Renan Ribeiro (2013 a 2017)

Aos 33 anos, Renan Ribeiro vive o pior momento de sua carreira. Depois que deixou o São Paulo, em 2017, com 30 jogos disputados naquela temporada, o goleiro foi contratado pelo Estoril Praia, se destacou e logo chegou ao Sporting, um dos mais poderosos do país.

A primeira temporada foi boa, com 38 jogos, mas caiu de rendimento em 2019/20 e só entrou em campo 18 vezes. Depois disso, não disputou uma partida sequer. Renan Ribeiro amargou a reserva no clube português em 2020/21 e 2021/22, e pediu a rescisão no ano passado.

Ele, então, foi para o Al Ahli, da Árabia Saudita, e continuou sem oportunidades. Deixou a equipe neste ano e está sem clube. A última vez que entrou em campo foi no dia 12 de abril de 2019, quando foi expulso na derrota do Sporting para o LASK Linz, pela Liga Europa.

Sidão (2017 e 2018)

Sidão talvez tenha sido o goleiro pós-Ceni que mais protagonizou debates sobre suas atuações. Contratado a pedido do próprio Rogério Ceni em sua primeira passagem como treinador do clube, em 2017, Sidão teve um início promissor, mas aos poucos perdeu força com as más atuações.

Após perder a condição de titular no final de 2018, foi negociado com o Vasco, de lá emprestado para o Goiás, em 2020, e repassado ao Figueirense no ano seguinte. Com apenas sete jogos pelo Vasco, foi para o Atlético Catarinense em 2022 e, neste ano, defende o Concórdia, de Santa Catarina, que disputa a Série D do Campeonato Brasileiro.

Jean (2018 e 2019)

Com a má fase de Sidão, Jean assumiu a condição de titular no fim de 2018 e parecia justificar os cerca de R$ 9,8 milhões em sua contratação junto ao Bahia. Mas Tiago Volpi foi contratado e ele voltou a ser reserva.

Durante as férias de 2019/20, um episódio de acusação de agressão à sua ex-mulher colocou um fim na passagem pelo São Paulo. Mesmo com as graves denúncias, ele atuou com destaque pelo Atlético-GO, em 2020, e no ano seguinte foi para o Cerro Porteño. No Paraguai, é titular absoluto da equipe, que está no grupo do Palmeiras na Conmebol Libertadores.

Tiago Volpi (2019 a 2022)

Além da pressão natural pela busca de um substituto a Rogério Ceni, Volpi ainda lidou com o agravante de ter sido contratado como goleiro mais caro da história do clube. O Tricolor pagou cerca de R$ 21 milhões ao Querétaro, do México.

O seu começo foi promissor, sendo decisivo nas semifinais do Campeonato Paulista de 2019 ao defender dois pênaltis contra o Palmeiras e levar o São Paulo à final. Parecia que era o momento em que o gol não seria mais um problema. Após um bom ano de estreia, foi contratado em definitivo e, junto disso, as cobranças aumentaram.

Em um 2020 irregular da equipe, Volpi foi considerado culpado em algumas eliminações, como diante do Mirassol, no Paulistão, e na Sul-Americana, pelo Lanús. Partidas inseguras no Brasileirão e Libertadores também minaram seu caminho. Em 2021, conquistou o Paulistão e se tornou o primeiro goleiro pós-Ceni a levantar um troféu.

No ano passado, Volpi perdeu espaço para Jandrei e foi negociado com o Toluca. Na equipe mexicana, ele é titular absoluto e responsável pelas cobranças de pênaltis. O goleiro já tem quatro gols marcados, sendo três deles nos últimos três jogos. O último foi de cavadinha.

Lucas Perri (2019 a 2021)

Cria da base do São Paulo, Lucas Perri era considerado e preparado para ser o grande sucessor de Rogério Ceni. As boas atuações no sub-17 e sub-20 empolgavam e o credenciavam a tal posto.

No entanto, a sua promoção para os profissionais não empolgou. O primeiro jogo no time principal foi em 2019. No ano seguinte, fez mais duas partidas na ausência de Volpi e sofreu apenas um gol. Em 2021, fez outros seis jogos, mas a falta de confiança e algumas falhas fizeram com que ele não tivesse mais chance.

Com a contratação de Jandrei no ano passado, Perri foi emprestado ao Náutico e logo se tornou um dos principais jogadores da equipe. Decisivo em pênaltis e em alta, chamou a atenção do Botafogo, que o contratou na reta final do Brasileirão.

Neste ano, Perri contou com uma lesão do titular Gatito Fernández para mostrar que o investimento foi válido, e até aqui vai comprovando.

O goleiro de 25 anos é um dos principais destaques e fez duas apresentações brilhantes. Contra o Flamengo, no último domingo, fez pelo menos cinco defesas difíceis. Na última quinta, outras três pela Sul-Americana. Dificilmente ele deixará a condição de titular quando Gatito retornar.

Globo Esporte