Exportação, faixa nobre e ‘geração Barça’: o que a CBF quer com jogos na TV todos os dias

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Marcus Alves, de São Paulo (SP), para o ESPN.com.br

Com o anúncio do horário das 20h às segundas-feiras na festa de lançamento do Brasileiro, a CBF assegurou a transmissão de jogos nas TVs aberta e fechada agora em todos os dias da semana. A novidade, que entrará em vigor a partir da 12ª rodada nesta temporada, surpreendeu aos clubes, agradou à maioria e, inclusive, pode trazer resultados positivos para os seus cofres.

Existe hoje a insatisfação dos cartolas com a venda da competição para o exterior.

Nos últimos anos, o total arrecadado não passou de US$ 5 milhões (R$ 17 milhões, de acordo com a cotação atual) com a exibição em outros países. A Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão, chegou a fazer uma comparação em evento que mostrava que o valor era apenas 1% da receita conseguida pela Premier League.

Ela cobrou na ocasião mais investimento em craques por parte dos times.

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Em contrapartida, escutou críticas a possíveis falhas em sua estratégia, como o uso do nome Brasileirão, considerado de difícil pronúncia para o estrangeiro – e posteriormente trocado por Brazilian League -, e a adoção de veteranos como Ronaldinho Gaúcho, Fred e Alexandre Pato como garotos-propagandas.

O diretor de competições da CBF, Manoel Flores, acredita que o novo horário pode repetir o sucesso de outros campeonatos.

“A gente tem esse projeto há algum tempo e trabalhamos nos últimos anos em aumentar a oferta de horários, entendendo que isso é importante não só para o mercado interno, mas também em possível venda para o exterior. Queremos agregar valor à Série A”, afirmou.

“É um horário de sucesso em outros campeonatos mundo afora. Obviamente, vamos tentar entender como será recebida essa dinâmica aqui, mas nossa expectativa é a melhor possível. Sempre um jogo fechando a rodada às segundas. A ideia é levar cada vez mais público para os estádios e convocamos o torcedor a comparecer”, prosseguiu.

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Com a novidade, o Brasileiro agora terá jogos em suas duas principais divisões de segunda a segunda, em 19 horários diferentes.

Existe a preocupação interna na entidade com o espaço hoje ocupado pelo futebol nacional nas grades das emissoras e as consequências disso. A perda cada vez maior de torcedores para clubes europeus é uma delas. É a chamada ‘geração Barcelona’.

O próprio horário das 11h surgiu nessa esteira.

Primeiro, como forma de atrair um público mais família ao estádio e, segundo, para rivalizar com uma faixa que costuma ter na TV até mesmo o segundo escalão das ligas europeias, caso do Português, Holandês e Russo.

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“Tem campeonato (europeu) com 14 horários diferentes, nove, 12. Mas a ideia não é aumentar por aumentar. A gente tem que entender que o que funciona lá pode não funcionar aqui. Tudo isso passa por um período de adaptação”, analisou Manoel Flores.

Os jogos a serem marcados para as 20h de segunda-feira terão transmissão apenas na TV fechada.