Nem só da alegria de possíveis contratações, como a do ponta Marinho, será a janela de transferências do São Paulo, que abre no próximo dia 3 de julho. Pelo menos dois atletas da base tricolor estão na mira do futebol europeu e a diretoria já sabe (e também quer o dinheiro) que as negociações devem ser inevitáveis.
A mais engatilhada é a de Pablo Maia. O volante de 21 anos, maior revelação são-paulina dos últimos anos, vem desde o final do ano passado convivendo com sondagens do seu futebol por parte de clubes ingleses.
Proposta concreta, contudo, só a do Fulham, que alcançou 8 milhões de euros (cerca de R$ 43,1 milhões). O estafe do jogador queria o negócio, mas o Tricolor recusou, otimista de que poderia conseguir seu objetivo com vendas das promessas de Cotia (SP): sempre dois dígitos, pelo menos. Ou 12 milhões de euros (cerca de R$ 64,7 milhões) no caso de Pablo Maia.
Se viveu um primeiro semestre tímido com o ex-técnico Rogério Ceni, parecendo que o sonho são-paulino ia virar um devaneio, as coisas mudaram com a chegada de Dorival Júnior: o volante se tornou titular absoluto e, além das boas atuações, vem engatando uma série de gols em chutes de longa distância, reacendendo não só o interesse inglês, como a esperança da diretoria em conseguir a bolada pedida. A disputa, pelo menos, está alta. São três clubes da terra do Rei atrás do volante.
Maia, contudo não será o único. O Tricolor vem recebendo sondagens de clubes portugueses pelo lateral-direito Nathan. Não é algo novo. Em março as conversas já estavam rolando, conforme revelou o LANCE!.
Com 20 anos, a cria de Cotia começou o ano emprestada ao Coritiba. Acabou sendo trazida correndo para suprir carências do elenco durante a disputa do Campeonato Paulista, em negociação que envolveu a cessão do volante Liziero aos paranaenses. Desde então foram nove jogos. Mas o jogador perdeu espaço com a chegada de Dorival. Até por isso, há a tendência de se aceitar propostas que aparecer pelos lados do Morumbi.
A situação é idêntica a de Orejuela. Apesar do colombiano não ser visto como um problema por Dorival, até por não criar confusões fora de campo, a diretoria entende que o seu custo não vale a pena e não tem como recuperar o investimento feito pela gestão anterior para contratá-lo.
O lateral foi contratado em 2021 por R$ 13,5 milhões, mas não rendeu o esperado. Passou emprestado por Grêmio e Athletico-PR e havia a esperança no início da temporada de que o Tricolor recebesse alguma proposta, o que não aconteceu. Com a provável recuperação de Igor Vinícius e Moreira no segundo semestre e já com Rafinha e Raí Ramos à disposição para a posição, Orejuela não deve ter espaço algum para jogar. O plano é envolvê-lo em alguma troca.
Muito tem se falado de Beraldo, mas o plano do Tricolor é o de recusar investidas pelo zagueiro de 19 anos, que ganhará aumento nos próximos dias. O plano dos dirigentes é de mantê-lo por mais dois anos pelo menos no plantel. Tempo suficiente para que valorize ainda mais. E, claro, o clube do Morumbi consiga comprar parte dos direitos federativos que ainda pertencem ao XV de Piracicaba, onde ele deu os primeiros passos no futebol.
Existem ainda as situações do meia Nestor e do lateral Welington, constantemente sondados. O segundo, inclusive, recebeu proposta do futebol turco em janeiro. O valor foi considerado muito abaixo do esperado e recusado.
O Conselho Deliberativo do São Paulo aprovou, em dezembro do ano passado, a previsão orçamentária do clube para 2023. E no principal item de receitas, a negociação de atletas, ficou estabelecido o valor de R$ 135 milhões como meta a ser cumprida. O problema é que, com o fechamento da primeira janela europeia ‘em branco’ para o Tricolor, a ‘correria’ para atingir o número ficou para o meio de 2023, entre junho e agosto.
Existiam situações que já se desenhavam complicadas para o clube do Morumbi. Era o caso de Nahuel Ferraresi. O zagueiro venezuelano está emprestado pelo Grupo City até o fim de junho. E por mais que haja cláusulas e vontade da diretoria que facilitassem a negociação para uma prorrogação do empréstimo pelo menos até o final do ano, o conglomerado árabe tinha planos de usar o jogador no Bahia, clube cuja SAF foi adquirida recentemente.
Ferraresi se contundiu gravemente, passará por cirurgia e só deve voltar a jogar na reta final do ano. Sua situação é indefinida.
Dentro do Morumbi, conforme apurado pelo L!, a única meta definitivamente traçada é que não se repita o ocorrido com Luizão e Marquinhos. O primeiro saiu de graça e o Tricolor teve de correr para buscar um acerto com o West Ham para manter ao menos parte dos direitos federativos. O segundo foi vendido a ‘toque de caixa’ ao Arsenal sob o risco de sair de graça ao final do contrato.
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