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Guilherme Palenzuela
O São Paulo vai ao Morumbi na quarta-feira para começar a decisão das quartas de final da Copa Libertadores contra o Atlético-MG – os clubes são os últimos brasileiros que permanecem no torneio. Agora, dois meses depois de ter acumulado os piores inícios da história no Paulistão e na Libertadores, o São Paulo dá indícios de que deixou para trás o futebol sem confiança do início do ano.
A diretoria cobrou os jogadores publicamente no início de março pelas más atuações, fez trabalho interno depois do ato de rebeldia de parte do elenco contra o atraso de pagamentos por direitos de imagem, obteve sucesso em tentativas de recuperações individuais como a de Michel Bastos. Mas há ainda outros pontos que indicam que o futebol que será praticado nessas quartas de final pelo São Paulo será diferente daquele apresentado no campeonato estadual.
Outro time desde Kelvin
A imagem da campanha do São Paulo no Paulistão não ficou marcada pelo time que tinha Kelvin. O ponta direita ex-Palmeiras, hoje titular, começou apenas uma das 16 partidas da equipe no estadual e participou de outras cinco saindo do banco de reservas. Na Libertadores, tudo diferente: jogou seis jogos, sendo cinco como titular.
A questão mais importante é que o time mudou desde a entrada de Kelvin, e os fracassos frequentes se transformaram em triunfos. Antes da entrada dele, o São Paulo passou sem conforto pelo Cesar Vallejo, do Peru, perdeu para o The Strongest no Pacaembu, e empatou com River Plate e Trujillanos fora de casa. Desde que Kelvin entrou no time, o São Paulo goleou o Trujillanos, venceu o River, empatou na Bolívia, goleou novamente o Toluca e garantiu a classificação com uma derrota no México.
100% no Morumbi
Obras de modernização do gramado – sistema de drenagem e novas dimensões – atrasaram e comprometeram a utilização do Morumbi durante o Paulistão e o início da Libertadores. No Pacaembu, o São Paulo perdeu do The Strongest e teve dificuldade para vencer o Cesar Vallejo. Desde que foi ao Morumbi, no entanto, o time tem 100% de aproveitamento na Libertadores.
As goleadas sobre Toluca e Trujillanos, além da vitória sobre o River, contabilizam 12 gols a favor e apenas um sofrido em três partidas no estádio. Para esta quarta-feira, contra o Atlético-MG, o estádio deverá estar praticamente com lotação máxima. Da carga total de mais de 64 mil ingressos, todos os setores comuns já têm entradas esgotadas e restam ingressos dos setores premium.
A atuação contra o Toluca
Impressionou internamente no São Paulo o nível de futebol apresentado pelo time no primeiro jogo das oitavas de final, contra o Toluca. Só no primeiro tempo daquela partida que terminou com vitória por 4 a 0 o time comandado por Edgardo Bauza finalizou 20 vezes ao gol.
O fato de esse ter sido o último jogo do São Paulo no Morumbi inspira ainda mais confiança. Durante o Paulistão, não houve nenhum momento em que a equipe conseguiu jogar perto desse nível. Nessa partida contra os mexicanos, ainda, o time atuou sem Jonathan Calleri, e se virou bem sem centroavante, com Centurión improvisado e inspirado marcando dois gols.
O artilheiro da Libertadores
Jonathan Calleri fez no Paulistão, em mais jogos, a metade daquilo que produziu na Libertadores. No estadual, marcou quatro gols em 14 jogos, e chegou a ficar quase dois meses sem balançar as redes. Já na Libertadores, a artilharia é dele: oito gols em oito jogos.
Contra o Toluca, no Morumbi, ele não participou porque cumpriu suspensão automática pela expulsão após o fim da partida na Bolívia, contra o Strongest, que selou a classificação às oitavas de final.
Time tem novo capitão
Edgardo Bauza diz que seu São Paulo tem mais de um líder, mas no último jogo trocou aquele que veste braçadeira de capitão: tirou a faixa do goleiro Denis e deu para o volante Hudson, que vem se destacando sob o comando do técnico argentino.
A mudança tira a capitania de Denis em um momento em que o goleiro sofre com críticas de parte da torcida. Há falhas do camisa 1 apontadas em gols sofridos pelo São Paulo nos dois jogos contra o River Plate, na Bolívia contra o Strongest, e no México contra o Toluca.
No Paulistão, o São Paulo começou capitaneado por Michel Bastos e viu a faixa ficar com Denis depois das primeiras rodadas.
A dúvida para a partida: Michel Bastos
Michel Bastos se tornou personagem importante do São Paulo nos últimos jogos decisivos: marcou gols nas duas partidas contra o Toluca, além de ter atuado em nível que rendeu elogios do treinador. Agora, Bauza não sabe se poderá contar com o meio-campista, que se recupera de uma contratura no músculo posterior da coxa direita.
Nesta segunda-feira Michel Bastos manteve o treino no campo, mas sem bola. Ele precisa melhorar até a tarde de terça-feira para participar do treino no Morumbi, às 17h, e poder fazer a última atividade tática com a equipe antes do jogo contra o Galo.
O substituto de Michel Bastos seria o lateral Carlinhos, mas este se machucou no treino de segunda-feira e já tem a presença descartada na partida de quarta. Caso Michel não possa atuar, o escolhido deverá ser Wesley.