Calleri diz que Pratto pesou em escolha por SP e pede “perna forte” em jogo

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UOL

Guilherme Palenzuela, Juliana Alencar e Luis Augusto Simon

Na segunda semana de janeiro de 2016, o destino de Jonathan Calleri parecia definido: jogaria pelo Atlético-MG durante o primeiro semestre, antes de se transferir ao futebol europeu. Uma semana depois, tudo mudou. O atacante argentino de 22 anos foi convencido por um telefonema do técnico compatriota Edgardo Bauza a se transferir para o São Paulo. Agora, antes do primeiro jogo pelas quartas de final da Copa Libertadores entre os dois times, Calleri conta em entrevista exclusiva ao UOL Esporte que outro motivo pesou na decisão.

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Foi o também atacante argentino Lucas Pratto, 27, quem fez a diferença para que Calleri desistisse de jogar em Belo Horizonte para atuar na capital paulista. Titular absoluto e protagonista no Galo, Pratto fez com que Calleri acreditasse que a briga por posição com ele seria mais difícil do que com Alan Kardec no São Paulo. Pouco mais de três meses depois de decidir pelo clube paulista, Calleri elogia aquele que quase foi seu companheiro e diz ter feito a escolha certa.

“Sabia que o São Paulo estava buscando um centroavante, e o Atlético-MG já tinha o seu, um 9 em grande forma, que é o Lucas Pratto. Para mim, é um dos melhores jogadores em atividade no futebol brasileiro”, disse Calleri, em entrevista concedida no CT da Barra Funda pouco antes do treino do time no Morumbi, na véspera da partida contra o Atlético-MG.

“Escolhi bem, porque escolhi o clube que me deu a possibilidade de jogar. Era o que eu queria e o mais importante”, completou o atacante.

Jonathan Calleri tem passagem curta, porém marcante pelo São Paulo por se destacar exatamente naquilo que o torcedor mais aprecia: a Copa Libertadores. Os torcedores que vão lotar o Morumbi e quebrar o recorde de público em um estádio no Brasil em 2016 já viram o argentino marcar oito vezes na competição – é o artilheiro isolado. Além de gols, Calleri pede “perna forte” ao time nesta quarta-feira.

“Foi muito difícil jogar em La Paz, em Toluca também. Todas as equipes querem passar. Contra o Atlético-MG creio que será uma partida quente. Os dois têm clube e equipe para chegar à semifinal. Temos que jogar com perna forte, como sempre, mas com lealdade”, falou o atacante, que não se marca só pelos gols, mas também pela empenho e até pelos atritos em campo: se envolveu em troca de farpas contra River, The Srongest e Toluca, e foi expulso em uma delas.

“É tratar como se deve jogar uma partida da Libertadores, talvez controlar mais, se briga muito, há sempre tumulto, o coração bate mais forte. Esperamos estar mais tranquilo para entregar a torcida aquilo que ela está esperando ver”.

Com grandes chances de acerto com o futebol europeu, Calleri olha para a disputa da atual edição da Libertadores com carinho. “Penso que não sei quantas possibilidades um jogador tem de ganhar uma Libertadores. É minha segunda Libertadores, vejo que a equipe está bem, está sólida, tem um grande corpo técnico vencedor e um plantel de grandes jogadores. Não sei quantas possibilidades mais eu terei de jogar uma quarta de final de uma Libertadores. Hoje me sinto seguro na equipe, sinto que podemos chegar à semifinal”, diz.

O apito inicial para São Paulo x Atlético-MG no Morumbi acontece às 21h45 desta quarta-feira. O técnico Edgardo Bauza ainda não sabe se poderá contar com Eugenio Mena e Michel Bastos, que sofreram lesões e não compuseram o time titular no treino de véspera da partida. Assim, o São Paulo deverá entrar em campo com: Denis; Bruno, Maicon, Rodrigo Caio e Matheus Reis; Hudson e Thiago Mendes; Wesley, Ganso e Kelvin; Calleri.