De volta ao São Paulo, Lucas nega acerto com outro clube e admite ficar após dezembro: “Veremos”

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Jogador tem contrato curto com o clube e já pode ser relacionado para o jogo contra o Atlético-MG, domingo, no Morumbi, pelo Campeonato Brasileiro

Apresentado no São Paulo nesta sexta-feira, o atacante Lucas Moura negou ter acordo para defender outro clube a partir de janeiro e admitiu a possibilidade de estender seu contrato com a equipe do Morumbi após dezembro, quando termina o curto vínculo assinado nesta semana.

Lucas, de 30 anos, estava livre no mercado desde abril, quando deixou o Tottenham, da Inglaterra. Ele tinha a intenção de permanecer na Europa, mas não recebeu as propostas que esperava. Houve ofertas também do México e dos Estados Unidos, mas ele preferiu voltar ao São Paulo.

O acordo é curto, de quatro meses, e em janeiro Lucas estará livre novamente para decidir o próximo passo, que ele ainda não sabe em qual direção será.

– Não tem nenhum acordo com nenhum clube. Tive alguns contatos, algumas ofertas, mas não assinei nenhum acordo para janeiro. Estarei livre de contrato em janeiro novamente. Quero viver esse momento, desfrutar deste retorno. Em janeiro veremos o que vai acontecer – disse o jogador em entrevista coletiva.

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Lucas Moura é apresentado no São Paulo — Foto: Ettore Chiereguini/AGIF

Ele explicou a escolha por um vínculo de apenas quatro meses:

– Esse contrato curto foi uma decisão em conjunto com a família, com o clube e com os meus empresários. Meu pensamento é viver o que temos nas mãos, os quatro ou cinco meses. É desfrutar desse momento, parece que a ficha não caiu ainda, voltar ao CT onde vivi momentos incríveis. Chegando em janeiro vamos analisar a situação para tomar a decisão.

Lucas Moura na apresentação ao São Paulo — Foto: Ettore Chiereguini/AGIF

Lucas está registrado no São Paulo e há chance de que ele seja relacionado para o jogo de domingo, contra o Atlético-MG, no Morumbi, pelo Brasileiro.

– Ainda não tive essa conversa mais específica, mas o meu o objetivo é estar preparado o mais rápido possível. Se depender de mim, estarei à disposição no domingo. Estou bem fisicamente, tenho treinado bastante neste tempo parado. Falta ritmo de jogo, pois não estive trabalhando com bola e no campo. Foi bom participar do treino ontem, conhecer os companheiros e ter esse cuidado. Estou à disposição para domingo, mas vai depender da comissão técnica.

Ele mira, principalmente, o duelo de volta da semifinal da Copa do Brasil, contra o Corinthians, em que o São Paulo está em desvantagem por ter perdido na ida por 2 a 1. Precisa, portanto, vencer por dois gols de diferença para ir à final ou por um gol para levar a decisão para os pênaltis.

– Não dá para falar em favoritismo, pois a vantagem é do Corinthians, uma equipe perigosa e é um clássico. Eles perdem talvez o melhor jogador deles na temporada, mas vão vir muito fortes. Essa situação é reversível diante do nosso torcedor, possibilidade de jogar a final, minha chegada e do James, ficamos mais fortes. Eles têm a vantagem, precisamos fazer um gol para empatar. Está aberto, mas temos tudo para conseguir a classificação.

No São Paulo, Lucas usará a camisa 7, a mesma de seu melhor período pelo clube – o meia Alisson abriu mão do número para que o novo colega pudesse usá-lo e ganhou a gratidão de Lucas.

– Gostaria de agradecer a atitude do Alisson por esse gesto nobre. Mostra a pessoa que ele é. Vi a entrevista após o jogo com o Bahia, confesso que fiquei sem graça, mas é o número que gosto muito, gosto de usar fora do futebol também. É o número que marcou minha primeira passagem, por isso resolvi aceitar e agradeci pessoalmente. Fico feliz de usar essa camisa que fui muito feliz na primeira passagem.

Lucas Moura na apresentação ao São Paulo — Foto: Ettore Chiereguini/AGIF

Veja outras respostas de Lucas:

Volta ao São Paulo

– Quando saí do São Paulo e cheguei na Europa, pensava em ficar dez anos e sempre deixei isso muito claro. Amadureci, casei, tive dois filhos e fiquei livre de contrato pela primeira vez, não foi uma decisão fácil dar o próximo passo. Não sabia se voltaria para o Brasil, ir para a Europa…eu decidi ouvir todas as propostas e conversar com a minha família. Algo que fez a diferença foi o movimento que a torcida fez invadindo as minhas redes sociais, com uma enxurrada de mensagens. Time brigando por três competições e a alegria que eles têm fez a diferença. Sempre carreguei um amor pelo clube, e isso fez a diferença de tomar a decisão de voltar para a casa.

Parceria com James Rodríguez

– Eu me sinto honrado de fazer parte desse elenco, que tem crescido bastante e chega com propriedade na semifinal da Copa do Brasil, podendo se classificar para a final. Estou muito feliz com a chegada do James, que dispensa comentários e tem um nível espetacular. Ele vai agregar muito para o futebol brasileiro. Sinto honrado de voltar para o clube em que fui formado e fui muito feliz. Chego para somar, temos dois desafios pela frente, infelizmente não posso jogar o segundo jogo da Sul-Americana, mas são dois resultados completamente reversíveis ao lado do torcedor. Chego para tentar colocar em prática tudo o que aprendi ao longo da minha carreira, com a experiência que adquiri na Europa.

Onde quer jogar?

– Esse tempo todo que fiquei na Europa, adquiri essa versatilidade para jogar em diversas funções no ataque. Joguei como camisa 10, centroavante, para ser bem sincero a posição que me sinto confortável é à vontade do meio para a frente. Fui camisa 10 na base, gosto de armar o jogo, buscar a bola, mas não tive essa conversa com o Dorival. Chego para agregar, na posição que ele achar melhor. Vou estar disposto a ajudar. Eu me sinto confortável com a liberdade do meio para a frente.

Relação com Cotia

– Fico primeiramente feliz em ver a garotada participando do elenco profissional, garotada subindo para completar os treinos. Passa um filme na cabeça. Passei quatro anos e meio em Cotia, fui formado e passei muitas coisas. Agora volto com 30 anos e vejo a garotada subindo, o São Paulo tem uma mina de ouro em Cotia. Acho que a base pode ajudar muito o elenco profissional.

Filhos e esposa reagindo sobre a volta

– Minha família é o bem mais precioso que tenho, que me dá forças, que me mantém firme e forte ali para o dia a dia, para as batalhas. Minha esposa é minha melhor amiga, minha companheira que me ajuda nas minhas decisões. Eles estão muito felizes de ver essa alegria em mim, de estar aqui. O mais novo não entende nada, o mais velho entende e eu disse o “papai voltaria para o Brasil, você quer?” Ele disse: “quero, papai”. Ele está aprendendo a cantar o hino do São Paulo. Espero viver grandes momentos e que eles possam ter essa memória bacana.

Clássico com o Corinthians

– Objetivo nesse retorno é poder conquistar, poder ser campeão novamente. Acho que temos essa possibilidade com a Sul-Americana e a Copa do Brasil, no Brasileiro o Botafogo está distante. O mais importante é classificar, será mais especial se eu fizer um gol. Vou fazer de tudo para ajudar o time a disputar essa final.

Proximidade com o São Paulo

– Eu saí do São Paulo, mas o clube permaneceu dentro de mim. Sempre acompanhei o clube na medida do possível. Vivi a parte de torcedor, não estive dentro do clube, não sabia o que acontecia. O São Paulo sempre esteve no meu coração, tenho um carinho especial e sempre recebi muito carinho nas redes sociais. Acompanhei o time no Morumbi quando estive de férias. Estou feliz de ter essa sensação de novo, estou animado com o retorno, para pisar no Morumbi. É bacana essa identificação.

Lucas Moura na apresentação ao São Paulo — Foto: Ettore Chiereguini/AGIF

Expectativa do torcedor

– A decisão de voltar não é simples, como falei. Passa por diversas questões, não apenas campo. A gente pesa tudo isso. Não posso voltar para um clube pensando em coisas ruins, quero pensar que as coisas vão se sair bem, acredito no potencial do elenco. Claro que no futebol estamos sujeitos a derrotas e momentos ruins, mas tenho uma rodagem boa para saber lidar com isso. Mas farei de tudo para que sejam só momentos bons. Os resultados são fundamentais, mas o mais importante é o que fazemos para obter os resultados: atitude, entrega e empenho. Da minha parte, isso não vai faltar.

Sonhos de Lucas hoje

– Tempo voa, né? Saí menino daqui, novinho, e com cabelo (risos). Hoje volto casado, com dois filhos e realizado pessoalmente, casado com uma esposa maravilhosa, tenho dois filhos maravilhosos, e realizado profissionalmente também. As passagens por PSG e Tottenham marcaram a minha vida. O que permanece é minha vontade de jogar futebol, a gana de que amo fazer, defender o clube que jogo e mostrar o talento que Deus me deu. Próximo objetivo é conquistar, quero marcar essa passagem como consegui a primeira, quero títulos e farei de tudo para isso com os meus companheiros.

Poucos clubes e pensamento por Seleção

– Sempre esteve na minha cabeça, a Seleção. Enquanto estiver jogando em clube de alto nível, a Seleção será um objetivo, mas vamos pensar passo a passo e com calma. Sobre as minhas passagens no Tottenham e no PSG, eu gosto de cumprir os contratos que assino. Eu tenho orgulho ter jogado em três clubes com 30 anos. Não é fácil, sabemos quantos jogadores que ficam pouco tempo nos clubes. Eu pude construir uma história legal no PSG e no Tottenham, isso me orgulha bastante.

Visão do Brasil jogando na Europa

– Primeiramente, sobre os treinadores, o Brasil forma grandes treinadores, mas tem que ser um país aberto para jogadores e treinadores estrangeiros que chegam para somar. Pela minha experiência de Europa, não tem como negar dizer que dominam o futebol pelo poder aquisitivo, estrutura e profissionais. Vejo com bons olhos a chegada de treinadores estrangeiros para ajudar com a experiência e conhecimento, acho que pode ajudar muito o futebol brasileiro, que forma jogadores com facilidade. Juntando com esse conhecimento dos treinadores, o futebol brasileiro pode evoluir muito.

Globo Esporte