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Camila Alves
Atualmente no Sport, Diego Souza era uma das lideranças do São Paulo em 2018 e lembra conversa com lateral Régis, após ser citado pelo atleta como apoio em entrevista ao ge.
Régis Ribeiro de Souza estava no auge da carreira quando assistiu seu próprio sonho desmoronar. Em menos de sete meses, assinou, atuou e rescindiu contrato com o São Paulo por um motivo pouco exposto no futebol, mas revelado pelo jogador: o vício em drogas. Ali, afundado na depressão, recebeu o apoio de atletas que dividiam com ele a rotina nos campos. Entre eles, Diego Souza.
Atualmente no Sport, o atacante de 38 anos era um dos líderes do São Paulo na época e lembra da conversa que teve com Régis nos bastidores do clube.
A única coisa que eu falei com ele foi que: cara, eu vim de uma situação de periferia, vi muitas coisas, e se ele não trabalhasse com a verdade ninguém poderia ajudar ele.
— conta Diego Souza, com o tom de voz calmo, em exclusiva ao ge.
Diego Souza em coletiva de apresentação no Sport — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press
Diego cresceu na Ilha do Governador, localizada no lado ocidental do interior da Baía de Guanabara, no estado do Rio de Janeiro, e chegou ao São Paulo em alta – no início de 2018. Havia sido negociado pelo Sport por R$ 10 milhões, após uma temporada como artilheiro e convocado para a seleção brasileira de Tite. Era, portanto, uma das referências no time.
– Na época eu soube da situação do Régis e é muito difícil porque às vezes as pessoas ficam um pouco envergonhadas, é muito difícil de se abrir. Muitas vezes as pessoas falam: ah eu vacilei, eu errei, mas se não trabalhar com a verdade ninguém consegue ajudar – conta o atleta.
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Diego lembra do que via acontecer ao seu redor com amigos próximos e diz que há dificuldade para conseguir sustentar o impacto do acúmulo de problemas com “amigos, bebida, prazer e outras coisas parecidas”, como chama o próprio atleta.
– Quando você está em um momento difícil, você junta amigos, junta bebida, e isso tudo acaba fazendo você se afundar porque vai desencadeando uma coisa na outra. Eu disse que a carreira dele era a coisa mais importante, que era a principal fonte de renda e tinha que dar um limite. Ele tinha que acreditar nele mesmo, porque nesses momentos é muito difícil conseguir apoio.
É muito mais fácil ter forças para se jogar no mundo e acabar com sua vida do que botar no interior que precisa ser forte.
— conta o atacante, em referência ao que via acontecer de perto.
Diego Souza Novorizontino x São Paulo — Foto: Thiago Calil/Agif/Estadão Conteúdo
Ao relembrar o momento, Diego Souza conta que ofereceu apoio como amigo e fez um pedido: para que Régis trouxesse para perto as pessoas que têm carinho e se importam com ele.
Nesse momento você tem que confiar em alguém e estar perto de pessoas que querem o seu bem, porque fora isso você não consegue não.
— afirma o jogador.
Cinco anos depois, Régis diz que Diego Souza, Rodrigo Caio, Hudson e Nenê foram “os caras” que estenderam as mãos para ele. Ofereceram ajuda “desde que quisesse”, mas diz que não era o caso de querer, porque já estava enfrentando um problema. A situação no São Paulo terminou incontornável. Régis teve inicialmente o contrato suspenso e pouco depois rescindido “por questões pessoais”.
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