Procon cobra R$ 1 milhão em multas de parceira de vendas de ingressos do São Paulo

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GloboEsporte

 Leonardo Lourenço

Total Acesso e o clube somam 267 reclamações de consumidores só neste ano; torcedores têm dificuldades em comprar entradas para final da Copa do Brasil.

O Procon cobra na Justiça R$ 1.035.329,44 em multas da Total Acesso, empresa parceira do São Paulo na venda de ingressos para os jogos da equipe.

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São três ações: uma de R$ 775.482,10, outra de R$ 156.590,91 e a uma de R$ 103.256,43 – os valores estão atualizados por juros. Todas já transitaram em julgado – ou seja, não há possibilidade de recursos – na esfera administrativa.

A maior delas foi lavrada em 2020, com trânsito em julgado em março de 2022. Na ação, proposta em maio no foro de Bebedouro-SP, consta que a Total Acesso restringe o direito ao consumidor sobre o prazo de desistência da compra.

Torcida do São Paulo lota o Morumbi em jogo contra o Bahia — Foto: Nilton Fukuda/saopaulofc.net

Torcida do São Paulo lota o Morumbi em jogo contra o Bahia — Foto: Nilton Fukuda/saopaulofc.net

A empresa contestou a cobrança na Justiça, mas o pedido foi julgado improcedente em abril. A Total Acesso já recorreu. Nas ações de execução das dívidas, a Total Acesso reclama da cobrança dos juros aplicados às multas.

Na semana passada, a venda de ingressos para a final da Copa do Brasil, em que o São Paulo enfrentará o Flamengo no Morumbi, dia 24, na partida de volta da decisão (a ida será dia 17, no Rio), gerou reclamações pelos transtornos que torcedores enfrentaram para tentar comprar entradas.

Os bilhetes começaram a ser vendidos na quinta-feira de manhã exclusivamente para membros Diamante do programa de sócios-torcedores. As entradas se esgotaram horas depois – e muitos torcedores relataram dificuldades em concluir a compra no site da empresa.

Há pelo menos uma ação na Justiça de São Paulo relacionada a essa partida. Um advogado cobra quase R$ 24 mil da empresa e do clube em indenização por não ter conseguido comprar ingressos, apesar de ser membro Diamante – a Total Acesso e o Tricolor ainda não foram citados nesse processo.

Os dois parceiros já tinham tido problemas na venda de ingressos para outro jogo de alta demanda no mês passado, o clássico contra o Corinthians pela semifinal da Copa do Brasil – que teve recorde de público tricolor na temporada, com 62 mil pagantes.

O Procon, a pedido do ge, realizou levantamento de reclamações relacionadas ao clube e à empresa neste ano. Em agosto, quando torcedores se mobilizaram nas redes sociais para incentivar reclamações, o São Paulo foi alvo de 157 registros – até o mês anterior, somava 77.

A Total Acesso teve registradas 110 reclamações até o mês passado, 49 delas só em agosto.

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A reportagem não obteve retorno do advogado da Total Acesso. Procurado, o São Paulo informou que não irá comentar.

O Procon se manifestou em nota:

“A Total Acesso foi autuada por cláusulas abusivas com relação às condições de cancelamento e cobrança de taxa de conveniência nos eventos ‘Carnaval de São Paulo 2017’, ‘Coala Festival 2014’ e ‘39ª Festa do Peão de Itapecerica’. Nos processos administrativos, a empresa apresentou defesa, contudo após análise em 1ª e 2 ª instância, o auto foi mantido. Como não houve pagamento, as multas foram inscritas na dívida ativa. A partir desta situação a cobrança passa a ser responsabilidade da Procuradoria do Estado”.

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