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Laura Monteiro e Leonardo Lourenço
Então um jovem recém-chegado do Ituano, meia que depois seria pentacampeão em 2002 conta histórias da Supercopa da Libertadores de 1993: “Não aguentou correr atrás de mim”
O título da Supercopa da Libertadores de 1993 sobre o Flamengo pode ter ficado distante na memória da torcida do São Paulo, que se acostumou com um time multicampeão no início da década de 1990. Mas um dos personagens daquela conquista guarda lembranças daquele dia como se fosse hoje.
Em 1993, São Paulo vence Flamengo, nos pênaltis, e é campão da Supercopa
Juninho Paulista, o jovem de 20 anos que emergia no cenário do futebol, foi o herói tricolor naquele torneio.
Trinta anos depois, São Paulo e Flamengo se reencontram no próximo domingo, no Morumbi, para a disputa do segundo jogo das finais da Copa do Brasil. O Tricolor, que nunca venceu o torneio, precisa apenas de um empate para ser campeão, já que venceu o jogo de ida por 1 a 0.
– A Supercopa foi a minha primeira grande final. Eu era jovem e queria ganhar espaço no time. Admirava os jogadores que estavam ali comigo. Eu vinha do Ituano e era fã daqueles jogadores e estava ali com eles disputando a final de um campeonato – contou Juninho, que anos mais tarde seria pentacampeão mundial com a Seleção na Copa de 2002.
Juninho Paulista relembra primeira grande final da carreira
O torneio foi extinto. À época, ele reunia clubes que já tinham sido campeões da Libertadores. As fases eram de mata-matas, e o São Paulo passou por Independiente (Argentina), Grêmio e Atlético Nacional (Colômbia).
O Flamengo eliminou Olímpia (Paraguai), River Plate (Argentina) e Nacional (Uruguai).
Juninho Paulista defendeu o São Paulo na final de 1993 — Foto: Marcos Ribolli
As finais foram disputadas no Maracanã e no Morumbi, como as da Copa do Brasil neste ano. Os dois jogos terminaram empatados em 2 a 2, com Juninho sendo protagonista em ambos ao entrar no segundo tempo – ele fez um gol em cada partida.
– Minha entrada era sempre para acelerar um pouco mais o jogo, pegar a bola, ir para cima do adversário e tentar criar jogadas.
Juninho Paulista revela pedido de desculpas ao substituir Palhinha em 1993
No Maracanã, Juninho entrou na vaga de Palhinha, uma troca que o técnico Telê Santana fazia com frequência, mas que sempre gerava constrangimento no atleta mais jovem que substituía um ídolo da torcida.
– Eu me lembro que quando o Palhinha vinha saindo de campo, eu falava assim: “Cara, desculpa, não sou eu que escolho entrar no seu lugar”.
No duelo de volta, a memória de Juninho é de um diálogo menos amistoso com o então atacante Casagrande, que defendia o Flamengo, um veterano com passagens pela Seleção e futebol europeu.
– Quando eu entro, o Casagrande corre na minha direção e tenta me intimidar. “Hoje você não vai fazer nada”, “eu vou ficar te marcando, você não vai tocar na bola”, esse tipo de intimidação. Mas ele não aguentou correr atrás de mim uns três minutos.
Ex-jogador compartilha história com Casagrande na decisão da SuperCopa de 1993
Aquele momento rendeu risadas, anos mais tarde:
– Eu me lembro de ter brincado com ele depois, ele deu risada, falou que tentava (me parar) de algumas formas.
Juninho, o penúltimo entre os agachados, em jogo do São Paulo em 1994 — Foto: DOMICIO PINHEIRO / ESTADÃO CONTEÚDO
Os dois empates levaram a definição do campeão para os pênaltis. Nas cobranças, os são-paulinos foram perfeitos, sem darem chances a Gilmar. No Flamengo, Marcelinho Carioca errou.
Juninho não estava na lista de cobradores.
– Eu nunca gostei de bater pênalti. Tenho certeza de que eu não era um excelente cobrador – brinca ele.
O ex-jogador não esconde para quem vai torcer na final de domingo.
– Eu vejo um equilíbrio grande, mas claro que tem a minha torcida pelo São Paulo.
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