‘Pitbull da era moderna’, Hudson emplaca como capitão e mira taça

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Gazeta Esportiva – Bruno Grossi e Marcio Porto
Hudson - São Paulo
Hudson não vê posto como fardo (Foto: Érico Leonan/saopaulofc.net)

Para a torcida, Hudson tem sido um dos símbolos da improvável reação do São Paulo na Copa Libertadores da América. Para Edgardo Bauza, o volante tem o perfil ideal para ser o capitão da equipe, incluindo as quartas de final do torneio contra o Atlético-MG. Para Maicon, o camisa 25 pode ser definido como um “pitbull da era moderna”. Esse é Hudson, titular nesta quarta-feira, às 21h45, no jogo de volta contra o Galo, em Belo Horizonte.

– Esse apelido não conhecia, nunca tinha escutado. Deve ser alguma coisa que ele pensa e fico feliz. Principalmente na Libertadores, você precisa ser mais aguerrido, até pelo estilo dos adversários. Os jogos são pouco jogados e mais brigados. Essa postura só tem a acrescentar. Só vejo o lado bom desse apelido – disse o marcador, em entrevista.

Bom de grupo e brincalhão, Hudson rapidamente se adaptou ao elenco do São Paulo. Ele só não teve a mesma facilidade para cair no gosto da torcida. Basta lembrar que foi um dos mais criticados durante a má fase da equipe no início deste ano. Para Bauza, um convicto por natureza, pouco importava. O volante foi mantido e agora pode construir um sonho graças ao respaldo de Patón: erguer a taça da Libertadores em caso de conquista do tetracampeonato.

– Já vieram me falar sobre isso. Se acontecer, será inesquecível, só que aqui a gente tem muito pé no chão. Queremos dar um passo de cada vez. Claro que todos querem ser campeões, mas primeiro é preciso passar do Atlético-MG, da semifinal… Para conquistar coisas grandes na vida, você tem que sonhar grande. Tudo está acontecendo bem e eu procuro valorizar demais. É muito bom estar vivendo tudo isso – agradeceu.

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Hudson rejeita tratar o posto de capitão como um peso, um fardo. O volante, no entanto, reconhece que suas responsabilidades estão maiores desde que Bauza tirou a braçadeira de Denis após a expulsão contra o The Strongest (BOL), em La Paz. Entre as novas atribuições, está o compromisso de estudar para formular as preleções para motivar os companheiros no vestiário.

– Estudo alguma coisa que tenha relação com o jogo para passar aos meninos a importância da partida. É bom orientar e passar vibração. Assim os jogadores sentem melhor. O Rogério (Ceni) fazia isso muito bem, era um cara muito inteligente e que sabia escolher muito bem as palavras. Eu acabo levando o que aprendi com ele para fazer agora. É a realização para um profissional – explicou o marcador.

ENTREVISTA COM HUDSON

Como está se sentindo como capitão do time?
Estou me sentindo muito bem, mesmo que seja uma responsabilidade a mais. É também uma confiança a mais, um respaldo maior e quer dizer que o Bauza confia no meu trabalho e em mim como pessoa. Sabe que eu posso lidar com os jogadores. Só tem lado positivo. Há quem veja um peso a mais, mas não vejo dessa forma.

Com grandes poderes vem grandes responsabilidades?
É que não vejo poder como a palavra certa. A responsabilidade é maior, claro, porque você está representando um clube do tamanho do São Paulo como capitão, posto que pertencia ao Rogério Ceni, maior ídolo do clube, até ano passado. É uma realização profissional na carreira de um jogador.

A faixa vai estabilizar em você?
Depois que o Rogério saiu, o São Paulo se dividiu em líderes. O Lugano hoje, apesar de não jogar tanto, é um dos maiores do elenco, mas dentro de campo quem joga mais vezes divide esse posto. Desde o goleiro até o atacante. A opção do Bauza foi só para definir alguém, mas todos sabem que a liderança é dividida.

O time tem bola para ser campeão?
Temos que evoluir ainda. Sabemos que é preciso melhorar a cada jogo, porque os desafios vão ficando maiores e mais difíceis. Vamos ter que superar isso, ter um algo a mais. Temos margem para melhorar. Esse algo a mais é um conjunto de técnica, tática e espírito. De comportamento e atitude dentro de campo.

Como projeta o jogo esse jogo contra o Atlético-MG?
Será dificílimo. Eles virão para cima, com ímpeto muito maior para tirar a vantagem que temos. Sabemos o que é preciso fazer pela classificação.