Chance de 7ª queda em 13 anos faz maestro sugerir fim do futebol na Lusa

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LanceNet – Gabriel Carneiro

Maestro João Carlos Martins e Edno na Portuguesa (Foto: Divulgação)

É difícil para um torcedor como o maestro João Carlos Martins imaginar a Portuguesa vivendo um momento como o atual. De vice-campeão brasileiro há menos de 20 anos, o clube passou a patinho feio entre os grandes de São Paulo. E desde o polêmico rebaixamento no Brasileirão de 2013, por uso de jogador irregular, parece não haver luz no fim do túnel. Nesta quarta-feira, às 22h, contra o São Paulo, a Lusa colocará em campo suas mais remotas esperanças contra mais um rebaixamento.

Entre Brasileiro (2002, 2008, 2013 e 2014) e Paulistão (2006 e 2012), a Lusa foi rebaixada seis vezes nos últimos 13 anos. Nesta quarta, as chances são grandes de sofrer a sétima queda. Foram apenas 13 pontos somados no Paulistão, e a equipe depende de uma vitória no Morumbi e uma combinação de resultados para jogar Capivariano ou Linense na Série A2 de 2016.

A perspectiva mais real é a Portuguesa entrar no dia 9 de abril como um time de terceiro escalação nacional e segundo estadual, diferentemente de tudo o que houve em sua história. A esperança está depositada nos garotos e, claro, na mística de sua história. Se não houver jeito, o ilustre torcedor acredita que só há uma saída possível.

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– Meu palpite é aproveitar esse momento de queda quase inevitável para sair do futebol e talvez ser o primeiro clube brasileiro a dar um exemplo de moralidade contra a corrupção do futebol. Aí, alguém da diretoria precisaria ter coragem, mas isso ainda hoje é impensável.

Dei uma palestra inspiracional para esse grupo há 20 dias e deixei claro que a única obrigação deles era de dar a alma em campo. Vencer não é obrigação. Eles farão o melhor possível – reflete, ao LANCE!, João Carlos Martins, que não verá o jogo no Morumbi por conta de uma série de apresentações em Curitiba.

Em setembro de 1998, o mesmo São Paulo sofreu uma goleada por 7 a 2 da Portuguesa, no Pacaembu. A equipe de Evair e Leandro Amaral humilhou o time de Serginho e França no Brasileirão que fechou em sexto lugar. Mas o tempo passou e a Portuguesa não acompanhou a evolução do futebol brasileiro.

Atolado em dívidas, o clube viu o obsoleto Canindé ficar interditado do início ao fim do Estadual, o que causou um prejuízo avaliado em R$ 18 mil mesmo com um mando vendido ao Santos na sexta rodada da competição estadual.

O presidente renunciou em março, o técnico foi demitido na segunda-feira e o grupo de jogadores tentará fazer alguma coisa para ajudar nesta quarta. À torcida, só resta esperar.

– Você não pode escrever isso no seu jornal, mas todos sabem o que aconteceu naquele Campeonato Brasileiro em que a Portuguesa foi rebaixada por usar um jogador irregular. A Portuguesa infelizmente teve uma diretoria que se adaptou ao sistema da nossa sociedade e sua torcida merece desculpas. A única saída honrosa no momento seria encerrar o futebol – sugere o ilustre torcedor e famoso maestro. Nesta ordem.

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