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A classificação do São Paulo à semifinal da Copa Libertadores, assegurada com base no regulamento após o time perder por 2 a 1 para o Atlético-MG, no Independência, obrigará o clube a trabalhar forte nos bastidores para manter o zagueiro Maicon e o atacante Calleri. A diretoria terá exatos 45 dias para estender o vínculo dos atletas, já que o torneio internacional será retomado só em julho. A pausa ocorre por conta da Copa América Centenário, que será disputada entre os dias 3 e 26 de junho, nos Estados Unidos.
As semifinais da Libertadores estão marcadas para os dias 6 e 13 de julho, posteriores ao encerramento dos atuais contratos dos jogadores (30 de junho). Por isso, a lista de inscritos deve ser entregue à Conmebol até 4 de julho, 48 horas antes do início da próxima fase.
Maicon – O Porto é dono dos direitos de Maicon e deseja 8 milhões de euros (cerca de R$ 31 milhões) para ceder o zagueiro, baseado em uma oferta que teria recebido na janela de transferência do último mercado europeu de verão. O São Paulo não dispõe do valor e tenta colocar jovens valores na jogada: Lucão foi oferecido, mas a equipe portuguesa quer o lateral esquerdo Inácio e o zagueiro Lyanco para referendar o negócio.
Maicon já manifestou o desejo de ficar. E o diretor de futebol, Luiz Cunha, revelou que o pai do zagueiro pediu para que o Tricolor se esforçasse em mantê-lo. Pouco otimistas com o negócio estão o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, e o técnico Edgardo Bauza. Eles têm evitado declarações concretas sobre o tema, assegurando apenas que o clube se esforçará para tentar a transação.
“Estamos conversando para que ele fique não só para a disputa da semifinal, mas para que siga conosco por pelo menos mais um ano”, limitou-se a dizer o Patón, na quarta-feira, após assegurar a classificação na Libertadores.
Calleri – O caso do argentino é outra incógnita. Tanto o jogador quanto o clube asseguram que já estava verbalmente acertada a sua permanência até o final do ano em caso de classificação para a semifinal da competição. No entanto, nem o jogador nem seus representantes garantem a permanência – apesar de o centroavante sempre dizer que não gostaria de abandonar a campanha no meio do caminho.
Cedido por empréstimo pelo Deportivo Maldonado-URU, clube de empresários, Calleri teria uma transferência certa para Inter de Milão-ITA, mas o negócio não é confirmado pelo clube europeu. O fato é que, segundo as normas da Fifa, é proibido assinar um contrato por menos de três meses. Calleri, portanto, teria que ficar o segundo semestre inteiro no Tricolor para atuar na semifinal e numa possível decisão da Libertadores.
Outros fatores, no entanto, atrapalham a negociação ao futebol europeu, como sua provável cessão à seleção argentina que disputará as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em agosto. Por ter menos de 23 anos, Calleri obrigatoriamente tem de ser liberado caso seja chamado. A disputa dos Jogos faria ele perder um eventual início de temporada no exterior.
Elenco – Caso consiga a permanência da dupla, o Tricolor estará coberto para a disputa das fases finais, mas a diretoria já pensa em um plano B. Tanto um zagueiro quanto um atacante são procurados no mercado. Até o momento, o nome mais próximo é o de Ytalo, do Grêmio Osasco Audax. Ele foi autor de dois gols sobre o próprio clube do Morumbi nas quartas de final do Paulista.
Aos 28 anos, Ytalo seria uma opção para a ausência de Calleri. Na próxima fase, a Conmebol permite que o clube troque cinco jogadores de sua lista de inscritos, abrindo espaço também para uma possível ascensão dos jovens das categorias de base.
Quem está praticamente fora de uma eventual final é o colombiano Wilder Guisao. Contratado por empréstimo do Toluca-MEX, o jogador tem vínculo até o dia 15 de julho com o São Paulo. Ele não tem sido aproveitado por Bauza e dificilmente terá uma renovação solicitada pela diretoria.