Fã de violão e pai coruja, Rafael avalia 2023: “Espero ficar no São Paulo até o fim da carreira”

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Goleiro assumiu a condição de titular, “órfã” desde a aposentadoria de Rogério Ceni, se firmou no clube e planeja futuro: “Se quiserem renovar, assino agora”

Um cara tranquilo e muito família. É desta maneira que o goleiro Rafael se define quando está fora de campo. Nas férias, ele quer curtir os momentos em paz em Minas Gerais para voltar ao São Paulo em 2024 e fazer uma temporada ainda melhor.

O ano de 2023 foi o melhor da carreira de Rafael. O título da Copa do Brasil, as conquistas individuais e o nascimento da filha coroaram um início de São Paulo marcante. E por ele, essa sinergia com o clube pode se estender por um longo período.

– É especial (estar aqui). Estou amando e espero ficar até o final da minha carreira como goleiro do São Paulo, porque o que eu vivo aqui é algo magnífico e maravilhoso. Se o presidente me chamar ali e quiser renovar até o final da minha carreira, eu já assino aqui agora (risos). O meu sim ele já tem – afirmou Rafael.

Em uma papo exclusivo com o ge, Rafael fez um balanço da sua temporada e citou as metas para o próximo ano. Com a volta do clube à Conmebol Libertadores, também aumenta a responsabilidade.

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– A gente tem que ir em busca disso, a gente sabe que a cobrança vai ser maior, a responsabilidade vai ser maior não só dos torcedores, da imprensa, mas nossa também. Nós vamos enfrentar grandes adversários, mas nós temos também sabedoria que se a gente continuar se dedicando, trabalhando e fazendo nosso melhor, a gente está muito próximo de chegar nessas competições.

O goleiro também revelou seu hobby, tocar violão, e como aprendeu sozinho o instrumento.

Leia abaixo o papo com o goleiro do Tricolor:

O que você gosta de fazer no período de férias?
– Toda vez que eu saio de férias, eu gosto de ficar quietinho. Eu gosto muito de reunir minha família, vou encontrar meus pais, vou encontrar primos, vou juntar todo mundo. Para mim é um momento para descansar mesmo a mente e poder aproveitar muito eles, que são pessoas que eu não vejo muito com a correria do dia a dia no futebol.

Tempo de ficar mais tempo com a filha, né…
– Filho para mim é a melhor coisa que existe, e a Clarinha me encanta e me impressiona a cada dia. Essa é a melhor fase, aí vai passando o tempo e falando “não, agora é a melhor fase”. Só vão melhorando as fases, sabe? E agora está muito legal, porque ela interage muito comigo. Ela já está falando papai, mamãe, algumas coisas. Ela tá uma peça. Daqui a pouco já vai estar andando, já vai estar fazendo estripulia pela casa.

– É um momento que eu tenho para apertar, ficar muito abraçado com ela. Isso é bom, eu vou sentir falta dessa fase de ter ela grudadinha comigo o tempo inteiro.

A gente sabe que você tem um hobby… O violão.
– Sim… Eu estava com 16, 17 anos na concentração e falei assim: “Cara, eu vou aprender a tocar violão”. Só que eu sou canhoto de pé, de mão… Aí eu cheguei na loja para comprar o violão mais barato e ia tentar aprender. O cara me mostrou e pedi pra inverter as cordas para mim.

– Passei de lá numa banca, comprei todas as revistas que tinham de ensinar violão, vídeos em CD, aquelas coisas que você colocava DVD e assistia. Não tive um profissional para me ajudar e eu acabei fazendo o que era mais fácil pra mim. E inverter as cordas é um grande problema que eu tive, porque hoje eu sei tocar, mas eu só toco meu violão.

Qual estilo de música você mais gosta de tocar?
– Toco de tudo. Eu normalmente entro no Cifra Club e vejo as mais tocadas. E aí eu vou tocando, vou aprendendo. Eu gosto de aprender vários estilos, mas no meu dia a dia eu só escuto sertanejo, sertanejo raiz também, então é o que eu escuto. Sempre que eu venho pro treino, eu vou embora para casa ou viajo no avião é César Menotti e Fabiano, Rio Negro e Solimões, Bruno e Marrone, Fred e Liel, Leandro e Romário. Ó, tudo que você tiver de sertanejo eu gosto.

Você chegou ao São Paulo na característica do mineiro, quietinho e ganhando um espaço, conquistando a torcida. O torcedor é muito grato a você, você sente essa relação por eles nessa temporada?
– Na verdade, eu que sou muito grato ao torcedor, porque de verdade, é impressionante todo o carinho que eu recebi desde minha chegada. Desde que eu pisei no clube, desde do meu primeiro jogo, a torcida sempre me passou uma confiança, um carinho. Foram muito importantes para mim e até hoje isso com certeza me faz ser ainda mais grato e que ele ainda mais fazer o meu melhor para eu poder retribuir dentro de campo.

– Eu falo que vestir a camisa do São Paulo é um privilégio muito grande, porque grandes goleiros vestiram essa camisa. Foram goleiros que fizeram marca no futebol mundial, no futebol brasileiro e eu poder chegar aqui e ter o apoio do torcedor que viu esses grandes goleiros foi muito importante. Com certeza eles são referência e eu quero traçar o caminho que eles fizeram aqui.

Quando você chegou na tua apresentação, você escolheu a camisa 23 e explicou porque queria a 23. Gostaria que você lembrasse essa tua escolha e se foi melhor do que esperava.
– Porque eu falei que 2023 ia ser o meu melhor ano da vida. E com certeza foi, com a chegada da minha filha, com a minha chegada ao São Paulo, por tudo que eu vivi esse ano todo, por esse título da Copa do Brasil, que foi tão importante para mim. Então, com certeza foi o melhor da minha vida. Mas eu espero que 2024 seja ainda melhor.

Você conquistou muita coisa esse ano. Mas foi difícil conviver com a sombra de tentar ser o goleiro que enfim iria suprir a falta de Rogério Ceni?
– Eu sempre tive muita gratidão. Eu falo que eu não penso na pressão. Eu sei que existe muita pressão em vestir a camisa do São Paulo. Isso não só o goleiro, mas qualquer um que esteja dentro de campo tem uma pressão e uma responsabilidade muito grande de vestir essa camisa, que é muito grande. Mas sempre coloquei na frente a gratidão. Eu falei assim: “Cara, eu estou tendo a oportunidade de vestir a camisa do São Paulo, de defender isso”. Para mim é um privilégio muito grande. Eu preciso fazer o meu melhor para que isso dê certo. Poder viver uma conquista tão grande como a Copa do do Brasil no primeiro ano estando aqui, com esse grupo que é tão batalhador, para mim foi incrível.

Além do título na Copa do Brasil, você foi eleito melhor goleiro da competição. e passou a temporada toda com 32 jogos sem ser vazado. Você tinha estabelecido isso como meta?
– Na verdade, eu sempre penso no coletivo. O futebol existe em números individuais, mas o trabalho é sempre coletivo, e eu tenho que dividir muito esses 32 jogos com todos, porque hoje em dia eu acho que é a nossa melhor qualidade é a marcação, começando desde o nosso atacante. Acho que o nossos jogos foram quando a gente conseguiu pressionar o adversário lá em cima e que a parte ofensiva fez todo esse trabalho de marcação.

– Foi uma dedicação muito grande do time todo, a passar pelo Dorival que nos deu muita confiança e que nos dá todas as armas possíveis para que a gente possa desenvolver o nosso melhor trabalho dentro de campo. Esse ano foi de conquistas para todo mundo, um título onde não só um, dois ou três se destacaram, mas o grupo inteiro, desde a comissão, da diretoria até os jogadores. Acho que foi um trabalho de todos e foi um um título que coroa muito a dedicação de todo mundo dentro de campo.

O que é ser goleiro do São Paulo?
– Ser goleiro no São Paulo é diferente , porque é como eu eu já citei: são grandes goleiros que fizeram nome com essa camisa e que ganharam muitos títulos. Isso te traz uma responsabilidade, né? Isso te traz comparações. Apesar de eu achar que cada goleiro vive o seu momento, tem as suas particularidades. É especial (estar aqui). Estou amando e espero ficar até o final da minha carreira como goleiro do São Paulo, porque o que eu vivo aqui é algo magnífico e maravilhoso. Se o presidente me chamar ali e quiser renovar até o final da minha carreira, eu já assino aqui agora (risos). O meu sim ele já tem.

O São Paulo volta para a Libertadores. Qual é o peso de jogar uma Libertadores representando o São Paulo?
– Não tem como não pensar já no ano que vem, mas é claro que por tudo que a gente viveu, trabalhou, a gente sabe do potencial que a gente tem para fazer um 2024 ainda melhor. Então a gente tem que ir em busca disso, a gente sabe que a cobrança vai ser maior, a responsabilidade vai ser maior não só dos torcedores, da imprensa, mas nossa também. Nós vamos enfrentar grandes adversários, mas nós temos também sabedoria que se a gente continuar se dedicando, trabalhando fazendo nosso melhor, a gente está muito próximo de chegar nessas competições. O nosso grupo tem isso, ele não é um grupo que se acomoda, ganhou e tá bom. A gente quer mais, a gente tem sede por títulos e a gente sabe que quem veste a camisa do São Paulo, tem que ganhar títulos a cada ano. Temos que ser vencedores aqui.

Nessa temporada você teve à frente da zaga um jogador como o Beraldo, que possivelmente vai ser um dos grandes zagueiros do Brasil. Como o avalia?
– Tá louco. É muito craque. Um cara muito técnico e eu tenho certeza de que por onde ele passar, onde ele estiver, ele vai fazer grandes jogos, eu tenho certeza de que logo logo eu vou estar vendo ele aí na seleção brasileira. Ele tem tudo: um cara veloz, inteligente e que consegue fazer uma leitura de jogo muito rápida, tem um passe muito bom, ele tem uma visão de jogo muito diferenciada, ele tem um passe que quebra linhas. Apesar da pouca idade, é um cara completo.

O São Paulo deve começar 2024 com muitos jogadores da base. O que você tem visto de especial nesses garotos que já treinaram aqui na Barra Funda?
– O que me chama atenção aqui no São Paulo é todos os jogadores que vêm de Cotia já sobem com o nível de preparação e de capacidade de poder entrar e executar. Isso é impressionante. Não é à toa que você vê aí que grande parte do nosso elenco é formado por jogadores que vieram de Cotia. Então tenho certeza de que a torcida vai se surpreender com grandes e novos jogadores que estão subindo, porque todos eles têm uma capacidade incrível e não é à toa que já estão entrando em campo e nos ajudando muito.

O William Gomes já vai participar da pré-temporada com vocês…
– William Gomes especificamente é um que chama atenção. Ele tem uma velocidade incrível, um cara que tem muita qualidade, de muita personalidade e que logo logo vai estar fazendo grandes jogos, vai dar muito trabalho pra zaga adversária.

Globo Esporte