globoesporte.com
Alexandre Lozetti
Torcedores fazem festa no aeroporto para semifinalistas da Libertadores: euforia total, brincadeiras e tapas no ônibus após classificação
Se o São Paulo se transformou de eliminado na estreia em semifinalista da Libertadores, sua torcida, em retribuição, resolveu transformar o aeroporto de Congonhas no Morumbi. Como heróis, os jogadores foram recebidos nesta quinta-feira após eliminarem o Atlético-MG, em Belo Horizonte, mesmo perdendo por 2 a 1 no dia anterior.
Impossível dizer quantos tricolores se aglomeraram e vibraram com os ídolos. Não porque fossem muitos, mas porque se misturaram a repórteres, cinegrafistas, seguranças, policiais e passageiros como o cantor de pagode Thiaguinho e até o famoso personagem Indiana Jones.
Como assim? Pois é. Esperar é uma arte. Desperta criatividade. Como o time não saía para o saguão de jeito algum, a ansiedade levou a torcida a cantar como se estivesse no estádio: “ôôô, toca no Calleri que é gol”, “time de guerreiros”, “o Ganso vem aí e o bicho vai pegar”, além de homenagens a Michel Bastos, Maicon, Lugano, Rodrigo Caio, Edgardo Bauza e velhos ídolos como Muricy Ramalho e Telê Santana.
De repente, Thiaguinho, astro da música pop brasileira, desembarcou. Corintiano assumido, ouviu algumas gracinhas educadas, retribuiu com risadas e tirou fotos num corredor estreito formado por seguranças. Espaço pelo qual passaram passageiros irritados, que nada tinham a ver com a euforia alheia, e outros que entraram no clima. Certamente são-paulinos.
Um sósia do Indiana Jones – que na verdade nem lembrava o personagem eternizado no cinema por Harrison Ford, mas usava um chapéu de aventureiro –, foi homenageado com mais gritos: “Indiana Jones! Indiana Jones!”.
Enfim, surgiram os jogadores do São Paulo. Classificados e com reações diversas à recepção. Lugano e Calleri, gringos, acostumados a serem “alentados”, atravessaram o saguão rumo ao ônibus com um sorriso aberto, sacudidos pela multidão. Ganso, nos braços da galera, parecia um pouco assustado, surpreso. Denis, criticado durante a Libertadores, entrou no veículo com seu nome gritado pela torcida, assim como Maicon, autor do gol da classificação. Paz total.
Esses ônibus modernos não têm janelas. Mal se vê o que acontece dentro. E daí? Os torcedores se juntaram ao lado do veículo, já cheio dos jogadores do São Paulo, e cantaram novamente que é um “time de guerreiros” e que “vai lá de coração, ser campeão”. Bateram na carenagem como se batessem nos ombros dos caras – com um pouquinho mais de força, é verdade. Receberam acenos e voltaram para suas casas, para seus trabalhos. Felizes da vida.
Possivelmente, alguns desses eufóricos são-paulinos que receberam o time no aeroporto protestavam contra ele nas arquibancadas há dois meses. Ponto para os jogadores.
O rival da semifinal, que será disputada nos dias 6 e 13 de julho, poderá ser conhecido na noite desta quinta-feira. Será o Atlético Nacional (Colômbia), caso ele consiga reverter a vantagem de 1 a 0 do Rosário Central (Argentina). Se o Central avançar e, no outro jogo da noite, o Nacional (Uruguai) eliminar o Boca Juniors (Argentina) na Bombonera, será o Rosário o rival do Tricolor.
Há ainda uma terceira hipótese, na qual o técnico Edgardo Bauza acredita: se os dois times argentinos – Rosário Central e Boca Juniors – passarem, eles se enfrentarão na semifinal, e o São Paulo terá de esperar até a próxima terça-feira pelo vencedor do duelo entre Pumas (México) e Independiente Del Valle (Equador) – os equatorianos ganharam por 2 a 1 em casa.
Independentemente do adversário, o primeiro jogo, no dia 6 de julho, será no Morumbi. Lotado!