Ex-treinador faria trabalho semelhante na equipe nacional, porém, opta por seguir no Tricolor
O coordenador de futebol do São Paulo, Muricy Ramalho, foi convidado recentemente pela CBF para assumir cargo semelhante na estrutura da Seleção, mas preferiu continuar no São Paulo. A aproximação se deu a pedido do técnico Dorival Júnior.
Muricy e Dorival têm relação antiga, quando o primeiro lançou o segundo como técnico do Figueirense, no início dos anos 2000. Eles se reencontraram no ano passado no São Paulo, em parceria que rendeu a conquista da Copa do Brasil para o clube paulista.
– As coisas que as pessoas mais me perguntam é se eu me arrependi de não ser técnico da Seleção (ele foi convidado em 2010, quando estava no Fluminense). Eu falo que não. Eu sou um cara que se é aquilo, é aquilo. Agora eu fui convidado de novo. O Dorival me convidou de novo. Eu falei: “Dorival, você vai me desculpar, cara, mas já perdemos você. E eu vou sair também? Isso pro São Paulo vai ser um desastre. Eu estando aqui vou manter o que você deixou pra gente. Vou te representar aqui” – disse Muricy ao ge.
– Seria para ser coordenador, ajudar de perto no dia a dia. O grande problema é que eu sou radical na palavra. Se eu falar pra você que hoje a gente vai conversar, hoje a gente vai conversar. Pode ser o papa falando que eu não vou, mas eu vou conversar sim. É a minha palavra. É a minha vida, eu fui criado assim com o meu pai. O que eu assino eu tenho que cumprir – completou ele, sobre seu vínculo com o São Paulo.
Ex-treinador, Muricy tinha deixado o trabalho em clubes quando se tornou comentarista na Globo. Em 2021, porém, aceitou convite para ser coordenador de futebol no São Paulo. Em janeiro, renovou contrato com o clube após a reeleição do presidente Julio Casares.
Na atual função, além da Copa do Brasil, em 2023, Muricy também participou da conquista do Paulista de 2021, taça que encerrou um jejum de mais de oito anos sem títulos no Morumbi.
Dorival assumiu o comando da Seleção neste mês, após o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, ser reconduzido ao cargo graças a uma liminar no STF (Supremo Tribunal Federal) – a eleição em que foi eleito é alvo de uma batalha jurídica que chegou a afastá-lo da cadeira no fim de 2023.
A CBF ainda busca um profissional para o cargo de coordenador. O nome mais forte, por ora, é o de Rodrigo Caetano, executivo do Atlético-MG.
No São Paulo, Thiago Carpini ficou com a vaga de Dorival Júnior. Em sua apresentação, ressaltou a presença de Muricy no departamento de futebol tricolor e chegou a dizer que espera que ele seja o seu “Telê” – referência ao histórico treinador do São Paulo, Telê Santana, pela relação que ele manteve com Muricy no começo da carreira dele como técnico, nos anos 1990.
Globo Esporte