Técnico segue invicto à frente do São Paulo, com quatro vitórias e dois empates; após a vitória contra o Água Santa, ele elogiou o elenco
Thiago Carpini segue invicto à frente do São Paulo. Com a vitória por 3 a 0 diante do Água Santa, na noite desta quarta-feira, ele chegou a seis jogos, com quatro vitórias, dois empates e um título de Supercopa conquistado. No Paulistão, a equipe lidera o Grupo D com 13 pontos.
Além do desempenho da equipe, que atuou com reservas, Carpini confirmou que o São Paulo não contará mais com James Rodríguez. Segundo o técnico, a decisão foi 100% do colombiano:
– Nosso período de convívio foi curto, não tenho o que falar do atleta e do ser humano. O que atrapalhou um pouco foi o controle de carga que fizemos na pré-temporada por um incomodozinho na panturrilha. Ele já tinha tido na seleção essa lesão. Começamos a cuidar dela para ele ter condições o quanto antes. Mas é um interesse do próprio atleta (sair). Não é mais um assunto meu. Tecnicamente, o que ele representa e representou para o futebol a gente sabe. Seria até redundante da minha parte. Vamos entender os processos. Não foi uma decisão técnica, não foi uma decisão do clube. Foi uma decisão do próprio atleta – afirmou.
A saída do colombiano, porém, não deve acelerar chegadas. O treinador disse que a diretoria busca peças no mercado, mas não vê urgência para que o clube feche com atletas sem o devido critério para contratação:
– Claro que começamos a criar alternativas para outros setores que entendemos que talvez precisemos buscar outra coisa, mas não tem pressa. Não que não tenha necessidade. Hoje, para estar no nosso grupo, a escolha tem de ser bem assertiva. Temos um grupo qualificado. Para suprir as perdas, tem de ser algo bem pensado. Temos discutido, mas com calma, buscando o máximo de informações, tentando evitar o erro. Estando dentro das possibilidades, podemos nos reforçar dentro desses setores – destacou o técnico, referindo-se à carência, por exemplo, na lateral esquerda.
Em entrevista coletiva no Morumbis, Carpini também destacou a força do elenco Tricolor, que na noite de quarta-feira iniciou a partida com apenas Alisson como titular.
– Hoje ficou muito nítida a capacidade do elenco, como o grupo é forte e comprometido. Claro que durante a partida enfrentamos dificuldades, momentos ruins. Quando você roda o elenco, começa a não ter uma sequência com a mesma formação e é natural que isso aconteça. O mais importante é a disposição, a vontade de fazer. Dentro disso, começam a surgir oportunidades. Não só o Patryck (que foi titular), mas fiquei muito feliz pelo gol do Juan também – apontou o treinador.
Sobre o jogo, o treinador destacou a postura dos jogadores e o volume em vários momentos do jogo:
– A competitividade do inicio da partida (deixou feliz). Não conseguimos manter isso por mais tempo, mas controlamos melhor o jogo em alguns momentos. Acho que isso vai muito da vontade e da disposição dos atletas que estão tendo a oportunidade de jogar. O nosso volume foi muito alto, nossa competitividade, mas temos de equilibrar um pouco mais. O surgimento de novas possibilidades, atletas tendo oportunidades e dando uma resposta. Isso é um ponto muito positivo. Mais uma oportunidade de fazer gols de bola parada, mais uma assistência do Nikão…
– O saldo é positivo. Claro que existem coisas que não foram tão boas, mas prefiro tratar internamente. Não está tudo certo, tudo muito bom. Cabem ajustes. O saldo é muito mais positivo do que negativo, mas sempre tem coisas a melhorar e evoluir. Se tivesse de destacar dois pontos seriam esses: o surgimento de novas possibilidades e a competitividade.
Veja mais trechos da entrevista coletiva:
- A chance para Patryck
– Patryck é um jovem em evolução. Precisamos ter paciência. Era planejado que o Welington participasse um pouco do jogo, até porque o Patryck vinha de um longo período sem jogar.
- Bom momento do São Paulo
– Quero destacar não só a capacidade técnica do grupo, mas a competitividade do São Paulo. A entrega dos atletas no dia a dia. E o reflexo é dentro de campo. Quando se tem treinos com campos mais abertos, você vê o nível do treino. Destacando também as opções que temos para variar dentro das competições, mas também o compromisso e a competitividade desses caras. Um grupo que se acostumou a vencer, e essa chama não podemos perder. Esse é um ponto a se destacar, além de toda essa capacidade que temos hoje no São Paulo.
- Ausência de Calleri e chance para Juan
– Temos, dentro das nossas buscas, temos pensado nisso, olhado com carinho para essa opção. É um jogador que se entrega, que se doa muito. Calleri não vai suportar fazer 70 jogos na temporada. Claro que o São Paulo sofre com a ausência dele, porque é uma liderança técnica e uma referência hoje. As situações que cria, o tanto que compete. A bola vem, ele sustenta, o time consegue ter uma saída de trás. Não temos essa reposição de imediato para ele. Temos o Juan. Tentamos verticalizar um pouco mais o jogo com jogadores que tem essa capacidade. Pelo lado do Patryck um pouco menos, mas pelo lado do Moreira um pouco mais. Hoje, a mexida que temos é o Juan.
– Fiquei muito feliz com o gol dele, porque é um menino que trabalha muito e essa situação de perder alguns gols atrapalha muito. Daqui a pouco, com essa boa atuação e o gol do Juan, a gente ganha ainda mais uma certa tranquilidade para ser mais assertivo possível quando surgir outra oportunidade para descansar o Calleri. Até para ele ter uma sombra. Não só para ele, para todos. Ter uma competitividade interna é importante para a evolução individual.
- Moreira e Rafinha
– Mais uma grande partida do Moreira. Um jovem numa posição tão carente no nosso cenário. O São Paulo contar com três jogadores desse nível ajuda muito. O Rafinha teve uma lesão complicada no final do ano passado, ele voltou a treinar e sentiu novamente. Eu não consigo te precisar se ele volta daqui uma semana, duas, três. Se falamos cria expectativa e tem a parte fisiológica de cada um, vamos respeitar o processo do atleta. Volto a frisar como ele foi guerreiro por participar de uma maneira em que ele entrou em campo.
– Talvez quem esteja mais perto do retorno seja o Igor Vinícius. Em breve vai entrar de novo conosco, podendo ser um desafogo também para o Moreira, que vem para o terceiro jogo em sequência. Tivemos hoje uma assistência do Moreira, bem na parte defensiva, bem na parte ofensiva, com uma parte técnica interessante. Ganhamos mais uma opção.
- Entrada de Bobadilla
– Ele teve uma adaptação rápida ao nosso país e ao nosso clube. Mais uma grande partida. É ruim falar individualmente de cada atleta, porque o todo é o mais importante. Mas como você me perguntou dele, dentro das opções que ganhamos dentro das oportunidades que têm de entrar e jogar bem, como ele e o Luiz Gustavo, sustentou os 90 minutos. Devagarinho vai atingir sua melhor performance. É mais uma opção boa para a sequência da temporada. A gente não lamenta quem está de fora. A gente enaltece quem vai jogar porque o grupo nos dá essa segurança.
Globo Esporte