O lateral-esquerdo Welington teve a oportunidade de deixar o São Paulo no meio do ano passado e conquistar a “independência financeira” com a proposta do CSKA (RUS). O pouco tempo para finalizar o negócio, porém, fez a janela fechar antes do trâmite ser concluído e o lateral ficou no Tricolor. Agora, o jogador abriu o jogo em entrevista ao UOL e disse o que quer para renovar seu vínculo com o clube — que vai até o final de 2024.
Valorização. “Espero que seja uma proposta daquilo que eu estou merecendo. Já faz três anos que estou no profissional fazendo bons jogos. É tudo merecimento. Espero que entrem em acordo e o que for para ser, será”.
Independência financeira. “Financeiramente era uma proposta muito boa (do CSKA). Seria minha independência financeira. Mas como falei, meu foco é aqui hoje. Enquanto estiver aqui vou dar sempre meu melhor”.
Renovação e propostas. “Tá na mão dos meus empresários e da diretoria. Estão conversando. Espero que dê tudo certo. É um clube que eu amo. Temos que ver propostas com bons olhos. É um reconhecimento do trabalho que está sendo feito. Acho que não era para ser naquele momento. Fiquei, fui campeão da Copa do Brasil e da Supercopa. Tudo tem seu tempo. Enquanto eu estiver no São Paulo, vou procurar dar meu melhor”.
Super Welington
Durante o início do ano, o São Paulo revezou muitos jogadores e poupou outros mais para fazer o ‘controle de carga’ de forma a evitar lesões. Não foi o caso de Welington. O lateral jogou todas as partidas até o título da Supercopa e só aí descansou um jogo contra o Água Santa. E por ele, tudo bem se continuar assim…
Eu dou conta do recado, pode deixar (não precisa trazer ninguém). É só se preparar bem, manter o foco. Claro que temos 70 jogos no ano. É difícil um atleta jogar todos. Tem que aliar um revezamento, mas tem também o Patryck e a gente confia bastante nele. É um garoto da base, a gente acolhe bastante quem sobe. Sempre que tem oportunidade tento conversar com ele. Independentemente dele ser da mesma posição, procuro sempre ajudar. Apesar da minha pouca idade, estou aqui há mais tempo que ele e procuro ajudar. No que depender de mim, o que ele precisar pode sempre contar.
Quase unanimidade entre os torcedores, que pedem insistentemente a renovação do contrato que vai até o final do ano, Welington fica feliz com o carinho, mas também lembra as ‘cornetadas’ e faz uma autocrítica sobre cruzamentos.
Torcida sempre me acolheu. Apesar de no futebol ser inevitável sempre haver críticas. Um jogo você joga bem, outro não vai tão bem e vem a crítica. Esse reconhecimento é importante para mim. Estou fazendo bons jogos e ter esse carinho me dá mais motivação. É continuar fazendo o que venho fazendo de melhor e dar alegria à torcida. Pegam muito no meu pé de cruzamento. Então, acho que eu tenho que melhorar e venho trabalhando para isso. É importante ter esse conhecimento.Continua após a publicidade
Início difícil
“A gente vem da periferia e tudo é mais difícil. No começo, tinha dificuldades de chegar em Cotia. Comecei em uma escolinha licenciada do São Paulo e com 12 anos fui para Cotia. Até então eu passava bastante dificuldade para chegar nos treinos. Com a ajuda do São Paulo, que continua me ajudando até hoje e sou grato por tudo isso, fui me mantendo e cheguei ao profissional. Como morava distante, naquela época minha mãe não tinha carro, então tinha que se virar. Ônibus, trem, metrô até Cotia. Era muito longe. Pegava três ônibus e trem. Dava 1h30. Saía de casa às 5h30 da manhã para chegar a tempo do treino. Desde os 12 anos. Com 14, começa o alojamento e aí deu uma melhorada porque eu ficava lá em Cotia. Eu morava em Diadema. Eu passava a semana em Cotia e no fim de semana ia para casa.”
Quase volante
“É uma história muito louca. Eu sempre joguei de lateral, mas cheguei na base como volante. Treinador me colocou para fazer um teste como lateral e eu já sabia jogar. De lá pra cá foi só lateral e é a posição que mais me identifiquei.”
Títulos e Carpini
“Já tinha ganhado o Paulista e agora Copa do Brasil e Supercopa. Sonho também em ganhar a Libertadores, outra Copa do Brasil. Procuro fazer história aqui dentro. Enquanto estiver aqui, minha meta vai ser fazer história e ficar marcado como uma geração vitoriosa. Apesar da pouca idade do Carpini, isso não vai interferir em nada aqui dentro. Ele é o comandante. O que ele falar, temos que escutar. É saber separar. Ali era um momento de comemoração de estarmos curtindo, então essa brincadeira é bem saudável. Pra ele, vai ser muito bom aqui dentro do São Paulo no crescimento da carreira dele. É um cara que em pouco tempo dá para ver que é de grupo, que acolhe bastante, e espero conquistar bastantes títulos com ele.”
UOL