Chamado de burro pela torcida, Carpini se sente respaldado após eliminação: “Não cheguei aqui à toa”

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Thiago Carpini lida com uma enorme pressão no São Paulo, que se intensificou após a eliminação precoce nas quartas de final do Campeonato Paulista, neste domingo, ao perder para o Novorizontino, nos pênaltis, por 5 a 4, após o empate em 1 a 1 no tempo regulamentar, no Morumbis.

Passada a partida, o treinador são-paulino, que foi chamado de burro por boa parte da torcida após o jogo, falou sobre essa forte pressão externa e, apesar da eliminação, acredita que o saldo da sua equipe neste Campeonato Paulista não foi dos piores.

“Não só enfrentamos o adversário mais difícil dessas quartas de final, mas também o grupo mais difícil da competição. O São Paulo passou bem pelo primeiro teste, óbvio que não pararíamos por aqui, tínhamos planejamento para muito mais. A gente entende a chateação, a frustração do torcedor, que é a mesma nossa, dos jogadores, diretoria, comissão. Sabemos que é só o início de temporada, são dois meses de trabalho com altos e baixos, com títulos, conquistas, e hoje uma eliminação na nossa casa. Torcedor mais uma vez lotando o Morumbis, incentivando, apoiando. Infelizmente, não conquistamos o objetivo de todos nós. Entendemos a frustração do torcedor, mas estamos apenas iniciando a temporada. As competições mais importantes ainda vão começar. Tirando o que aconteceu hoje, não acho que seja um saldo totalmente negativo”, disse Carpini.

“A gente sabe o que vai conquistar esse ano, vamos voltar com um contexto diferente. Os questionamentos são todos pertinentes, mas estou muito tranquilo e muito seguro. A minha responsabilidade é de continuar fazendo meu melhor e dar uma resposta ao São Paulo, ao torcedor e para nós mesmos. Me sinto muito confiante e preparado. Como falei, já usei esse termo em outras oportunidades. Não cheguei aqui à toa, estou aprendendo e evoluindo todo dia, mas estou construindo minha trajetória. Que bom que estamos tendo oportunidade de viver grandes coisas nesse clube, porque vamos valorizar ainda mais os momentos de vitória”, prosseguiu.

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“Estamos muito chateados, mas nossa continuidade na temporada, o período que tivemos para conhecer cada vez mais nosso elenco, as dificuldades que enfrentamos… Calleri ausente, Ferreirinha fazendo gol e saindo. Isso tem sido uma tônica no São Paulo desde o começo da temporada. É seguir trabalhando, seguir convicto do que está sendo feito. Preciso e sei conviver com críticas, elogios, aplausos e vaias, principalmente quando o torcedor faz a parte dele. Imaginávamos um pouco mais, não era dessa maneira que queríamos nos despedir do Estadual. É só o início de trabalho. Vamos seguir trabalhando, ajustando, potencializando coisas boas e corrigindo os erros”, completou.

Sobre as vaias e ofensas vindas das arquibancadas, Thiago Carpini tratou tudo com muita naturalidade, procurando minimizar a pressão cada vez maior por parte da torcida são-paulina, que chegou a chama-lo de burro em alguns momentos do jogo.

“Na verdade, não foi a primeira vez que ouvi isso na minha vida. Foi a profissão que escolhi, já tenho um tempo nessa estrada. A transição de carreira ainda é recente, mas já vivi alguns momentos bons e ruins na minha carreira, assim como tenho vivido no São Paulo. A eliminação é muito doída, muito frustrante para todos nós, mas trabalho com as mesmas convicções que me trouxeram até o São Paulo. Procuro corrigir meus erros, melhorar. Os erros fazem parte da nossa vida. Sei reconhecer isso, mas também consigo ver as coisas boas que nós fizemos aqui no São Paulo nesses dois meses de competição”, comentou.

O São Paulo terá mais de duas semanas sem jogos após a eliminação no Campeonato Paulista, se preparando para a estreia na Libertadores, marcada para a primeira semana de abril. Essa longa “janela” levanta dúvidas sobre a continuidade de Thiago Carpini à frente do São Paulo, mas o treinador garante que se sente respaldado não só pela diretoria, mas também pelos jogadores.

“É um direito do torcedor [vaiar e criticar]. São opiniões. O torcedor está como nós, tristes, insatisfeitos. Me sinto respaldado, porque essa semana tivemos muita confiança pro jogo de hoje, não só o respaldo da diretoria, mas a confiança interna do elenco. Isso que me motiva a fazer o melhor pelo São Paulo. Acredito que o São Paulo vai fazer uma temporada que vai surpreender muita gente. Vi como eles ficaram pós-partida. Tenho que vir aqui e responder você, falar que não foi um dia bom para o São Paulo, mas agora temos uma oportunidade de iniciar uma nova competição e dar a resposta que o torcedor merece”, concluiu.

Gazeta Esportiva