Quando o juiz apitou o fim da partida no Morumbis, o placar mostrando 2 para o São Paulo, 0 para o Tigre em mais de 90 minutos jogados enfim, depois de doze sofridos anos presos na tão falada maldição, sabíamos que um novo capítulo se iniciara.
Ao espantar este fantasma o São Paulo se viu livre das mordaças que o futebol lhe condenou por ser campeão sem jogar 90 minutos, seja a culpa dele ou não, e, com o caminho aberto, afastou outra maldição, a de nunca ter vencido a Copa do Brasil. Batemos nossos fregueses do Rio de Janeiro na final. Em 2024, campeão de tudo com o título da Supercopa em cima dos nossos fregueses da Pompeia.
Pois quis o destino que a primeira batalha da nossa tão querida Libertadores 2024 fosse diante de outros dois fantasmas. Em quatro oportunidades sequer balançamos as redes contra o Talleres, o adversário. E em Córdoba, no estádio em que perdemos a Sul-Americana para o Independiente Del Valle, em 2022.
Precavidos os são-paulinos estão: o pré-jogo lembra muito o lamentável confronto contra o Talleres 6 anos atrás, quando um jovem inexperiente era o treinador. Thiago Carpini está na corda bamba, como naquele confronto de pré-Libertadores também estava André Jardine.
Dois jogos decidem o futuro de Carpini, como definiram o de Jardine. Sabe disso o atual treinador, pois já cedeu à pressão de parte majoritária da torcida e da imprensa e confirmou, entre os onze iniciais, o controverso James Rodriguez, que vem de duas boas atuações no plantel colombiano, algo que ainda deve com a camisa tricolor.
Por sorte de Carpini também deve retornar Wellington Rato, queiram vocês são-paulinos ou não o jogador mais importante deste elenco que tem Lucas e Calleri. Não são menos importantes estes dois, mas Rato está no mesmo nível, assim como Rafael.
Creio eu que ao menos 3 pontos garantem o treinador para o terceiro confronto da primeira fase da competição sul-americana e para a estreia no Brasileiro. Soma menor significaria a busca por outro comandante antes do fim do turno da Libertadores.
Quem? Não quero pensar.
Não queremos isso. Nós são-paulinos queremos os 6 pontos, chamar Carpini de gênio e afastar os fantasmas que ainda rondam o coração de cinco pontas. Para ganhar a Libertadores não basta jogar, tem que sofrer.
Soframos!
Vamos São Paulo!
André Barros é jornalista e são-paulino, não necessariamente nessa ordem…