Pressionado, Carpini revela conversa com líderes do elenco e defende trabalho à frente do São Paulo

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O técnico Thiago Carpini foi bastante franco na entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira, após a vitória do São Paulo por 2 a 0 sobre o Cobresal, no Morumbis, pela segunda rodada da fase de grupos da Copa Libertadores. Extremamente pressionado, o comandante tricolor revelou uma conversa que teve com os líderes do elenco nesta semana e defendeu o trabalho que tem realizado no clube, apesar do desempenho do time aquém das expectativas.

“Sei o que está sendo feito, sei o trabalho que foi feito nessa semana, de muita conversa com pessoas importantes do nosso grupo, alguns pilares. Tive também uma conversa com o James, ele se dispôs a fazer o máximo que conseguiu, nos ajudou para termos essa vitória. Entendo a chateação do torcedor, mas prefiro valorizar o torcedor que nos apoiou o tempo todo. Quase 50 mil pessoas no Morumbis, isso é maravilhoso. A carga emocional para esse jogo era muito grande. A primeira fase [da Libertadores] é um tiro muito curto, e não vencer hoje seria um resultado desastroso para a caminhada do São Paulo”, disse Carpini.

Chegou a ser especulada a possibilidade de o atual treinador do São Paulo ser demitido mesmo com a vitória devido ao fato de a equipe ter tido um desempenho baixo do esperado mais uma vez nesta quarta-feira, garantindo a vitória apenas nos minutos finais do jogo, porém, aparentemente, Thiago Carpini seguirá no cargo.

“Me sinto respaldado, senão não estaria aqui. Vivo aquilo que vejo, o meu dia a dia, vejo quem me dá respaldo, que é a diretoria do São Paulo e principalmente meu grupo. Acho que foi a melhor semana de trabalho nossa. O tamanho do compromisso desses caras, a grandeza de entender o momento delicado que o São Paulo vive por uma sequência de resultados ruins, eliminação no Paulista… ficamos muito chateados, assim como nosso torcedor. Uma estreia contra o Talleres na Argentina com três alterações no primeiro tempo que acabam com qualquer plano de jogo, tudo se modificou. E, mesmo assim, acho que no mínimo um ponto na Argentina era merecido. Então, criou-se uma expectativa interna e uma frustração nossa e dos torcedores por esperar que o São Paulo estrearia com uma vitória”, prosseguiu.

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Thiago Carpini também expôs alguns números para justificar as dificuldades que vem tendo à frente do São Paulo. Mesmo com um tempo considerável para trabalhar com o elenco desde a eliminação no Campeonato Paulista, o treinador ainda não conseguiu fazer a equipe deslanchar e, para ele, muito se deve ao alto número de lesões nesta temporada.

“Tivemos 71% de posse de bola contra 29% [do Cobresal], 26 finalizações contra seis, oito chances de gol contra zero. Estamos no DM com Luiz Gustavo, Lucas, Rato, Rafinha, Ferreira, Negrucci, Rodriguinho, Patryck, Moreira, Iba, Young e Nestor, que voltou hoje. Com 12 atletas do meu grupo no DM, como vamos ter continuidade, jogada combinada, o melhor do São Paulo, com essa dificuldade? É muito difícil. Eu me sinto confortável no desconforto, gosto do desafio, ainda mais quando sinto o respaldo de quem é importante”, afirmou.

“O torcedor do São Paulo, o que recebo de mensagens positivas… temos aqui 16 jogos que completei hoje, são 60% de aproveitamento com todas essas dificuldades. No balanço geral, vejo uma cobrança exacerbada, mas precisamos respeitar. Não sei se é por conta da idade, acredito que não, porque não acho que a competência está atrelada à idade. Não é porque você é mais novo ou mais experiente que você é menos capacitado ou não. Não cheguei aqui de graça e vamos continuar. Vamos ter conquistas grandes no São Paulo esse ano, não tenho vergonha nenhuma de falar isso, porque sei o quanto trabalhamos no dia a dia”, concluiu Carpini.

Gazeta Esportiva