Bicampeão da Copa Libertadores com o São Paulo, Pintado tem a oportunidade de reviver os momentos decisivos da competição de outra forma. Agora auxiliar técnico, o ex-jogador acompanha de perto a campanha que colocou o clube do coração novamente em uma semifinal de peso. Acompanhar é uma forma até moderada de descrever a energia demonstrada. O ídolo dos anos 90 participa intensamente de cada partida: grita, bate no braço e beija o símbolo. Se já não pode entrar em campo para ajudar, o negócio é vibrar como um torcedor à beira do campo.
Em entrevista ao ESPN.com.br, Pintado comentou a emoção de retornar ao time em uma fase de reconstrução e ter a chance de colaborar para a reviravolta tricolor, que foi de desacreditado a um dos quatro melhores da Libertadores. O auxiliar se diz honrado pela chance que tem aos 50 anos de idade.
“Eu não estou só em campo, eu estou dentro de campo em uma fase importante de Libertadores com o São Paulo. Acho que um sonho mais perfeito do que esse eu não poderia ter, não poderia ter construído”, disse.
Uma das missões era usar toda a experiência adquirida ao longo da carreira para ajudar os jogadores a entenderem exatamente o “peso da camisa”. A tarefa parece ter sido concluída com sucesso. Toda a vibração e carinho pelo clube fizeram Pintado ser rapidamente reconhecido pelo elenco tricolor e peça importante na nova fase do time.
“Eles entenderam (o peso da camisa). A Libertadores foi muito importante para esses momentos. Os jogos decisivos no Morumbi, com nosso torcedor lotando o estádio, apoiando. Acho que os jogadores reconheceram e entenderam que a grandeza do São Paulo foi construída com vitórias, com triunfos, como eles estão fazendo agora”, analisou.
Ao longo da entrevista, Pintado também falou sobre a importância da torcida para que a equipe chegasse à semifinal da Libertadores, elogiou a postura dos jogadores e destacou o jogo de despedida de Rogério Ceni como fundamental para que o São Paulo se “reencontrasse” com a história.
Confira a entrevista com Pintado:
ESPN: O São Paulo novamente está em uma semifinal de Libertadores. Qual é a sua emoção de estar novamente em uma fase aguda de um torneio tão importante?
Pintado: Fazer parte deste momento me deixa muito feliz. É uma honra para mim. Era tudo o que eu sonhava no tempo fora do São Paulo. Tudo o que eu queria era ver o São Paulo reconstruir esses bons momentos, esta boa Libertadores. Claro que com o pé no chão, é uma reconstrução. Isso é o trabalho de muita gente dentro do São Paulo.
Como tem sido o seu trabalho com o elenco? Eles foram receptivos com a sua chegada?
Pintado: Esse grupo está aberto às pessoas que querem ajudar, é um grupo que tem feito qualquer coisa e aceita qualquer tipo de ajuda. Eles sabem que existem pessoas importantes no processo. Eles me acolheram de uma maneira que eu não tenho como agradecer. Só posso agradecer ajudando, indo pegar a bola se for possível, pegar a chuteira deles se for preciso e também falando a verdade olho no olho, que é a minha maneira de ser.