Clube e jogador negociam extensão de vínculo há seis meses; lateral-esquerdo pode assinar pré-contrato com outra equipe a partir de 1º de julho
A pouco mais de duas semanas da data em que poderá assinar um pré-contrato com outro clube, o lateral Welington nunca esteve tão distante de um acerto com o São Paulo para a renovação de seu vínculo com a equipe.
Uma guerra de versões entre os dois lados dessa negociação, travada longe dos microfones, torna o acordo muito difícil – o que é admitido tanto por cartolas tricolores como por representantes do atleta, ainda que ninguém crave o fim das conversas.
Na última semana, os supostos valores de um novo salário de Welington abasteceram as conversas de torcedores e as acusações entre os participantes das negociações, sempre em off – quando a fonte pede para não ser identificada.
O que se admite é que as cifras pedidas pelo jogador e as oferecidas pelo clube estão muito distantes uma da outra, com pouca margem de flexibilização.
Nesta semana, o repórter Gabriel Sá publicou que Welington teria pedido R$ 800 mil mensais, mais luvas – o que o colocaria como um dos maiores salários do elenco. É a cifra que circula no Morumbis e que foi informada também ao ge. À reportagem, representantes do lateral negaram a informação.
Segundo essas pessoas, o valor seria muito inferior, mas cobra-se uma valorização relevante, já que Welington teria vencimento semelhante ao de atleta recém-promovido da base, apesar de estar entre os profissionais há cerca de quatro anos.
Nem dirigentes do clube, nem representantes de Welington revelam qual foi a proposta enviada pelo clube. Especula-se que o valor represente o triplo em relação ao salário atual – porcentagem que o São Paulo trata como próxima a seu limite, mas que não satisfaz o atleta, considerando seus vencimentos tidos como muito baixos.
Como tem contrato até o dia 31 de dezembro, Welington pode assinar um pré-contrato com outro clube a partir de 1º de julho – equipes como Botafogo e Internacional já foram citados como interessados – para se transferir como agente livre em janeiro.
Dirigentes tricolores dizem que manterão as negociações até que o jogador informe ter assinado com outro time. Além disso, reforçam que o lateral será utilizado enquanto tiver vínculo com o São Paulo.
Welington tem sido titular com Luis Zubeldía e, contra o Internacional, quinta, completou seis partidas no Brasileiro – o limite para que ele possa se mudar para outra equipe da Série A neste ano.
O São Paulo, que domingo enfrenta o Corinthians, não pretende poupá-lo para evitar o sétimo jogo enquanto as negociações continuam.
De acordo com o balanço financeiro tricolor, publicado em abril, o clube detém 100% dos direitos econômicos do lateral, mas pode vê-lo partir sem receber nada por isso.
Em um caso recente e semelhante, o meia Igor Gomes, em fim de vínculo, assinou um pré-contrato com o Atlético-MG. Houve negociação entre os clubes para uma liberação antecipada em que o São Paulo ficou com 10% dos direitos do jogador.
O fato de o contrato de Igor Gomes terminar em março de 2023 facilitou o acordo, celebrado no fim da temporada anterior.
Welington era reserva de Caio Paulista no ano passado, e o clube dava como certa a permanência do titular, que num movimento surpreendente trocou o São Paulo pelo Palmeiras.
Esperava-se vender Welington para a Europa – ele quase se transferiu para o CSKA em setembro – e, por isso, o São Paulo não abriu negociação antes de janeiro, quando se viu forçado a negociar com o lateral após a saída de Caio Paulista.
O elenco tricolor tem também o jovem Patryck para a posição, mas ele ainda é visto como imaturo. Por isso, a busca por um lateral esquerdo é prioridade.
Alex Sandro, que deixou a Juventus e tem passagens pela Seleção, é o alvo, mas dirigentes admitem se tratar de um negócio difícil pela vontade do jogador de permanecer na Europa e pelos valores envolvidos.
Globo Esportiva