Prancheta Tricolor – Alisson e o mercado

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É de se lamentar a contusão do melhor jogador do São Paulo em 2024. Um lance infeliz do Alisson na pequena área deixou todos apreensivos, do torcedor presente na arquibancada ao que acompanhava pela televisão, passando pelos atletas em campo, que mesmo assim conseguiram os três pontos diante do Grêmio/Eduardo Bauermann no Morumbis.

Mas calma, torcedor, especialmente os profetas do apocalipse que amplificam pessimismo nas redes sociais: o ano não acabou. 

De ontem vem tanto pessimismo? Quando Pablo Maia se machucou foi a mesma coisa: o ano acabou, vamos pensar em 2025, não temos como competir! E cá estamos na quarta posição do Brasileirão, nas oitavas da Libertadores e da Copa do Brasil, com boas perspectivas de avançar nas duas competições.

A ausência de Alisson no restante da temporada, porém, tornou mais urgente e necessária a atuação do São Paulo na janela de meio de ano. Já estamos alguns passos atrás quando comparado com rivais, pois Bahia, Botafogo, Cruzeiro e Vasco tendem a subir de nível com os reforços que chegaram nos últimos dias. Flamengo, Palmeiras e Atlético-MG estão um degrau acima e também encorparam seus elencos.

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Por enquanto no São Paulo só há perdas: Diego Costa, Juan e, talvez, Wellington estão deixando a casa. Alisson está fora no restante da temporada e Pablo Maia só deverá retornar no último trimestre. Zubeldía foi claro: precisamos de reforços no setor.

Não apenas na volância, seria fundamental também a chegada de um lateral-esquerdo e muito bem-vinda a de um novo zagueiro. E precisam ser jogadores prontos, que chegam para assumir, ou ao menos brigar, pela titularidade. 

Caso contrário acredito que a solução poderia vir do próprio elenco. Temos dois jovens com bom potencial, Iba Ly e Negrucci, e dois que retornaram de empréstimo, Liziero e Mendez. Liziero pode jogar tanto no meio como na lateral e Mendez é primeiro volante de origem, poderia revezar com Luiz Gustavo e deixar Bobadilla, Galoppo, Michel ou o próprio Liziero para a segunda função. Nosso treinador tem potencial para avaliá-los e usá-los, se assim achar possível.

Creio eu, diante da situação financeira do clube e da impossibilidade de disputar reforços com as SAFs com alto volume de dinheiro injetado, que ficaremos com a segunda alternativa. São em situações como esta que os coelhos saem da cartola – o próprio Alisson foi uma solução deste tipo.

Será mais difícil, acredito, mas não impossível. A temporada ainda não acabou e temos condições de continuar brigando lá em cima.

André Barros é jornalista e são-paulino, não necessariamente nesta ordem.