Zubeldía vê justiça em empate do São Paulo e diz não ligar para cartões: “Vim para ganhar”

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Treinador foi advertido contra o Juventude, neste domingo, e não estará à beira do campo contra o Botafogo, na próxima quarta-feira, no Morumbis

Luis Zubeldía considerou legítima a igualdade de placar no empate sem gols do São Paulo contra o Juventude, em Brasília, no Estádio Mané Garrincha, pela 18ª rodada do Brasileirão. O ponto somado levou o Tricolor a 31 pontos, mas o tirou o G-4. A equipe agora é a quinta colocada.

– Creio que o resultado termina sendo justo. No começo do primeiro tempo tivemos a iniciativa que planejamos, e na maior parte do primeiro tempo o time teve o perfil do time que somos. Claro que em algumas situações, atacando o espaço com cruzamento, não chegamos, e no segundo tempo esteve mais complicado o controle da bola. A partir daí creio que baixamos um pouco a intensidade e nos incomodaram um pouco mais. Enfim, creio que o resultado, apesar de as duas equipes tentarem buscar, foi justo – disse o treinador.

O gramado do estádio Mané Garrincha, que estava em condições ruins, foi um dos temas destacados pelo treinador como um fator que dificultou o jogo.

– O terreno de jogo nos deu trabalho, com a circulação de bola, não era o ideal. Mas também quero dizer que jogar aqui, com muita torcida do São Paulo, foi uma experiência linda. Ficamos contentes, mas não pudemos lhes dar uma vitória. Acontece que são partidas duras, parelhas, e o primeiro que faz gol é possível que saia com o triunfo. Tivemos nossa chance e não pudemos concretizar.

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O técnico foi perguntado sobre a busca pelo encaixe da equipe sem Alisson, que deve perder a temporada por lesão, e lembrou que a equipe teve outras mudanças. Em Brasília, não atuaram os suspensos Welington e Igor Vinícius e ainda ficou fora o atacante Calleri, com dores.

– Alisson estava em grande fase, são jogadores que jogaram o último ano como titulares indiscutíveis. No caso do Alisson, um jogador que dava a construção em um nível top. Não posso pretender que entrem e deem o mesmo. Estaria faltando a realidade. Com Bobadilla se adaptando ao futebol brasileiro está indo bem, tendo mais protagonismo. Hoje tínhamos três trocas com Rafinha, Bobadilla, que entrou no jogo anterior, e André. Então claro que há o que melhorar na consistência do jogo, mas sei que o Brasileirão e há times que são muito duros, mesmo que não tenham a história do São Paulo. Se olhar os números do Juventude, são bons. Não é fácil tirar pontos. Nas 38 rodadas, tem que ser consistente com a ideia e buscar triunfos. Se não pode ganhar, o empate é valorizado.

O técnico, porém, preferiu não bater tanto na tecla sobre as más condições do campo e valorizou o reencontro com a torcida do São Paulo em Brasília. Na véspera, a delegação foi recebida com festa por torcedores.

– Nos receberam muito bem em todos os lados, no hotel, aqui. É importante o afeto, o carinho, ver que a equipe está em cima na tabela. Claro que gostaria que o terreno estivesse melhor, mas já sabíamos e tentamos como pudemos. Em momentos tivemos bom controle, em outros nos complicou mais. Eles conheciam mais o gramado, jogaram contra o Atlético-MG na semana passada. Creio que o empate foi justo, os dois tiveram oportunidade para ganhar. Um ponto como visitante não é o que gostamos, mas temos que valorizar.

Zubeldía foi mais uma vez perguntado sobre James Rodríguez, que negocia a sua rescisão de contrato com o clube, mas passou o tema para a diretoria. Com ele, o colombiano fez só um jogo.

– A situação de James creio que já estão resolvendo os dirigentes, então é uma pergunta que podem fazer mais a eles do que a mim – disse.

– É uma decisão institucional, junto com os interesses do jogador. Eu não posso mais falar do assunto. Tem que perguntar à diretoria e ao jogador.

Sobre os amarelos

Zubeldía terá de cumprir suspensão contra o Botafogo, já que acumulou três cartões amarelos em sequência nos últimos três jogos. Ele lamentou, mas disse que não vai mudar a sua postura.

– Que me deem o amarelo é um tema menor para mim. Indiscutivelmente tem coisas que poderiam ser evitadas aqui. Os árbitros aqui têm uma obsessão de não sair da área técnica. É uma arbitragem muito autoritária, muito autoritária. Luciano protesta e toma amarelo. O Lucas é amarelado rapidamente outro dia. E são jogadores de nome. Para mim isto fala muito, porque tem que respeitar Moura, Luciano. Mas em seguida há situações que acontecem que eu me surpreendo. Uma coisa é o árbitro fazer justiça no jogo, outra é ser autoritário, não contemplar algumas situações normais no futebol.

– Não creio que seja algo pessoal, a única coisa é que vou seguir sendo. Vim aqui não para passear, vim para ganhar. Digo aos meus jogadores. Se tiver que fazer a cena que fiz, eu sinto assim o futebol. Cada partida no Brasileirão vou jogar como se fosse uma final. Se me custar três amarelos, uma expulsão… Mas vou sentir o futebol como venho sentindo.

Globo Esporte