Mandatário do Tricolor coloca panos quentes em discussão com colega do Fluminense após dizer que “teve time que subiu passando por cima da regra”
O presidente Julio Casares, do São Paulo, colocou panos quentes na discussão com Mário Bittencourt, mandatário do Fluminense, após trocas de farpas relativas ao pedido do clube paulista para a anulação do duelo entre as equipes, pelo Campeonato Brasileiro.
No Instagram, Casares postou uma foto com o presidente do Fluminense, fez elogios, pediu “união de propósitos”, mas manteve sua postura de defender a anulação do jogo por erro de direito do árbitro Paulo César Zanovelli, que confirmou um gol da equipe carioca depois de dar vantagem num lance de falta, ignorando uma ajeitada de mão do zagueiro Thiago Silva na origem.
– Realmente, querido Mario, não vamos estender essa discussão pelas redes, ou pela mídia — como quando fui indagado hoje. (…) Reafirmo as minhas posições e estarei sempre respondendo quando alguém, amigo ou não, faça juízo de valor da nossa defesa. Que lutemos pelo nosso futebol, pela união de propósitos – escreveu Casares.
– O erro de direito ficou cristalino com o áudio do VAR, mesmo disponibilizado tardiamente. A nossa discussão não é com o estimado Fluminense, e sim uma pauta para o STJD, que você conhece muito bem. Até mesmo por ter amplificado a sua notoriedade após a vitória do Fluminense no STJD, quando a equipe carioca deixou de ser novamente rebaixada. Muita sorte nessa reta final de Brasileiro para nós e sucesso na união dos modelos de Ligas que defendemos!
Entenda o caso
Chateado com declarações do presidente do Fluminense, que disse não ter existido erro de direito do árbitro no jogo em questão, Casares afirmou nesta sexta-feira, em entrevista coletiva, que “teve time que subiu passando por cima da regra”, em alusão a um acesso do Flu à Série A depois de ter vencido a Série C, em 1999, sem ter passado pela B.
Bittencourt respondeu lembrando o caso Sandro Hiroshi, ex-atacante do São Paulo que teve descoberta a identidade adulterada naquele mesmo ano.
No último dia 26, no julgamento no Pleno do STJD, uma das auditoras pediu vistas do processo e causou o adiamento da decisão. Bittencourt reclamou do fato e disse que daqui a pouco “a gente volta ao Campeonato Brasileiro da década de 90, quando o campeonato não acabava”.
O dirigente do São Paulo lembrou o episódio em que, após vencer a Série C em 1999, o Fluminense acabou beneficiado por mudanças no campeonato de 2000 e disputou diretamente a Série A, sem passar pela Série B.
– Eu vi a declaração do Mário Bittencourt, um amigo, gosto dele como dirigente, mas acho que ele derrapou. Se a gente voltar aos anos anteriores, vamos observar que times subiram para as divisões especiais passando por cima da regra estabelecida. Isso sim seria voltar a tempos atrás. Estamos trabalhando em cima do que a lei nos permite. O São Paulo está lutando porque foi um erro claro de direito. Se não for discutido, vamos anular essa cláusula.
Em 1999, o Fluminense ganhou a Terceira Divisão, mas pulou direto para a elite. O clube acabou beneficiado por mudanças na tabela e uma ida do Gama à Justiça Comum. Assim, a Copa João Havelange de 2000 foi organizada pelo Clube dos 13 e teve o Fluminense convidado a jogar na Série A.
O São Paulo alega erro de direito da equipe de arbitragem, que validou um gol do Fluminense, o primeiro da vitória carioca por 2 a 0, após o árbitro Paulo Cesar Zanovelli não marcar falta de Thiago Silva – pedida pelo São Paulo. Na ocasião, o zagueiro carioca toca a bola com a mão e o VAR, em seguida, chama o árbitro para analisar o lance. Julgado no STJD, o árbitro pegou gancho de 15 dias.
Fonte: GloboEsporte