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Marcelo Hazan
Recusa inicial do jogador, em fevereiro, dá lugar a otimismo de clube, meia e investidores após três meses. Troca de dirigentes e entendimento financeiro ajudam
São Paulo e Ganso estão otimistas em renovar o contrato do meia, válido até setembro de 2017. Uma reunião na próxima semana poderá definir o novo acordo.
Um entendimento financeiro de salários, luvas (prêmio por assinatura) e multa rescisória está mais próximo. Há poucos meses, porém, o clima era de incerteza dos dois lados.
O GloboEsporte.com explica abaixo o passo a passo das conversas entre clube (dono de 32% dos direitos econômicos), atleta, representado pelo empresário Giuseppe Dioguardi, e DIS (investidora dona de 68% dos direitos).
Pé no freio
Ganso iniciou o ano com a responsabilidade de ser o líder técnico de um time que havia perdido as referências Rogério Ceni, Luis Fabiano e Alexandre Pato. A incerteza sobre a qualidade do novo time em 2016 e o andamento arrastado das conversas com o clube lhe fizeram frear a expectativa de uma prorrogação.
Desde 2014, seu agente procurava o Tricolor para negociar, mas as conversas eram adiadas. Por tudo isso, o representante e o jogador adotaram cautela em janeiro. Tanto que o atleta falou em ter calma para renovar. O futuro era incerto.
Protagonismo e o fator Bauza
A temporada começou e Ganso se tornou, de longe, o principal destaque do time. Desde o início Edgardo Bauza deixou clara a admiração pelo atleta. A intenção era colocá-lo de volta na Seleção, objetivo confirmado nesta semana.
Sem os ídolos Ceni e Fabuloso, além de Pato, artilheiro de 2015, Ganso trocou os passes pelas finalizações. Preferiu os chutes ao gol do que os toques em jogadas habituais, por entender que era o jogador de mais qualidade técnica do elenco.
Deu certo. Os números (sete gols e cinco assistências) e o bom rendimento aumentaram a pressão pela renovação. Na visão da diretoria, a perspectiva de valorização com um novo contrato também influenciaram na melhora do camisa 10.
Teto salarial e a admiração de Leco
O presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, tem profunda admiração pelo meia O dirigente sempre expôs o desejo de mantê-lo no Morumbi, pois quer Ganso campeão no Tricolor. O atleta ganha pouco acima de R$ 300 mil e será mais valorizado.
Troca de dirigentes
A saída de Ataíde Gil Guerreiro da vice-presidência de futebol e a entrada do diretor Luiz Antônio da Cunha também influenciou na negociação. Uma declaração de Ataíde, em fevereiro, de que só não havia renovado porque Ganso tinha cautela e que dependia do jogador gerou desgaste. Com personalidade forte, o antigo vice era menos maleável e tem perfil diferente de Cunha, habilidoso para costurar conciliações.
Foi ele um dos grandes responsáveis pela recuperação de Michel Bastos. Sua missão prioritária era cuidar da negociação de Ganso, sem o executivo Gustavo Vieira de Oliveira. O diretor trata do assunto com Dioguardi, com quem tem boa relação, e a DIS.
Recusa inicial
No fim de março, Ganso recusou a primeira proposta do São Paulo, mas não fechou as conversas. O argumento do estafe do atleta era de que os R$ 400 mil serviriam para repor a inflação acumulada a partir de setembro de 2012, período em que ele não teve aumento.
O atleta teve propostas para ganhar mais de Napoli, Al-Ittihad, Orlando City, Flamengo e Hebei China Fortune, mas preferiu ficar no São Paulo. Uma multa menor e um salário melhor são dos desejos do atleta. Hoje ele ganha menos do que Calleri, Lugano, Wesley e Alan Kardec.
Todos cedem
Nas últimas reuniões, o São Paulo, o agente de Ganso e a DIS desenharam um modelo favorável para as três partes. A multa rescisória para o exterior de 25 milhões de euros (cerca de R$ 100 milhões) deverá diminuir, pois o jogador, de 26 anos, tem o desejo de atuar na Europa no futuro.
Otimista pelo acerto, Ganso agora está mais propenso a aceitar um salário dentro da realidade financeira do Tricolor, mas que o valorize de forma justa. E a DIS tem interesse na prorrogação do vínculo para manter os 68% dos direitos econômicos estabelecidos no contrato.
Pela lei da Fifa, investidores não podem ter participação nos acordos desde maio de 2015, mas o vínculo é anterior e foi feito em setembro de 2012. Por isso, os investidores colaboram com a negociação e podem até ajudar financeiramente. As conversas continuam na próxima semana.
Neste domingo, sem Paulo Henrique Ganso, o São Paulo encara o Cruzeiro, às 18h30, no Mineirão, pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro. Veja abaixo as informações:
Data: domingo, às 18h30.
Local: estádio do Mineirão, em Belo Horizonte
Time provável: Denis; Bruno, Maicon, Lugano e Matheus Reis; João Schmidt, Thiago Mendes e Ytalo; Centurión, Kelvin e Alan Kardec
Desfalques: Ganso, Rodrigo Caio e Mena (Copa América), Wesley, Calleri, Wilder, Breno, Caramelo, Carlinhos, Michel Bastos e Hudson (machucados)
Arbitragem: André Luiz de Freitas Castro (GO), auxiliado por Nadine Camara Bastos (SC) e Christian Passos Sorence (GO)
Transmissão: SporTV (menos MG) e PFCI (com Jota Júnior e Belletti)
Tempo Real: GloboEsporte.com a partir das 17h30
Referencia são o que decidem como Ricardo Oliveira, Higuain, Aguero, Messi, Neymar, Suares e não o Frangueiro e o Pipoqueiro que prejudicaram e Sugaram o Tricolor por 10 anos.
Só não concordo com as referencias ao fragueiro papa-frango e ao pipoqueiro. Este último só atrapalhou o time.