Contratado no final do ano passado para promover uma revolução no estilo de jogo do São Paulo, o técnico Edgardo Bauza vem colhendo bons frutos em seus seis primeiros meses de trabalho. O treinador levou um time desacreditado para as semifinais da Copa Libertadores, emplacou o retorno do meia Paulo Henrique Ganso à seleção brasileira e arrumou os problemas defensivos e a falta de vibração da equipe. Em meio a tantos pontos positivos, Patón diz já vislumbrar a ampliação do vínculo com o clube.
“O clube facilitou absolutamente tudo para que pudesse trabalhar. É um clube de primeiro nível mundial, pois existem aqui todas as condições para se trabalhar. O tempo que ficarei aqui não é possível saber. Torço para que o trabalho siga e para que eu possa ficar. Não vejo como exercer a profissão [de treinador] se não pensar que o meu trabalho continuará. Mas esse é um clube em que é preciso ganhar, então os resultados sempre serão determinantes. A minha vontade é seguir trabalhando”, disse Bauza.
O vínculo de Bauza com o São Paulo se encerrará no final do ano. O presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, disse em diversas entrevistas que está muito satisfeito com o trabalho do Patón, mas não chegou a abordar publicamente as chances de ampliar o contrato do técnico.
Bauza também é querido pelos torcedores, mas já teve que ouvir críticas por conta das decisões que tomou até encontrar uma equipe ideal. Após uma derrota por 3 a 1 para o São Bernardo, em 5 de março, pelo Paulistão, o treinador foi xingado de burro por parte dos tricolores que foram ao Pacaembu. Conselheiros também chegaram a fazer pressão para o Patón abandonar as escolhas pouco ortodoxas, mas não obtiveram sucesso nos bastidores.
Hoje, o trabalho de Bauza é questionado por conta do futebol pragmático e de vitórias magras. Ele garante que não se importa com nada do que dizem sobre seus métodos.
“Trabalho dessa forma e conquistei a América duas vezes [com LDU de Quito e San Lorenzo]”, disse. “Eu quero ganhar. Se for de meio a zero, não tem problema. Mas também quero melhorar. Pretendo que minha equipe seja equilibrada, que saiba atacar e defender. Para mim, essas são duas facetas imprescindíveis no futebol”.
O Patón reconheceu, contudo, que o futebol que seus times apresentam não é dos mais bonitos. É por isso que ele vê espaço para o time crescer na temporada.
“Quem não corre está fora. Pode ser que nossa equipe não seja muito vistosa, mas somos efetivos. É um time muito duro para o rival. Não será fácil ganhar de nós, pois seremos perigosos quando encontrarmos espaços. Nós estamos trabalhando para crescer. Hoje, o São Paulo não é uma grande equipe. É uma boa equipe e que seguirá evoluindo”, concluiu.