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Yan Resende
Sem atuação brilhante, time comandado por Edgardo Bauza aproveita as poucas chances criadas, bate o Vitória no Morumbi e evita mais um castigo no Brasileirão
O São Paulo não foi brilhante, apresentou um desempenho até abaixo do que se viu no último sábado, na derrota para o Atlético-PR. Faltou inspiração, mas sobrou eficiência. O time de Bauza aprendeu com o revés. No triunfo sobre o Vitória, por 2 a 0, o Tricolor não deu margem para o futebol castigá-lo mais uma vez no Morumbi.
Os próprios jogadores cobravam ao longo da semana: para embalar no Campeonato Brasileiro é preciso ter mais capricho. Na competição em que o equilíbrio não dá margem para oportunidades perdidas, a equipe comandada pelo técnico argentino mostrou eficiência nas raras chances que criou nesta quarta-feira.
O técnico optou por começar com o time que fez o último treino antes do duelo. Mesmo com Ganso e Rodrigo Caio à disposição, Bauza levou a campo Denis; Bruno, Maicon, Lugano e Matheus Reis; João Schmidt e Thiago Mendes; Auro, Ytalo e Centurión; Calleri.
A formação não vingou. O Vitória soube se armar, adiantou as linhas de marcação e obrigou os volantes do São Paulo a jogarem mais próximos da zaga. A postura dos baianos também segurou os laterais. A ideia de ter Ytalo mais próximo de Calleri deixou as duas partes da equipe bem distantes.
O campo que separava volantes e laterais dos pontas e atacantes parecia enorme. As triangulações pelos lados eram quase inexistentes. Se o primeiro lance do jogo, em que Ytalo assustou o goleiro Fernando Miguel (veja o vídeo), deu a impressão de que seria um massacre tricolor os minutos seguintes foram com o Vitória bem mais presente no ataque.
O duelo sem muitas emoções já se encaminhava para o intervalo quando houve um apagão no Morumbi. A partida ficou parada por 27 minutos até que os refletores do Morumbi voltaram a funcionar normalmente. Pouco mudou.
Já na saída para os vestiários, a torcida deu a dica, e Bauza atendeu prontamente. Ganso entrou na vaga de Auro, deslocando Ytalo para o lado direito do ataque. O meia, mesmo sem fora de ritmo como definiu o técnico na coletiva após o jogo, deu outra cara ao São Paulo.
Mas apenas uma mudança não foi suficiente. Logo aos 15 do segundo tempo, Michel Bastos entrou na vaga de Centurión. O argentino saiu irritado, gesticulou no banco de reservas, mas a substituição ajudou a melhorar a equipe. Fora desde o dia 18 de maio por causa de um estiramento na coxa direita, Michel voltou bem.
A bola finalmente começou a ser trabalhada de pé em pé. O Tricolor já não era um time com setores tão distantes. Faltava, porém, inspiração. Ganso até chegou a deixar Ytalo na cara do goleiro, mas o atacante não aproveitou. Diante deste cenário, era mais do que necessário colocar em ação a praticidade de Bauza: um time vencedor nem que seja “por meio a zero”.
Aí entrou em cena o matador. A bola demorou 75 minutos para chegar limpa, mas acertaram o toque para Calleri… Matheus Reis cruzou da esquerda e encontrou o argentino livre na pequena área. Com tranquilidade, o centroavante colocou no fundo das redes e saiu para a comemoração, na qual homenageou o amigo Sebastian Vladisauskas, que faleceu na Argentina no último final de semana.
O gol definiu a partida. Sem fôlego, o Vitória já não tinha a mesma força do primeiro tempo para buscar o empate. Com Ganso, o São Paulo soube segurar a bola no campo de ataque para gastar o tempo (terminou o jogo com 59% de posse).
Já aos 41 minutos, o Tricolor, ensinado por Bauza de que “o futebol te castiga”, não deu margem para mais uma frustração no Morumbi. Ganso cobrou escanteio fechado, Lugano se esticou na pequena área e aumentou a vantagem no placar. O triunfo estava garantido com eficiência.