Análise: sem inspiração e com muitos erros, São Paulo se salva com empate

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GloboEsporte.com

Marcelo Prado

De Bruno a Michel Bastos, equipe esteve bem abaixo do seu normal. Para piorar, Calleri deixou o time na mão com a expulsão e o 2 a 2 foi conquistado com sacrifício.

A expectativa do técnico Edgardo Bauza e dos torcedores do São Paulo em relação ao jogo contra o Flamengo era a melhor possível. Afinal, após sete jogos, a equipe voltaria a contar com o quarteto ofensivo que fez o time decolar na temporada: Michel Bastos, Kelvin, Paulo Henrique Ganso e Calleri. Mas a esperança, após 90 minutos, se transformou em frustração. Com falhas defensivas e apático ofensivamente, o Tricolor saiu de campo comemorando o empate por 2 a 2.

É para comemorar mesmo, já que foram 26 minutos com um homem a menos, após a expulsão de Calleri por reclamação. O motivo, inclusive, foi citado na súmula pelo árbitro.

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Os números confirmam a supremacia flamenguista em campo. O Rubro-Negro teve muito mais posse de bola (64% a 36%), finalizou muito mais ao gol adversário (19 tentativas contra sete do rival paulista), teve mais escanteios (13 a 2) e fez mais jogadas pela lateral (5 a 0). Os tricolores, que priorizaram a marcação durante toda a partida, só levaram vantagem nos desarmes (33 a 9) e nas roubadas de bola (14 a 4). O fato de Denis ser o melhor jogador da equipe só mostra o quanto os cariocas estiveram mais perto da vitória durante toda a partida. Veja entrevista.

Campinho mostra a escalação do São Paulo no início da partida contra o Flamengo (Foto: GloboEsporte.com)
Campinho mostra a escalação do São Paulo no início da partida contra o Flamengo (Foto: GloboEsporte.com)

No primeiro tempo, nada deu certo para o São Paulo. A equipe fez o gol com Calleri, que comete falta em Márcio Araújo e não cria rigorosamente mais nada. Assiste o Flamengo jogar. Os “donos da casa” atacavam com muito perigo pelas laterais e, pelo meio, contavam com um inspirado Alan Patrick, peça chave na criação. Do lado tricolor, como Kelvin, João Schmidt e Michel Bastos estavam apagados, Ganso ficou sobrecarregado e pouco produziu. O garoto Artur, que entrou pela primeira vez no time profissional, pensava mais no desarme e praticamente não passou do meio-campo durante toda a partida.

Além de não render na frente, a equipe teve falhas defensivas que não vinha cometendo. No gol do Flamengo marcado por Rodrigo Caio (contra), houve erro na cobertura de marcação pelo lado direito. Bruno foi ao ataque e, quando o adversário deu a resposta, não havia ninguém no setor. Tanto que Ganso sai correndo do meio para tentar dar o combate. Maicon também sai da área, o que deixa um buraco atrás. No cruzamento de Everton, Denis espalma e o zagueiro tricolor leva azar, colocando a bola para dentro das próprias redes. O tempo passava e a equipe não respondia em campo. O Flamengo rondava constantemente a área tricolor, mas seguia parando no inspirado Denis.

Defesa estava mal posicionada no lance do primeiro gol do Flamengo (Foto: GloboEsporte.com)
No primeiro gol do Flamengo, Ganso e Maicon tentam fazer a cobertura de Bruno (Foto: GloboEsporte.com)

O segundo tempo foi praticamente uma cópia da etapa inicial. Sem inspiração, o São Paulo fez gol em jogada ensaiada na semana, sofreu o empate e depois assistiu o rival jogar, tentando se defender de todas as maneiras. Patón não fez mudanças no intervalo e Calleri, mostrando seu ótimo faro de gol, deixou a equipe em vantagem logo aos seis minutos. Mas o time mal teve tempo para comemorar, já que aos 13, o esforçado William Arão deixou tudo igual no marcador.

O jogo que já estava difícil para o Tricolor se tornou-se dramático aos 22 minutos, quando Calleri, que havia acabado de receber um cartão amarelo, foi expulso por reclamação. Sem sua referência, a equipe teve em Paulo Henrique Ganso sua peça mais adiantada, o que facilitou as coisas para a defesa flamenguista. Nos últimos 25 minutos, virou um jogo de ataque contra defesa. O Flamengo criou chances, pressionou pelo meio, pelas pontas, mas a bola teimava em não entrar. Quando Denis não espalmava, era a trave que ajudava o Tricolor.

Patón ainda tentou dar novo gás ao time com as entradas de Ytalo e Alan Kardec, mas nada adiantou. Era como se houvesse uma barreira no ataque tricolor, a bola batia e voltava. E o empate, que era conquistado com enorme sacrifício, quase escapou aos 47 minutos do segundo tempo, quando Maicon cometeu pênalti em Emerson Sheik. Só que na cobrança, Alan Patrick mandou para fora. Ao apito final de Elmo Alves Resende Cunha, todos respiraram aliviados pelos lados do Morumbi.