Após Josué em 2006 e Lúcio em 2010, time novamente fica com 10 no Morumbi na Libertadores; contratado na semana passada, Maicon teve noite para esquecer
Por Alexandre Lozetti
GloboEsporte.Com
Sem entrar no mérito da questão de ter sido justa ou não a expulsão de Maicon, o fato é que pela terceira vez um cartão vermelho no Morumbi atrapalhou o sonho do São Paulo de ser tetracampeão da Libertadores. O empurrão do zagueiro na cabeça do atacante Borja deixou o time com 10 jogadores. Depois, o Atlético Nacional marcou os gols da vitória por 2 a 0 e conquistou o direito até de perder por um gol em sua casa, na Colômbia, na próxima quarta.
O são-paulino deve ter se lembrado de Lúcio, ou até mesmo de Josué. Em 2013, o zagueiro, capitão da seleção brasileira na Copa do Mundo de três anos antes, recebeu cartão vermelho ainda no primeiro tempo do árbitro paraguaio Antonio Arias. O Tricolor vencia o Atlético-MG por 1 a 0, mas tomou a virada dentro de casa e foi em desvantagem para o Independência, onde sofreu uma goleada de 4 a 1 e caiu nas oitavas de final.
Há mais tempo, em 2006, o São Paulo defendia o título na final contra o Internacional, mas Josué foi expulso pelo uruguaio Jorge Larrionda nos primeiros minutos de jogo. O visitante venceu por 2 a 1 e confirmou o título no Beira-Rio, uma semana depois, com empate em 2 a 2.
Dessa vez foi o argentino Mauro Vigliano quem mostrou cartão vermelho a Maicon, contratado na semana passada por 6 milhões de euros (R$ 22 milhões), além de parte dos direitos econômicos e as transferências dos jovens Lucão e Inácio.
Os cartões vermelhos já vinham sendo um transtorno para o São Paulo desde a fase de grupos. Nas duas últimas partidas, que valeram a classificação, o time sofreu com expulsões. Primeiro João Schmidt, na vitória sobre o River Plate. O tranquilo 2 a 0 se transformou num 2 a 1 com direito a pressão no fim.
Na altitude de La Paz, Denis recebeu o cartão vermelho no finalzinho do empate por 1 a 1 com o The Strongest, e como o São Paulo já havia feito três substituições, foi justamente Maicon quem vestiu a camisa de goleiro e assegurou a classificação. Depois do jogo, Calleri também foi expulso em confusão com bolivianos no centro do campo.
Nas oitavas de final, com a classificação praticamente assegurada – o Toluca precisava fazer cinco gols nos minutos finais do segundo tempo –, o atacante Centurión cuspiu num adversário e foi excluído da partida. A Conmebol aplicou multa de três jogos. Isso significa que ele estará apto a enfrentar o Atlético Nacional, em Medellín, na próxima quarta-feira.
O São Paulo não tem mais preparo físico e tático pra jogar com 1 a menos.
Peguem o sub-20 como exemplo. Vejam os jogos deles. Com David Neres expulso na Libertadores sub-20 o São Paulo ganhou de 1 x 0 com gol de Lucas Fernandes.
Falta pro São Paulo comissão técnica, Diretoria, jogadores, preparador físico e dinheiro.
O jogo estava equilibrado 11×11. SP tinha até domínio mas não conseguia chegar muito pra finalizar. O Atlético no contra ataque era sempre perigoso. Fica com um a menos, claro que eles tinham a vantagem. Se estivéssemos dominando amplamente, poderíamos nos segurar com 10 mas num jogo parelho contra um time bom e organizado é difícil. No jogo do sub 20 que vc menciona o nosso time era superior ao time adversário, então mesmo com 1 a menos ganhou. O que faltou não foi preparo físico ou vontade, foi elenco mesmo. Poder ter em campo mais jogadores que possam decidir um jogo importante. O nosso banco é de doer, sem Kelvin e Ganso, cai muito o nivel.