De briga a substituições de Bauza: A noite em que tudo deu errado no Morumbi

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ESPN.com.br

Patrick Mesquita
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A festa, a derrota e o caos: tudo que aconteceu na eliminação tricolor

A derrota por 2 a 0 para o Atlético Nacional-COL não foi o único aspecto negativo no Morumbi. Desde o início da noite até o fim do primeiro jogo semifinal da Copa Libertadores, muitos erros ou atitudes minimamente contestáveis dentro e fora do estádio marcaram a quarta-feira.

Brigas, furtos, cambistas, vaias a expulsão de Maicon e até a surpreendente ousadia de Edgardo Bauza foram aspectos negativos no revés tricolor diante dos colombianos.

Apesar de toda a situação complicada, São Paulo ainda tem uma oportunidade de apagar o gosto amargo da terrível noite de quarta-feira para o torcedor tricolor. A partida de volta acontece já na próxima quarta-feira, no estádio Atanasio Girardot, em Medellín. O clube tricolor precisa vencer por no mínimo dois gols de diferença na Colômbia para ir à final e manter vivo o sonho do tetra da Libertadores.

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Veja fatores que contribuíram para que tudo desse errado no Morumbi:

  • Briga

Uma grande briga marcou o fim do jogo. Irritados com o resultado, torcedores uniformizados passaram a atacar vendedores ambulantes e a saquear outras pessoas na saída do Morumbi.

A situação deu início a um conflito com a polícia nas imediações do estádio. Os torcedores começaram a atirar pedras, pedaços de madeira, garrafas e outros objetos em direção aos policiais, que tentaram dispersar a confusão com bombas de efeito moral.

O tumulto gerou ‘corre-corre’, e quem estava no meio do conflito tentou se esconder até embaixo de carros no meio da rua.

A confusão terminou com 12 policias feridos, dois torcedores feridos e nove detidos.

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Veja imagens do confronto entre torcedores do São Paulo e polícia após jogo no Morumbi
  • Cambistas

Antes da partida, cambistas agiam livremente nas imediações do estádio. Na Praça Roberto Gomes Pedrosa, em frente ao Morumbi, uma organização de vendedores ilegais tentavam vender ingressos para o jogo. O preço exigido era entre R$ 500 e R$ 700 reais.

Os cambistas eram tão organizados que distribuíram até mesmo cartões com telefone e prometendo entrega à domicílio para os mais diversos eventos, como carnaval e Olimpíadas.

  • Furtos

Chegar ao estádio também não foi uma tarefa fácil. Nas horas que antecederam a partida, muitas pessoas tiveram pertences furtados devido à aglomeração na porta do estádio.

Alguns torcedores perderam celulares, carteiras e até mesmo tiveram os ingressos roubados antes do jogo.

  • Raça! Raça! 

A torcida do São Paulo vivia uma lua de mel com o time desde a classificação heroica contra o Atlético-MG nas quartas de final. Só que a tensão da partida fez com o carinho virasse insatisfação. Durante a derrota, alguns torcedores nas numeradas começaram a pedir raça.Os gritos foram abafados pouco tempo depois.

Parte da torcida também vaiou Wesley, quando o jogador foi substituído por Hudson. A equipe tricolor já perdia por 1 a 0 no momento da troca feita por Edgardo Bauza.

  • Maicon expulso 

O São Paulo fez um grande esforço para manter Maicon no elenco pensando no restante da campanha da Libertadores e gastou R$ 22 milhões para contratá-lo em definitivo. Só que o clube não poderá contar com o zagueiro no segundo jogo da semi.

Capitão da equipe, Maicon se irritou com a cera feita por Borja e empurrou o adversário. O árbitro Mauro Vigliano não pensou duas vezes antes de expulsar o defensor. A situação deixou o time tricolor exposto defensivamente e colaborou para a derrota diante dos colombianos.

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Maicon assume responsabilidade por expulsão, pede desculpas, mas critica: ‘Não houve agressão’
  • Erros de Bauza 

Edgardo Bauza também não esteve na melhor noite da carreira como técnico. O argentino tomou algumas decisões contestáveis ao longo da partida da quarta-feira. A primeira aconteceu aos 24 minutos do segundo tempo, quando colocou Daniel no lugar de João Schmidt, que era um dos melhores em campo.

A mais “polêmica” aconteceu após a expulsão de Maicon. Com um a menos, Bauza optou por fechar a defesa com Mena e não colocou um zagueiro de origem para atuar no setor. Com isso, o time ficou completamente exposto e, oito minutos depois, tomou o primeiro gol.

O técnico tentou corrigir o posicionamento ao sacar Wesley para colocar Hudson, mas a mudança não surtiu efeito.

“Eu poderia ter feito uma mudança mais defensiva, mas tínhamos que ganhar. Poderia ter entrado o Lugano no lugar de um atacante, mas tínhamos que ganhar”, justificou em entrevista coletiva.