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Pedro Cuenca
O pior para o São Paulo aconteceu na última quarta-feira: derrota para o Atlético Nacional em pleno Morumbi, por mais de um gol de diferença, complicando de vez a vaga para a final da Libertadores. O resultado, por mais dolorido que seja, não espanta, principalmente porque o time colombiano é muito superior ao nosso. Após o apito final, no entanto, surgiram as primeiras vezes raivosas pedindo a demissão de Edgardo Bauza.
Demitir Patón seria um erro neste momento. Precisamos lembrar que o São Paulo não tinha treinador no final do último Brasileirão e vivia uma crise nos bastidores, com dirigentes envolvidos em escândalos cabeludos. Patón, então, foi contratado para dar um jeito no time que vinha de goleada para o rival e uma classificação suada para a Libertadores.
O primeiro objetivo do treinador era arrumar a defesa tricolor. Isso seria uma missão bem difícil, principalmente com Lugano e Lucão com opções. Ainda procurando uma montagem perfeita, o time demorou para se encaixar, perfeitamente normal, apesar de já estar rolando a Libertadores. Os primeiros meses foram complicados, bem complicados.
Conforme os jogos foram passando, o time foi ficando cascudo, especialmente na Libertadores. Patón fez um milagre e tanto ao levar esse fraco elenco são-paulino até a semifinal da competição continental e essa já é a principal vitória dele. Sem sua força para incentivar o time, não haveria Morumbi lotado contra o Atlético Nacional, tenho certeza disso.
Você pode contestar as escolhas de Bauza na semifinal da Libertadores. Entendo que ele errou na escalação inicial ao colocar o fraco Wesley no lugar do promissor Luiz Araújo, que sequer foi relacionado para a partida. Durante o jogo, ele não precisava ter tirado João Schmidt, principalmente para colocar o questionado (e lesionado) Daniel.
Mas entendo, porém, sua mudança ao colocar Hudson e deixar Lugano no banco após a expulsão de Maicon. O argentino queria deixar o São Paulo e, principalmente, o Atlético Nacional, longe do gol defendido por Denis. A intenção era manter mais a posse da bola e tentar segurar o empate sem gols, pelo menos. Kardec, em campo, serviria para alguma bola parada. Acontece que o time se abateu tanto que acabou recuando e dando espaços para o time colombiano marcar duas vezes.
Não vamos esquecer que Bauza ainda não teve os reforços necessários e está fazendo milagre com o fraco elenco são-paulino. Desses que estão aí em campo hoje, muitos estavam no 6 a 1 para o Corinthians e isso é um problema e tanto. Mesmo assim, a semifinal da Libertadores chegou e essa é uma baita vitória para o treinador.
Se não receber uma proposta da Seleção Argentina, Patón deve continuar no São Paulo. Espero, de verdade, que a diretoria o mantenha, pois seu trabalho é louvável.
Espero vê-lo no comando do time até o final de 2017, pelo menos, só isso que
peço. Tirá-lo agora seria um atestado de incompetência, apesar de a diretoria do São Paulo não ser das mais inteligentes nesses casos.