Valente, Tricolor luta para avançar na Libertadores, mas se despede na semifinal

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SãoPaulo.F.C

Érico Leonan

Arbitragem prejudicou o São Paulo, que encarou o Atlético Nacional de igual para igual e resgatou o orgulho da torcida

Foi uma campanha de superação, que infelizmente terminou antes da hora. O Tricolor foi valente, honrou a sua tradição na Libertadores da América e como um tricampeão ferido após a derrota em casa lutou para tentar seguir em busca do seu quarto troféu. No entanto, com uma arbitragem desastrosa, o São Paulo acabou derrotado pelo Atlético Nacional-COL por 2 a 1 nesta quarta-feira (13), em Medellín, e foi eliminado na semifinal. No confronto desta noite, o time são-paulino largou na frente com Calleri, encarou uma das sensações do torneio de igual para igual, carimbou o travessão em busca da vitória, mas foi prejudicado pelo árbitro, que não assinalou um pênalti claro, não manteve o critério em suas decisões e expulsou Lugano e Wesley após confusão na penalidade máxima marcada para os anfitriões.

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A eliminação, porém, não mancha a postura valente dos atletas tricolores durante a competição sul-americana. Os jogadores honraram as cores do clube, encararam uma série de adversidades e colocaram o Tricolor entre os quatro melhores do continente. Ao longo do campeonato, o São Paulo resgatou a confiança da torcida e mostrou a sua força. A reação dos torcedores nas redes sociais reforçou o sentimento de orgulho de cada são-paulino, que abraçou o time na Libertadores e fez a diferença. Agora, fora da decisão, o clube retomará o foco na disputa do Campeonato Brasileiro. No próximo final de semana, o time são-paulino terá o clássico contra o Corinthians pela frente em duelo válido pela 15ª rodada.

Para encarar os colombianos, o técnico Edgardo Bauza não pôde contar com Lucas Fernandes, Breno e Wellington (cirurgias de ligamento cruzado), Kelvin (estiramento na coxa esquerda), Paulo Henrique Ganso (estiramento na coxa direita), Caramelo (estiramento na coxa direita), Renan Ribeiro (lombalgia), Maicon (suspenso) e João Schmidt (lesão muscular), além de Cueva (já atuou pelo Toluca-MEX no torneio). Assim, o time foi escalado com Denis; Bruno, Lugano, Rodrigo Caio e Mena; Hudson e Thiago Mendes e Centurión; Wesley, e Michel Bastos e Calleri.

Já os anfitriões começaram a partida com Armani; Bocanegra, Sanchez, Henriquez e Díaz; Mejía e Pérez; Berrío, Macnelly Torres e Marlos Moreno; Borja. Quando a bola rolou, sem se intimidar por jogar fora de casa e com disposição para diminuir a vantagem do adversário, o São Paulo se mandou para o campo de ataque e logo balançou as redes em Medellín. Aos oito minutos, Michel Bastos fez o cruzamento na segunda trave, Calleri subiu mais do que os zagueiros e balançou as redes! 1 a 0!

Melhor no jogo, a equipe brasileira seguiu buscando as jogadas na frente, mas sofreu o empate aos 15 minutos em rápido contragolpe do Atlético Nacional: Berrío fez o passe em profundidade e a bola chegou para Borja, que bateu cruzado de esquerda para empatar a partida. 1 a 1. Apesar do contratempo, o Tricolor não diminuiu o ritmo e manteve a postura ofensiva. E aos 18, por pouco, não anotou mais um! Após bola alçada na área, Rodrigo Caio escorou, Calleri escapou da marcação e desviou de cabeça: a bola carimbou o travessão de Armani.

Satisfeitos com o resultado, os colombianos adotaram uma postura mais cadenciada para segurar o ímpeto dos comandados de Patón. O rival tratou de trabalhar mais a bola no campo de defesa e esfriou o confronto, enquanto o São Paulo subiu a marcação para tentar surpreender novamente. Aos 26, Centurión fez linda jogada no meio, abriu na esquerda para Michel Bastos, que cruzou rasteiro na pequena área, mas Calleri não conseguiu alcançar.

Após o grande início de partida, o time são-paulino não conseguiu evitar que o embate esfriasse. Os brasileiros tiveram dificuldades para armar as jogadas, e o adversário adotou uma tática mais defensiva para tentar escapar nos contragolpes. Antes do intervalo, já nos acréscimos do primeiro tempo, o Tricolor poderia ter retomado a vantagem no placar, mas a arbitragem não assinalou um pênalti claro em Hudson: Michel Bastos fez o passe dentro da área, o volante foi derrubado dentro da área, mas o árbitro não marcou a infração. Os são-paulinos reclamaram bastante do lance e foram para os vestiários na bronca.

Na volta para a segunda etapa, os donos da casa melhoraram e, para tentar retomar o controle do jogo, Bauza apostou na entrada de Alan Kardec na vaga de Hudson aos 10 minutos. Mais tarde, aos 17, Luiz Araújo herdou o lugar de Centurión e tentou dar ânimo novo ao time na frente. A última alternativa do treinador argentino foi promover a entrada de Carlinhos, que entrou na vaga do exausto Mena.

Porém, quando os brasileiros tentavam armar uma reação, a arbitragem prejudicou o clube novamente. Aos 30, o juiz assinalou pênalti para o Atlético Nacional: os atletas tricolores não se conformaram com a marcação. Miguel Borja converteu e decretou a virada: 2 a 1. Daí em diante, o que se viu foi uma confusa atuação do dono do apito, que expulsou Lugano e Michel Bastos. Depois, voltou atrás, suspendeu o cartão vermelho do camisa 7 e tirou Wesley da partida. Os jogadores protestaram bastante, questionaram os critérios do árbitro e não esconderam a insatisfação. Fragilizado com apenas nove atletas em campo, o São Paulo não conseguiu retomar a disputa de igual para igual pela vaga e foi derrotado por 2 a 1.

No entanto, com uma postura digna e valente, o Tricolor mostrou ao longo da competição a sua honra!