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Caíque Toledo
Não bastou perder o melhor centroavante que tivemos nos últimos anos. Depois de ver o argentino Jonathan Calleri se despedir do CT da Barra Funda, o São Paulo viu uma oferta do futebol chinês tirar do Morumbi o substituto natural do camisa 12: o atacante Alan Kardec é mais um que está indo embora. Dessa forma, o São Paulo começa sua vida pós-Libertadores com Ytalo e Gilberto como opções para a posição. Com todo respeito, mas é um ataque de Série B.
O São Paulo sabia que não conseguiria segurar Calleri. O título continental poderia manter o argentino no Morumbi até a disputa do Mundial, mas já tinhamos convicção que provavelmente o camisa 12 rumaria para a Europa (onde, convenhamos, tem totais condições de brilhar logo). Ficamos mal acostumados ao longo dos últimos seis meses, e era certeza que seria praticamente impossível substituir o artilheiro da Libertadores.
Antes mesmo da eliminação para o Atlético Nacional, já haviam os BURBURINHOS da contratação de Gilberto. As cornetas soaram, como se ele fosse o substituto de Calleri, mas acho que ficou bem claro para todos que o jogador seria apenas mais uma opção para elenco. Sem custos, seria o reserva imediato do ataque, já que o São Paulo ainda tinha que economizar dinheiro por conta do negócio feito com Maicon.
Acontece que…
A tendência era que Alan Kardec, readquirindo confiança, fosse o titular do nosso ataque em 2016. Depois de um primeiro semestre horroroso, o atacante enfim voltou a marcar gols nos últimos jogos e poderia ganhar moral pra continuar como titular. Era a opção mais provável, até que os endinheirados do futebol chinês vieram com aquela famosa proposta que não dá pra recusar: 5 milhões de euros por 70% do atleta (os outros 30% continuam conosco). Pagamos caro para tirá-lo do Benfica e, vejam só, mesmo na fase ruim conseguimos lucrar. Fora que ele vai ganhar uma puta grana, provavelmente quis ir pra lá, blá blá blá. Não tinha como mantê-lo conosco diante de tanta grana.
Agora, aos fatos: o São Paulo vai precisar contratar. Como dito, Gilberto chegou para ser opção de elenco, ficar ali brigando com o Ytalo. Como era Kardec quando Calleri estava. Tudo bem que o atacante, que teve boa passagem pelo Vasco, conseguiu a proeza de não marcar um único gol este ano, em nove partidas, mas é mais que isso. NÃO ESTOU COMPARANDO, mas Gilberto tem um estilo de força física e pressão na saída de bola que acostumamos a ver no Calleri. Vindo sem custos, é uma opção interessante para compor o banco de reservas — mas nada mais.
Para quem tinha um dos ataques mais promissores da América nos últimos dias, hoje o São Paulo se encontra com grandes necessidades, mas, pelo menos, sabe disso: Gilberto chegou e ganhou a camisa 17. A 9, vaga desde o fiasco Kieza, ainda está lá. Claramente a diretoria pensa em alguma reposição de mais nome para Calleri e, por isso, sondou Nico López, Caraglio e Larrondo nas últimas semanas. De saída do Shandong Luneng, Diego Tardelli também foi cogitado — Aloísio, nosso querido Boi Bandido, acertou sua permanência em outro time chinês. Lembrando que o ataque é prioridade, mas não podemos esquecer das problemáticas laterais e da defesa, que deve perder Rodrigo Caio em breve.
O ponto é simples: precisamos de reforços, pra ontem. Já precisava antes da saída de seus melhores jogadores, precisa ainda mais agora. Gilberto se tornou o substituto de Kardec, então precisamos de alguém que seja o de Calleri. Que a diretoria não fique parada, porque os problemas e as necessidades do São Paulo estão só aumentando.